Cientistas usam relógios atômicos para mostrar dilatação do tempoda Efe, em Londres
Uma equipe de cientistas desenvolveu um novo método baseado em relógios atômicos ópticos para mostrar, com uma precisão sem precedentes, o fenômeno da dilatação do tempo, um dos aspectos mais fascinantes da teoria da relatividade especial.
Os resultados do relatório, publicados neste domingo na revista científica britânica "Nature", confirmam a validade da teoria da relatividade especial de Albert Einstein e apresentam um importante ponto de referência para futuras aplicações práticas, como o Sistema de Posicionamento Global (GPS, em inglês).
A dilatação do tempo é um fenômeno pelo que os tique-taques de um relógio que está em movimento serão mais lentos do que os de outro relógio idêntico que estiver em repouso.
Segundo um experimento mental conhecido como o "Paradoxo dos Gêmeos", se, por exemplo, um gêmeo viaja ao espaço em alta velocidade, no momento em que retornar à Terra seria mais jovem que seu irmão idêntico.
Em vez de gêmeos, a equipe de cientistas dirigida por Sascha Reinhardt, do Instituto Max Planck, na Alemanha, utilizou dois átomos que alcançavam velocidades de 6,4% e 3%, respectivamente, da velocidade da luz.
Segundo o estudo, os pesquisadores conseguiram determinar a idade dos átomos com uma alta precisão sem precedentes, graças a uma técnica pioneira baseada na utilização de um laser, inventada pelo alemão Theodor Hänsch, um dos autores do relatório e prêmio Nobel de Física em 2005.
Na teoria da relatividade postulada por Einstein, as medidas de tempo e espaço são relativas e não absolutas, já que dependem do estado de movimento do observador.
Até agora, se utilizou os satélites GPS para medir a dilatação do tempo, mas o estudo reivindica que o atual experimento é o primeiro teste que supera a sensibilidade obtida pelo sistema de posicionamento.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u344720.shtml