Eu tenho uma notícia triste para você: a única maneira de entender direito todos esses assuntos é se eles forem explicados na sua língua de origem - a matemática. De outra forma, muita coisa necessariamente se perde na tradução.
O que não quer dizer que não seja possível tentar explicar. Vou ver o que arrumo.
Em tempo: sua formação é em quê?
Nesse livro que eu li do físico Joseph Schwartz ("o momento criativo"), ele diz umas coisas um tanto ácidas sobre o estado atual da física (não só da física), e esse tipo de colocação. Ele diz que há algum tempo a física deixou de ter a preocupação em entender, e se preocupa mais em "explicar", no sentido de reproduzir/emular.
Cita Feynman, que diz coisas como que ele não conseguirá fezer ninguém entender nada, porque ele mesmo não entende. Também citou James Franck dizendo algo como que, "aquilo que não se coloca numa equação, não se tira da equação pela matemática pura", o que seria uma sugestão de que de certa forma algumas coisas são inadequadamente chamadas de previsões e comprovações, porque estariam implícitas nas equações desde o princípio.
Já fornecendo um tipo de ad hominem potencialmente "válido", ele, além de físico é psicanalista (curiosamente há algum tempo nesses fóruns houve uma física psicanalista, imaginava que essa combinação fosse bem mais improvável... não que dois casos sejam lá uma graaande amostra, de qualquer forma), e um tanto quanto esquerdista, mas meio camuflado ou enrustido

Eu pessoalmente não vejo tanto problema nisso de se conseguir reproduzir matematicamente, mas não se ter muito bem como expĺicar. A nossa mente foi moldada para compreender essas coisas da física clássica, e muito provavelmente as coisas mais macro e principalmente as mais micro não teriam análogos em física clássica, "média", facilmente assimiláveis, como se as micro partículas fossem meio como uns grãozinhos de areia.
Pode ser que as coisas não sejam parecidas com nada composto por partículas... um pouco como numa inversão do que ocorre com moléculas, que podem ter propriedades que não são diretamente inferíveis pelas partículas que as constituem, só "funcionam" como moléculas por suas características mais "macro".
O que por outro lado não significa que essas coisas "sejam" mesmo como são modeladas matematicamente, da mesma forma que se pode construir diferentes modelos para explicar o sistema solar e prever aproximadamente as mesmas coisas, ou modelos "errados" de genética de populações quanto a natureza dos genes, ou, acho que a melhor analogia possível são video-games, simulações da realidade... onde você pode voar num 747 que serve até para treinar pilotos para os aviões de verdade, mas o programa não faz realmente uma reprodução do avião em todas as peças do motor e da fuselagem, das moléculas do ar, do vento, calor e etc... apenas os efeitos superficiais são suficientemente parecidos.
Eu acho que esse é o melhor modo de "entender" a coisa toda, ao mesmo tempo, sem tem que entender nada, de certa forma