Não sei se já conhecem, pelo que me pareceu, nada consta por cá. Assim, pensei que seria útil apresentar-vos esta trilogia - QATSI.
Godfrey Reggio estudou durante 14 anos para se tornar um monge. Nestes caminhos tortuosos que cada um percorre durante a vida, pode-se dizer que o caminho dele levou-o para longe da vida em convento e directo para o cinema.
A trilogia Qatsi é o produto de anos de filmagens e de uma concepção primorosa para discutir um tema ousado:
a vida humana.
Nada de explicações biológicas nem de discursos panfletários.Os filmes da
trilogia Qatsi falam somente através das imagens e da música minimalista de Philip Glass.
Qatsi é uma palavra de origem Hopi (tribo indígena norte-americana) e significa vida.
Os títulos de cada um dos filmes da trilogia traduzem uma forma de relação com a vida.
O primeiro filme é
Koyaanisqatsi (vida fora de equilíbrio) e vemos ali um desfile de imagens de grandes metrópoles e da velocidade impressa pelo homem nos ritmos da natureza. Vemos a próprio domínio do homem sobre a natureza, moldando-a conforme suas necessidades e, talvez, até conforme sua própria vaidade.
O segundo filme da trilogia é
Powaqqatsi (vida em transformação). Se o eixo do primeiro filme girava em torno da relação homem-natureza num mundo já desenvolvido, aqui a discussão gira em torno da relação do homem num mundo em transformação. E para isso, as filmagens foram todas feitas em países do Terceiro Mundo (África, América Latina, Sudeste asiático). Impressionante as imagens que Reggio coletou em Serra Pelada.
O último filme é
Naqoyqatsi (vidas em guerra). Naqoyqatsi foi feito em 2002 mas impressiona pelas discussões que suscita.
A figura humana desaparece sob a luz dos efeitos.
Parece que a humanidade se dissolveu no meio das suas criações intelectuais.
Até onde somos aquilo que criamos?
Até onde apenas somos?
Bom fds!