0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.
Células-tronco são criadas sem o uso de embriõesUma equipe internacional de cientistas conseguiu "reprogramar" células de pele humana para que tenham propriedades características de células-tronco embrionárias, mas aconselhou que, apesar da descoberta, ainda não seja abandonada a pesquisa com células-tronco.Os pesquisadores também disseram que embora as novas células resolvam alguns dos problemas relacionados ao uso das células-tronco embrionárias em aplicações terapêuticas, como em rejeição a transplantes, outras dificuldades continuam a existir.Os autores da pesquisa, publicada na revista Science, ressaltaram que já que o procedimento não tem o "estigma" moral da pesquisa com células embrionárias, é mais fácil de aplicar nos laboratórios de biologia molecular existentes.Além disso, tem custo reduzido e fará com que muitos laboratórios comecem a trabalhar neste campo. A equipe, dirigida pela pesquisadora chinesa Junying Yu e o cientista americano James Thomson, conseguiu alterar as células fibroblasto, que compõem o tecido conectivo do corpo, ao introduzir quatro genes.Após introduzir os genes OCT4, NANOG, SOX2 e LIN28, as células foram induzidas a um estado pluripotente, o que significa que têm o potencial de desenvolver-se em qualquer tipo de célula do corpo humano.Além disso, os pesquisadores indicaram que as células resultantes têm muitas das características das células-tronco embrionárias, como a expressão de genes-chave e marcadores da superfície da célula.Mas os cientistas advertiram que ainda é necessário realizar mais estudos para confirmar o fato de o novo procedimento criar células com as mesmas características das células-tronco embrionárias.Yu afirmou hoje durante a entrevista coletiva na qual apresentou sua descoberta que pessoalmente não acredita ser "uma boa idéia abandonar as pesquisas em células-tronco embrionárias". "Isto é só o início e devemos entender bem a semelhança destas células com as células-tronco embrionárias", explicou.Por sua vez, Thomson declarou: "Ficaria surpreso se pesquisadores que já iniciaram seu trabalho (em células-tronco embrionárias) o abandonassem, ainda que seja só porque se necessita de um padrão para comparar umas com as outras"."Não gosto da idéia de terminar (a pesquisa sobre células-tronco embrionárias). Acho que deveria ser dada a chance de ambas competirem no universo científico e, pouco a pouco, os cientistas decidirão naturalmente" por uma ou por outra, acrescentou.Thomson também disse que quando "se contemplam as dificuldades de utilizar células-tronco embrionárias em tratamentos de transplantes", que considerou um grande desafio, "as dificuldades não são resolvidas"."Utilizando estas linhas provavelmente se resolve a rejeição imunológica, que é um grande problema. Mas o que é difícil é entender a doença que se tenta curar e colocar células no corpo de modo que realmente curem-na", sustentou.Acrescentou que, nesse problema básico, "estas células não são distintas das células-tronco embrionárias". À respeito dos problemas éticos da pesquisa com células-tronco embrionárias, Thomson disse que nos Estados Unidos, onde o governo federal limitou o financiamento destes trabalhos, "as controvérsias políticas atrasaram a pesquisa quatro ou cinco anos"."Entre 1999 e 2001 não houve financiamento federal para este campo. Assim, durante três anos ninguém nos EUA pôde trabalhar neste terreno. E realmente acho que jovens pesquisadores evitaram (pelo estigma)", indicou.Thomson expressou seu desejo de que a descoberta da equipe de cientistas realize mais facilmente a pesquisa, mas repetiu a advertência de que ainda "é preciso ver se estas células são significativamente diferentes das células-tronco embrionárias".
Essas "células tronco" são totipotentes, e se sim, tem o potencial de serem "usadas" como zigoto ou estão bem próximas disso?