Sim, mas nada disso é realmente a "linguagem", isso seriam as letras - no máximo. Saber quais "letras" estão sendo usadas, e certas propriedades dessas letras (saber por exemplo, que há letras que não combinam, e outras mais comuns), mas não se sabe ainda de forma exata o que cada palavra "significa". Apenas temos informações soltas, como "tais genes são responsáveis pela cor dos olhos", ou "tais genes tem relação com determinada doença".
Isso não tem exatamente a ver com conhecimentos sobre genética, mas mais sobre o desenvolvimento dos organsimos, como o produto imediato dos genes, a proteína que ele produz, que é algo geralmente pode-se saber, acaba resultando nos organismos. Mas é um detalhe que beira ao pedantismo/picuinha, poderia-se dizer que não se entende de "programação genética" e significar a mesma coisa, da mesma forma que quando se quer entender o funcionamento de um programa fala-se sobre "compreender a programação" e não necessariamente algo como "ver o "debug"/"tron" do programa em execução para entender como ele funciona". É que num primeiro momento você passou uma idéia de que os genes mesmo fossem bem mais misteriosos...
Quando eu digo linguagem, quero dizer que ainda não se sabe o que exatamente "determina" o código genético. Sabendo a linguagem, você pode construir suas próprias frases. Por exemplo, você poderia construir um "zigoto" de uma quimera! Poderia criar um ser com a "cara" de um leão, as "asas" de uma águia, pernas de cavalo... Etc!
Bem, mais ou menos, algo bem parecido com isso poderia ser feito, mas não poderia ser uma quimera muito "homóloga", teriam que, na maior parte das coisas inexistentes no organismo modificado, se tentar construir convergências... mais ou menos como se pode dizer que um galgo é uma "quimera" de cachorro com guepardo, ao mesmo tempo em que, não necessariamente o que dá pernas longas há ambos seja geneticamente a mesma coisa (ainda que possa ser algo parecido). O que nem sempre seria possível, fazer qualquer coisa que se quisesse, por restrições impostas ao desenvolvimento, pela natureza dele. Meio como, você ou faz um bolo ou uma pizza, não pode fazer um bolo-pizza meio a meio, com a mesma massa. Teria que necessariamente ser um "frankenstein" manipulado, uma quimera real, não uma massa homogênea.
[...]Não é como escrever um texto completamente novo, usando o mesmo alfabeto. É nesse sentido que eu digo que não há um conhecimento aprofundado da linguagem de programação do DNA. Não temos como sentar em uma mesa, e criar um novo ser vivo do "zero", escolhendo que órgãos ele vai ter, como eles vão funcionar, onde eles vão estar.
Realmente, algo assim está mesmo muito distante até de algo como criar quimeras a partir de modificações em um "organismo-base" com a maior parte daquilo que queremos para o resultado final, que também não se consegue fazer, senão em detalhes bem pequenos... nem tenho esperança de ver algo assim antes de morrer, fora em ficção científica

E acho que ainda tem um bocado de gerações pela frente antes mesmo de algo como tentar criar algo relativamente simples como um "morcego funcional" a partir de um rato.... não duvido que a humanidade tenha acabado antes de chegarmos nesse ponto, mas pode ser exagero meu.
... mas talvez se consiga num futuro próximo criar um "rato" a partir de um morcego...

coitados desses bichos e dos projetos falhos...