Agora, sem brincadeira:
No dicionário:
cético adj 1 Que duvida de tudo. sm 2 Adepto, partidário do ceticismo.
ceticismo sm Doutrina filosófica que tem na dúvida a única atitude racional e segundo a qual o homem não chegará a qualquer certeza segura.
Fonte: Minidicionário Enciclopédico Escolar / Ruth Rocha - São Paulo: Scipione, 1996.
Quando tive as minhas poucas aulas de filosofia na faculdade, a definição de ceticismo não era diversa desta. Foram basicamente 3 definições dadas: o dogmático (aquele que julga ter a verdade e, portanto, não mais procura outras opções), o filósofo (aquele que sabe que não tem a verdade, mas persiste sempre em sua busca, através de hipóteses que submete constantemente a críticas para verificar se resistem) e o cético (aquele que sabe que não tem a verdade, crê que nunca terá, e se coloca sempre em posição refratária em relação a tudo aquilo que não possa "tocar com o dedo", como se dissesse "não sei e não quero saber").
Todo mundo tem um pouco das três características. Em determinado momento somos céticos, em outros filósofos e em outros dogmáticos. Não é preciso dizer que a característica que devemos procurar fazer prevalecer em nós é a do filósofo. O dogmatismo absoluto ou o ceticismo absoluto já seriam extremos indesejáveis, um no sentido da aceitação cega, e outro no sentido da negação cega.
As significações de "cético" e "ceticismo" são bastante claras. Quem acha que não se enquadra, na realidade, filosoficamente falando, não é um cético completo. O cético completo tem um comportamento degenerativo. O dia em que um cético tiver um comportamento mais pró-ativo do que degenerativo, na realidade ele deixa de ser cético e se torna um filósofo.
Não há uma deturpação do significado de ceticismo. É que, como de regra, os adeptos gostam só do aspecto positivo da doutrina filosófica que dizem aderir, mas não gostam de assumir as características negativas.
Um abraço.