O governo da Província de Cusco (Peru) quer mudar sua bandeira. O motivo é a semelhança com o símbolo do movimento GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis).
"Precisamos de um distintivo que seja só nosso", diz a responsável por educação, turismo e cultura de Cusco, Leonarda Ayarza.

Bandeira de Cuzco

Bandeira do Movimento GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis)
O governo fará neste mês uma consulta pela internet para saber se a população quer ou não mudar a bandeira, que hoje tem as sete cores do arco-íris. Se a resposta for sim, será feito um concurso para escolher o novo símbolo e, em 2008, a nova bandeira será decidida por decreto.
Considerado símbolo do povo inca (que estabeleceu em Cusco sua capital no século 12 e cujo império foi extinto em 1535), o arco-íris inspirou a atual bandeira em 1978. No mesmo ano, uma bandeira com oito cores foi utilizada em São Francisco (EUA) pelo movimento GLBTT. Atualmente, o símbolo do movimento homossexual possui seis cores e foi reconhecido pelo International Congress of Flag Makers (reunião mundial de fabricantes de bandeiras).
Nas ruas, as opiniões se dividem. "No Dia de Cusco, colocamos a bandeira na porta de casa, e
os gays ficam mais alegres. É um problema.
Eles se enrolam na bandeira e se atiram ao chão", (

) afirma o taxista Mario Ayate, 57 anos.
A semelhança é motivo de brincadeira para turistas. "Tenho amigos que chegam para me visitar e dizem: "
Há bandeiras gays por toda parte. Pensei que estavam me esperando"", conta Andrés Zuniga, 36 anos, dono de uma casa noturna GLS de Cusco.

Mas para o Movimento Homossexual de Lima (MHOL), se o motivo para a troca for apenas a semelhança com a bandeira da comunidade homossexual, será uma atitude homofóbica.