Autor Tópico: As Mulheres Não Precisam da Tutela Estatal  (Lida 391 vezes)

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  • Evoé Baco
As Mulheres Não Precisam da Tutela Estatal
« Online: 20 de Outubro de 2007, 00:50:40 »
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Quanto mais o Estado intervém na vida espontânea da sociedade, mais risco há, se não positivamente mais certeza, de a estar prejudicando." (Fernando Pessoa)

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou projeto de lei que amplia de quatro para seis meses a licença-maternidade. Algumas ressalvas tornam a lei menos perversa para as mulheres: as empresas privadas não são obrigadas (ainda) a conceder o prazo maior; e as que aderirem receberão incentivos fiscais do governo. Dito isso, podemos focar na essência da lei, que expressa uma mentalidade predominante no país, muito perigosa para o progresso. A lei força, de cima para baixo, um comportamento que, na prática, reduz a empregabilidade feminina. Da boa intenção pode resultar um prejuízo justamente para aquelas que deveriam se beneficiar com a medida. Se um empregador se depara com a necessidade de escolher entre um homem e uma mulher na hora da contratação, será inclinado a optar pelo homem, assumindo uma produtividade similar de ambos. Afinal, quem deseja assumir o risco de ficar metade de um ano sem o empregado, tendo que pagar – ao menos em boa parte – por isso?

O brasileiro tem dificuldade de entender que as verdadeiras conquistas dos trabalhadores não são decretadas pelo governo, mas obtidas pela própria dinâmica e lógica do mercado. O trabalhador brasileiro desfruta de muito mais "conquistas" legais que o americano, que nem direito a férias remuneradas tem. Mas creio que ninguém seria louco de afirmar que o trabalhador brasileiro vive melhor que o americano. Na verdade, a enorme informalidade da mão-de-obra no Brasil se deve justamente aos absurdos encargos e privilégios impostos pela lei. O caso da licença-maternidade vai na mesma linha: as americanas têm direito a até 12 semanas de licença, mas esta não é remunerada. O mesmo ocorre na Austrália e Nova Zelândia, países que têm gerado muita riqueza nas últimas décadas. Não há relatos de milhares de mulheres americanas tentando entrar no Brasil para trabalhar aqui e aproveitar essas "conquistas" todas. Por outro lado, milhares de brasileiras tentam a sorte nos Estados Unidos, até mesmo como imigrantes ilegais, em busca de melhores oportunidades. Isso mesmo sem uma licença-maternidade de seis meses, ou todas as demais regalias que o governo oferece, no papel, ao trabalhador brasileiro.

No seu livro de memórias recente, Alan Greenspan, o ex-presidente do Federal Reserve, dá uma verdadeira lição sobre o assunto, quando explica os motivos por ter contratado muitas mulheres em sua empresa de consultoria: "Minha opção por contratar economistas do sexo feminino não foi motivada pela liberação das mulheres. Apenas fazia muito sentido para os negócios. Eu valorizava igualmente homens e mulheres, e constatei que, como muitos empregadores não pensavam do mesmo modo, boas economistas eram mais baratas que bons economistas". Eis um excelente exemplo da lógica econômica funcionando para eliminar preconceitos. O machismo – tal como o racismo – é ineficiente economicamente. O próprio mercado trabalha contra eles, beneficiando aqueles que não têm preconceitos. Mas quando o governo, imbuído de boas intenções ou em busca de votos dos privilegiados, tenta impor cotas ou vantagens para certas minorias, ele acaba distorcendo o próprio mercado, e prejudicando aqueles que deveriam se beneficiar. Uma cota racista pode acabar prejudicando os próprios negros competentes, assim como privilégios femininos podem acarretar em menor empregabilidade das mulheres.

Por fim, quando o governo se mete nessas questões, acaba afetando as decisões mais íntimas dos indivíduos. Humanos reagem a incentivos também. Nada mais particular do que a escolha sobre o tamanho da família, a quantidade de filhos. Países onde a mentalidade paternalista predomina, como nas nações mais socialistas, tais escolhas acabam totalmente influenciadas pelos mecanismos de incentivos do governo. O melhor exemplo é a China, mas existem vários outros. Quando o governo diz que a mulher pode ficar metade do ano em casa, sem trabalhar, mas recebendo por isso, ele está estimulando a maternidade. Esta não deveria ser uma função sua. As decisões sobre a quantidade de filhos, o tempo de trabalho, o papel da ajuda masculina etc. são escolhas familiares. E as famílias não precisam da tutela do Estado.

O governo não é pai de ninguém. Sua função é garantir a segurança dos cidadãos e a isonomia das leis, assim como a voluntariedade das trocas entre indivíduos. Quando ele tenta tutelar certos grupos, ele está justamente ferindo estes princípios. Está criando privilégios, que ferem a isonomia das leis, e está forçando trocas, contra sua voluntariedade. O direito das mulheres evoluiu muito nas últimas décadas, justamente porque os privilégios masculinos foram sendo derrubados. Isso é ótimo! Devemos mesmo lutar pela igualdade perante as leis, para todos! Homens, mulheres, negros, brancos, ricos, pobres, todos devem respeitar as mesmas leis, sem privilégios. Mas isso não é o mesmo que usar a lei para criar novos privilégios, dessa vez para as mulheres. Elas não precisam disso. As mulheres, assim como os homens, não precisam da tutela do Estado.
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Offline Nightstalker

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Re: As Mulheres Não Precisam da Tutela Estatal
« Resposta #1 Online: 20 de Outubro de 2007, 00:52:17 »
Foi aprovada uma lei na Espanha que dá 6.500 euros (?) para a mulher custear os primeiros anos de vida do filho.
Conselheiro do Fórum Realidade.

"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
There's no time to run because the Lord is casting fire in the sky.
When you make sin, hope you realize all the sinners gotta die.
Sunrise in Sodoma, all the people see the Truth and Final Light."

 

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