Site do Marcus Valério XR:
http://www.evo.bio.br/VISITAS.HTMLNome: Marcos Ariel Gedoz gmarcos_arielhotmail.com
Nascimento: 1962 Local: Porto Alegre-RS
Ocupações:
MédicoPosição sobre o tema: Criacionista Sobre a Natureza: Outra
Sobre Deus: Monoteísta Religião: Protestante
Comentários: Prezado,
Tenho três dúvidas:
1-Não encontro dentro da literatura evolucionista nada que comprove a agregação de informação,ao DNA, necessária para a formação de novas espécies, tal como no LINK.
Hibridação e outras maneiras apenas "jogam" com informações já existentes.
Resistência antimicrobiana não tem sentido, pois ao pararmos de usar um antibiótico, o germe volta a ser não-resistente! 2-Mesmo que pudéssemos encontrar um mecanismo que acrescentasse informações ao sistema, cairíamos em uma espécie de contradição: qual é o mais evoluído, a bactéria que existe a bilhões de anos ou o homem que existe a poucos milhares? Qual é o mais vulnerável- homem ou bactéria? Qual consome mais energia para fazer a mesma coisa- mandar o DNA adiante? Se o muito bom e muito barato já apareceu no início, a Seleção Natural selecionou o quê? Stephen Jay Gould - The Evolution Of Life On The Earth [Sciam, October 1994] (PDF).pdf
Ver a figura da página 86!
3-Se a fossilização apenas conserva a média da população (imaginando que a curva de distribuição das características seja normal) e a evolução ocorre nas extremidades da curva, em isolamento geográfico, como as formas intermediárias serão conservadas?
A Origem de Novas Espécies-1
A Origem de Novas Espécies-2
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Prezado visitante. Obrigado por sua mensagem.
Basicamente, suas dúvidas podem ser todas esclarecidas por nada mais nada menos do que a Teoria Sintética da Evolução, também conhecida como Neodarwinismo. É bastante curioso que as dúvidas do senhor sejam praticamente as mesmas que darwin e os demais evolucionistas dissolveram.
1-Antes de tudo, não pense em comprovações, mas em corroborações. Isto é, que evidências estão de acordo com uma teoria, e que fenômenos elas podem explicar. Estrito senso, não pode haver "agregação de informação" ao DNA, isso seria Lamarckismo. Ocorre é seleção de informações já disponíveis que são priorizadas e reordenadas no código genético.
Com todo respeito, vossa falta de conhecimento no assunto fica evidente na colocação sobre a resistência microbiana. Primeiro, parar de usar o antibiótico não elimina de imediato a resistência das bactérias que se imunizaram a ele. Essa resistência pode desaparecer após várias gerações. E por quê? Porque então a característica genética que conferia tal resistência, e que antes foi selecionada, passa a não ser mais importante, e indivíduos que não a possuem também passam a sobreviver e gerar descendentes. Enfim, se a espécie passou a não mais resistir a um antibiótico após muito tempo de sua não utilização, é exatamente porque evoluiu nesse sentido.
2-Como já disse, não se espera encontrar um "mecanismo que acrescenta informações", a não ser num sentido menos específico. Suas questões relativas aos humanos e as bactérias pecam no mínimo em 4 pontos:
2.1 - Não são contradições.
2.2 - Não existe na teoria evolucionista nenhuma mensura quantitativa de evolução. Perguntar quem ou o quê evoluiu mais, não faz sentido. O que interessa é se uma espécie está adaptada a um ambiente. Os humanos não são mais evoluídos do que as bactérias. O máximo que você poderia afirmar é que a partir de um ancestral comum, uma espécie passou por mais modificações do que outra, aí poderia ser usada uma quantificação evolutiva. Mas isso exigiria um pleno conhecimento das condições envolvidas, principalmente ambientais.
2.3 - Apesar do nome, a Seleção Natural não é um processo intencional, ela não 'escolhe' baseada em critérios de bom ou mau, e sim de acordo com o que está mais adaptado a cada situação. Quem é mais vulnerável, os humanos ou as bactérias? Depende! Humanos são altamente vulneráveis a terremotos e tempestades, que são totalmente inócuos às bactérias, mas estas são vulneráveis a antibióticos, que em geral são inofensivos a humanos. Se um cataclisma terrível se abatesse sobre o planeta, os humanos provavelmente morreriam mais facilmente que as bactérias, mas as bactérias não podem construir naves espaciais e colonizar outros planetas. Portanto, uma espécie é mais adequada que a outra de acordo com a situação.
2.4 - A evolução não é superativa. Uma espécie que evoluiu a partir de outra não necessariamente levará à extinção da anterior. A árvore da vida se ramifica de maneiras imprevisíveis, e um galho com milhares de ramificações não necessariamente irá mais longe que um com algumas poucas.
3-Essa questão também não faz sentido. A fossilização não se aplica sobre um segmento específico de uma população. Gostaria muito de saber de onde essa informação sobre a "média" populacional foi tirada. Provavelmente de uma fonte criacionista. A maioria das espécies extintas que conhecemos foram descobertas por meio de uns poucos, as vezes um único, fóssil. É difícil saber se esse fóssil representava a "média" de uma população, ou seus "extremos". Considerando que o que está sendo dito sobre média e extremos faça sentido. A evolução pode agir em todos os âmbitos.
Portanto, devido ao seu interesse no tema e seu grau de conhecimento, a recomendação que dou é que comece a ler sobre Evolução Biológica em fontes científicas, evolucionistas. Aprender evolução em cartilhas criacionistas é como querer aprender cultura judáica do ponto de vista do Terceiro Reich.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
20 Outubro de 2007
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