Tópico: Um quarto dos jovens se droga com remédio

[Quereu]

Marcelo, de 27 anos, mora com os pais e com o irmão mais novo, trabalha o dia inteiro, tem diploma universitário, namora sério, pratica esportes, faz planos para fazer uma pós-graduação no exterior e sai para a balada com amigos quase toda noite. Ele se considera um jovem "responsa". Mas, ainda assim, precisa de ajuda química para dar conta da rotina pesada. "Maconha fumo eventualmente, mas não gosto muito. Prefiro o estimulante", conta. "Não deixa cheiro, não dá bandeira em casa. Pode sair com ele na rua que a polícia não pega. E não deixa doidão. Você não corre o risco de pegar uma gorda achando que a mina é gata."

Marcelo pegou a dica do estimulante, do tipo anfepramona, na academia onde malha. Nas farmácias, uma caixa com 20 comprimidos custa, em média, R$ 17. Para conseguir comprar o remédio de tarja preta, ele pede a receita a um amigo médico. No começo da happy hour, Marcelo toma o remédio. Fica inteiro por toda a madrugada. No dia seguinte, volta a tomar para agüentar o treino na academia. "Parei porque com o passar do tempo você precisa aumentar a dose. Cheguei a tomar cinco de uma vez. Depois, quando o cansaço acumulado bate, você fica derrubado."

Nos Estados Unidos, jovens como Marcelo, que usam medicamentos que "dão barato", ganharam um apelido: Geração Prescrição. E preocupam as autoridades. Pesquisa do Centro de Estudos sobre Drogas da Universidade de Columbia mostra que um em cada cinco jovens de 12 a 17 anos já usou medicamentos para fins recreativos. No Brasil, os índices são igualmente alarmantes e ainda pouco discutidos entre estudiosos e autoridades. O Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas no Brasil, feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), que entrevistou 7.939 pessoas em 108 cidades em 2005, apontou que 24,3% já usaram remédios vendidos em farmácias para fins recreativos. Lideram a lista os solventes (como éter e clorofórmio), seguidos de benzodiazepínicos (ansiolíticos) e orexígenos (remédios para aumentar apetite que são estimulantes) - sendo também mencionados xaropes à base de codeína, opiáceos, esteróides, barbitúricos e anticolinérgicos.

FUGA

O índice é ainda mais surpreendente por ficar bem acima do número verificado entre pessoas que consumiram drogas ilícitas. Disseram já ter usado maconha, cocaína, alucinógenos, crack, merla e heroína cerca de 14% dos entrevistados. "Em ambos os casos o jovem está atrás do barato, de uma alteração mental que o ajude a fugir da realidade. Mas apenas drogas ilegais ganham atenção do sistema policial, o que é um erro", alerta Elisaldo Carlini, professor de Psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo e um dos coordenadores do Cebrid.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20071118/not_imp81854,0.php

[Nyx]

  Nesses momentos me orgulho de evitar tomar até Calmador e Dorfléx.

[Luis Dantas]

Argh.  Detesto até mesmo a idéia de depender de fármacos.  Até muito recentemente nem aspirina eu tinha em casa.

[Fabi]

Não é atoa que o Brasil é o maior consumidor (está em primeiro ou segundo lugar) mundial de remédios de emagrecer (de acordo com a OMS)...

[FxF]

apontou que 24,3% já usaram remédios vendidos em farmácias para fins recreativos

Fins recreativos? Colocar laxante no refrigerante de outro conta?

[rizk]

Eu me arrependo de ter parado de tomar meus remédios de gorda. Eu assim au naturel não tenho pique pra tudo que há pra fazer. Costumava ter muitos escrúpulos com isso, mas enfim. Acho que não é a isso que a notícia se refere. Deve ser à molecada que toma xarope da Vick e Benflogin e afins.

Eu cá achando que a probiição ao uso de drogas é uma bobagem, na sinceridade não vejo nada demais. Acho até sábio.

[Raphael]

Não é atoa que o Brasil é o maior consumidor (está em primeiro ou segundo lugar) mundial de remédios de emagrecer (de acordo com a OMS)...

Realmente.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/03/060301_relatoriodrogasbrasilrw.shtml

Mas o que é mais incrível, é o contraste entre aquele povo que é magrelo e morre de fome em nosso país e os(as) idiotas que tomam remédios pra emagrecerem, sendo que já estão magros.

Sem contar a galera jovem que se enche de remédios por acharem que não dão conta do recado.

[rizk]

Raphael, vamos com cuidado porque UMA COISA É UMA COISA E OUTRA COISA É OUTRA COISA.

Esse papinho de "pobre do pobre brasileiro" tem que ser ABOLIDO. Vide o debate em torno da reforma agrária: você acha que o pobre quer terra pra fazer sua culturazinha de subsistência, coitado? Que a crise energética e o incentivo à produção de álcool é bom para o trabalhador rural, coitado? Que as baleias têm que ser salvas, coitadas, e os índios mantidos em reservas, coitados? Então.

[Südenbauer]

O brasileiro usa o "jeitinho" até para emagrecer... hehe

[Raphael]

Raphael, vamos com cuidado porque UMA COISA É UMA COISA E OUTRA COISA É OUTRA COISA.

Esse papinho de "pobre do pobre brasileiro" tem que ser ABOLIDO. Vide o debate em torno da reforma agrária: você acha que o pobre quer terra pra fazer sua culturazinha de subsistência, coitado? Que a crise energética e o incentivo à produção de álcool é bom para o trabalhador rural, coitado? Que as baleias têm que ser salvas, coitadas, e os índios mantidos em reservas, coitados? Então.

Nossa...

Você, como diz um amigo meu "jogou a merda no ventilador agora". São vários assuntos citados, e nenhum deles tem correspondência no que eu disse.

Todas essas perguntas que você fez, poderiam ser discutidas por mim e você em outro tópico, adoraria. Mas desde já, não, eu não concordo com nenhuma delas.

Se você ler de novo o que eu escrevi, vai entender que eu disse que há uma cultura contrastante no Brasil, onde há muitos que passam fome, porque não tem o que comer e outros que tem, mas passam fome por opção, pra se estabelecer em um grupo, ou sei lá por quais outros motivos.

E ainda emendei sobre a garotada que tem que estudar e fazer milhões de coisas, e vivem tomando energéticos e remédios pra isso.

[Fabi]

Não é atoa que o Brasil é o maior consumidor (está em primeiro ou segundo lugar) mundial de remédios de emagrecer (de acordo com a OMS)...

Realmente.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/03/060301_relatoriodrogasbrasilrw.shtml

Mas o que é mais incrível, é o contraste entre aquele povo que é magrelo e morre de fome em nosso país e os(as) idiotas que tomam remédios pra emagrecerem, sendo que já estão magros.

Sem contar a galera jovem que se enche de remédios por acharem que não dão conta do recado.

Primeiro, o Brasil é o maior consumidor porque muitos endocrinologistas receitam remédios de emagrecer e quando para de tomar volta a engordar de novo... o remédio de emagrecer é estimulante... muito fácil viciar se tomar uma vez.....e como diz a notícia até em academias indicam esses remédios não para fins de emagrecimento.....só para recreação....

[Fabi]

Acho que não é a isso que a notícia se refere. Deve ser à molecada que toma xarope da Vick e Benflogin e afins.

"Maconha fumo eventualmente, mas não gosto muito. Prefiro o estimulante", conta.
[...]
Marcelo pegou a dica do estimulante, do tipo anfepramona, na academia onde malha. Nas farmácias, uma caixa com 20 comprimidos custa, em média, R$ 17.

A notícia fala de remédios de emagrecer, anfepramona é um remédio de emagrecer.

[Luis Dantas]

Eu cá achando que a probiição ao uso de drogas é uma bobagem, na sinceridade não vejo nada demais. Acho até sábio.

O que seria sábio?

[rizk]

Ao Luis: se drogar com remédio, uai. Porque aí a pessoa pode se drogar sem contestar frontalmente a imbecilidade da Lei. Entendo que a prática é meio moralmente condenável (só meio! só meio!), mas é como dizem, quem não tem cão caça com grito, ou algo nessa linha.

Ao Rapha: eu sei que não disse e acredito que nem diria, menino sabido que é. É que comparações assim costumam descambar. A diferença não é bem entre os brasileiros e o resto, creio, mas entre classes sociais. A moda e o culto ao corpo são mais afins ao modo burguês de ser, afinal. O que brasileiro tem em particular é, sim, mania de auto-medicação.

À Fabi: é uma dúvida que eu tenho é a diferença de potencial "de barato" entre as anfetaminas que se toma com receita e as proscritas. Vem sendo um debate muito caloroso entre eu e minha mãe e preciso de argumentos. Se quiser me passar estatística de antidepressivo, também, eu aceito.

[Luis Dantas]

Ao Luis: se drogar com remédio, uai. Porque aí a pessoa pode se drogar sem contestar frontalmente a imbecilidade da Lei. Entendo que a prática é meio moralmente condenável (só meio! só meio!), mas é como dizem, quem não tem cão caça com grito, ou algo nessa linha.

Você chama ISSO de "sábio"?!?

Eu tenho outra palavra mais adequada...

Sério, Mimi, não faço nem idéia de por que séria sábio buscar brechas na lei para prejudicar a si próprio.  Me soa meio Prêmio Darwin.

[Fabi]

À Fabi: é uma dúvida que eu tenho é a diferença de potencial "de barato" entre as anfetaminas que se toma com receita e as proscritas. Vem sendo um debate muito caloroso entre eu e minha mãe e preciso de argumentos. Se quiser me passar estatística de antidepressivo, também, eu aceito.

Tem diferença de dependencia e mecanismo de ação. As anfetaminas com receita, os anorexigenos, eles são mais fracos que o ecstasy por exemplo, a pessoa fica resistente depois de tomar por muito tempo e o aumento da dose é menor, em relação as anfetaminas de verdade. E o outro estimulante que é a cocaína, a pessoa fica viciada mais rápido, e efeito da cocaína dura pouco e por isso a dependencia é maior... e sobre os antidepressivos eles também viciam (menos que as anfetaminas)... tem uma duração maior no organismo...e não são estimulantes.... E a grande diferença entre as drogas legais e as ilegais é o efeito colateral, potencial de dependencia e os efeitos que ela pode causar a longo prazo... como o ecstasy tem um efeito bem maior que o do remédio de emagrecer a pessoa tem uma depressão maior....um efeito colateral maior e etc.... e todas as drogas e remédios podem fazer a pessoa ter cirrose...

[Vito]

Só tomo que os médicos indiciam.
Exceto para a aliviar a dor só paracetamol.

[Copelli]

Eu tomo muito remédio, pra tudo. 

Alias acho que já fazem anos que num passo um dia sem tomar vários remédios. Tomo 3 de uso contínuo e o que mais aparecer. Qualquer coisa tomo remédio. Remédio pra emegrecer ja parei, pois num adianta mesmo.   

E esse negócio de povo que mais toma remédio é fomentado pelos médicos viu. Eu nunca fui GORDO, sempre me ahei muito gordo mas as pessoas diziam que num era. Mas meu endócrino ná epoca viu que se eu precisasse emagrecer, seria no maximo uns 4 kg e mesmo assim me receitou remédio por um bom tempo. Hoje sei que num é coisa pra remédio esses quilinhos a mais.

Sinceramente acho que se alguiém precisa de remédios por fuga que seja, não deixa de ser uma necessidade. Por que essa vontade de fuga também não é vista como uma necessidade?

Acho que quem não gosta num tome, mas quem precisa tem mais é que tomar mesmo. Se isso ajuda, a pessoa deve te-lá como a "muleta" dela, afina todos tem as suas. Uns a religião, outros a fome de conheimento e outros as drogas e remédios. Cada um na sua. 

Mas... fico aqui sonhando com o dia que vão desenvolver o "soma" do admiravel muindo novo.  Enquanto isso VIVA meu Cabolitium, minha paroxetina, meu diazepan minhas anfetamina e de vez em quando minha maconhinha. 

[Raphael]

Hipocondríaco...não, que isso.

[Nightstalker]

Remédios viciam mesmo, principalmente ansiolíticos.

[Fabi]

Remédios viciam mesmo, principalmente ansiolíticos.

Anfetaminas e estimulantes (os remédios do texto inicial do tópico) não são ansiolíticos... 

[Barata Tenno]

O problema é quando os viciados atrapalham a vida alheia......

[rizk]

Ao Luis: se drogar com remédio, uai. Porque aí a pessoa pode se drogar sem contestar frontalmente a imbecilidade da Lei. Entendo que a prática é meio moralmente condenável (só meio! só meio!), mas é como dizem, quem não tem cão caça com grito, ou algo nessa linha.

Você chama ISSO de "sábio"?!?

Eu tenho outra palavra mais adequada...

Sério, Mimi, não faço nem idéia de por que séria sábio buscar brechas na lei para prejudicar a si próprio.  Me soa meio Prêmio Darwin.

Já eu acho que cada um que cuide de sua vida e faça o possível pra não desonrar sua família.

A demanda sempre existiu, luis, e não há motivos pra crer que vá diminuir - MUITO MENOS nessa vida atolada que se vive. Eu não sou ninguém pra julgar as necessidades escapistas das pessoas - e nem você, e nenhum de nós. O que me interessa é que as pessoas sejam felizes e pacíficas e não gastem o meu imposto pra construir cadeia desnecessariamente.

Eu por mim digo: não tenho religião, não tenho filiação partidária, não tenho filhos; a única coisa que eu tenho é o Tricolor Paulista que esse ano só me causou desgosto. E é assim pra muita gente. E EU é que não vou pagar de sefl-righteous e vir falar de prêmio Darwin, com todo o respeito que eu tenho pelo amigo.

Mesmo porque, torcesse eu pro seu time, ia fumar crack pra passar a dorrrrr.

Eu até me retrato, não acho que seja "meio moralmente condenável", não. Acho que a gente tem que parar com a neura judaico-cristã de penitência e sofrimento e aceitar o pecado original, isso sim.

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Copelli, eu ainda não cheguei no seu NÍVEL. Eu tomo vitaminas e a pílula, quotidianamente, e só. Precisei dos remedinhos, consegui cumprir minha promessa de ano novo e tem uns 50 dias que parei. Agora falta relativamente pouco peso pra perder (estou estimando uns 6kg)... conseguia perder facinho, mas eu sou uma pessoa MELHOR com os remédios e volto ao médico antes do Natal cooom certeza.
Maconha já não fumo há muitos anos, porque entrei na nóia de estar com perda de memória. Talvez estivesse, talvez não, mas acho que era nóia mesmo porque nem foi em quantidade e por tempo suficiente. Ainda que não fosse, acho que o risco é grande e eu não posso ADMITIR ter menos memória que já tenho. Era legal, porém.

[Luis Dantas]

Já eu acho que cada um que cuide de sua vida e faça o possível pra não desonrar sua família.

Ué, mas é exatamente o que eu disse, só que com outra ênfase.

A demanda sempre existiu, luis, e não há motivos pra crer que vá diminuir - MUITO MENOS nessa vida atolada que se vive. Eu não sou ninguém pra julgar as necessidades escapistas das pessoas - e nem você, e nenhum de nós.

Ah, sou sim.  Fale por você, não por mim. 

Lucidez e equilíbrio bioquímico são recursos preciosos aos quais não acho que temos realmente o direito de renunciar.  Se não por outro motivo, porque os outros acabam pagando o preço.

Nem eu nem quem quer que seja precisa de qualquer aval especial para julgar tal risco.

O que me interessa é que as pessoas sejam felizes e pacíficas e não gastem o meu imposto pra construir cadeia desnecessariamente.

Cadeia, clínica de desintoxicação, hospício, orfanato... é de fato uma pena quando se gasta dinheiro público com instituições tão baixo astral.  Exatamente por isso cabe prevenir e não correr tais riscos desnecessariamente.

Eu por mim digo: não tenho religião, não tenho filiação partidária, não tenho filhos; a única coisa que eu tenho é o Tricolor Paulista que esse ano só me causou desgosto. E é assim pra muita gente. E EU é que não vou pagar de sefl-righteous e vir falar de prêmio Darwin, com todo o respeito que eu tenho pelo amigo.

Mesmo porque, torcesse eu pro seu time, ia fumar crack pra passar a dorrrrr.

Respeitos à parte, falar bobagem é falar bobagem e eu não tenho intenção alguma de ser cúmplice.  Na boa, mimi, você rateou feio desta vez.

Eu até me retrato, não acho que seja "meio moralmente condenável", não. Acho que a gente tem que parar com a neura judaico-cristã de penitência e sofrimento e aceitar o pecado original, isso sim.

Isso não é autocontraditório?
 

[Pregador]

Alguem sabe de algum remédio para letargia e preguiça? Como eu não to conseguindo resolver isso sozinho com minha força de vontade, acho que vou procurar um médico (psquiatria, neurologia??), para ver se não é falta de alguma coisa na cabeça...