"deus não está no céu. deus está no fundo do poço
onde o deixaram tombar.
- Caim, o que fizeste do teu deus?
Suas unhas ensangüentadas arranham em vão as paredes escorregadias.
deus está no inferno...
É preciso que lhe emprestemos todas as nossa forças
todo o nosso alento
para trazê-lo ao menos à face da terra.
E sentá-lo depois à nossa mesa
e dar-lhe do nosso pão e do nosso vinho.
E não deixar que de novo se perca.
Que de novo se perca... nem que seja no céu!"
(Mário Quintana - Nova Antologia Poética, l966)