Pra quem achou a formulação da cartilha do bispo (p)Edir Ma(is)cedo um absurdo, isso não é novo. Algumas intelectualidades também já propuseram uma espécie de cartilha sobre regras e comportamentos.
Crônica de Janer Cristaldo do livro: "Ressentidos do mundo, uni-vos", cap "Islã e Aiatolices" na pág 476 a 486.
Sobre as "excelências do Islã", ele transcreveu três ensaios de Valayaté-Faghih, Kachfol-Astar e Towzihol-Masael. Traduzindo, pela ordem [Segundo o cronista]: O Reino do Erudito, A Chave dos Mistérios e A Explicação dos Problemas.
"No momento de urinar ou defecar, é preciso se agachar de modo a não ficar de frente nem dar as costas para Meca.[...]
[...] É preferível agachar-se num lugar isolado para urinar ou defecar. É igualmente preferível entrar nesse lugar com o pé esquerdo e dele sair com o pé direito. Recomenda-se cobrir a cabeça durante a evacuação e apoiar o peso do corpo no pé esquerdo.
Durante a evacuação, a pessoa não deve se agachar de cara para o sol ou para a lua, a não ser que cubra o sexo. Para defecar, deve também evitar se agachar exposto ao vento, nos lugares públicos, na porta da casa ou sob uma árvore frutífera.
Deve-se igualmente evitar, durante a evacuação, comer, demorar e lavar o ânus com a mão direita. Finalmente, deve-se evitar falar, a menos que se seja forçado, ou se eleve uma prece a deus.
A carne de cavalo, de mula e de burro não é recomendável. Fica estritamente proibido o seu consumo se o animal tiver sido sodomizado, quando vivo, por um homem. Nesse caso, é preciso levar o animal para fora da cidade e vendê-lo.
Quando se comete um ato de sodomia com um boi, um carneiro ou um camelo, a sua urina e os seus excrementos ficam impuros e nem mesmo o seu leite pode ser consumido. Torna-se, pois, necessário matar o animal o mais depressa possível e queimá-lo, fazendo aquele que o sodomizou pagar o preço do animal a seu proprietário.
— Onze coisas são impuras: a urina, os excrementos, o esperma, as ossadas, o sangue, o cão, o porco, o homem e a mulher não-muçulmanos, o vinho, a cerveja, o suor do camelo comedor de porcarias.
— O vinho e todas as outras cervejas que embriagam são impuros, mas o ópio e o haxixe não o são.
— O homem que ejaculou após ter tido relações com uma mulher que não é sua e que de novo ejaculou ao ter relações com a legítima esposa, não tem o direito de fazer orações se estiver suado; mas, se primeiro tiver tido relações com a sua mulher legítima e depois com uma mulher ilegítima, poderá fazer as suas orações mesmo se estiver suado
— No caso de o homem – que deus o guarde disso! – fornicar com animal e ejacular, a ¹ablução será necessária.
— Dividindo o número de dias da menstruação da mulher por três, o marido que mantiver relações durante os dois primeiros dias deverá pagar o equivalente a 18 nokhod (três gramas) de ouro aos pobres; se tiver relações sexuais durante o terceiro e quarto dias, o equivalente a 9 nokhod e, nos dois últimos dias, o equivalente a 4½ nokhod.
— Sodomizar uma mulher menstruada não torna necessários esses pagamentos.
— De duas maneiras a mulher poderá pertencer legalmente a um homem: pelo casamento contínuo e pelo casamento temporário. No primeiro, não é necessário precisar a duração do casamento. No segundo, deve-se indicar, por exemplo, se a duração será de uma hora, de um dia, de um mês, de um ano ou mais.
— Enquanto o homem e a mulher não estiverem casados, não terão o direito de se olhar.
— É proibido casar com a mãe, com a irmã ou com a sogra,
— O homem que cometeu adultério com a sua tia não deve casar com as filhas dela, isto é, como suas primas-irmãs.
— Se o homem que casou com uma prima-irmã cometer adultério com a mãe dela, o casamento não será anulado.
— Se o homem sodomizar o filho, o irmão ou o pai de sua esposa após o casamento, este permanece válido.
— O marido deve ter relações com a esposa pelo menos uma vez em cada quatro meses.
— Se, por motivos médicos, um homem ou uma mulher forem obrigados a olhar as partes genitais de outrem, deverão fazê-lo indiretamente, através de um espelho, salvo em caso de força maior.
— É aconselhável ter pressa em casar uma filha púbere. Um dos motivos de regozijo do homem está em que sua filha não tenha as primeiras regras na casa paterna, e sim na casa do marido.
— A mulher que tiver nove anos completos ou que ainda não tiver chegado à menopausa deverá esperar três períodos de regras após o divórcio para poder voltar a casar.
— Qualquer comércio de objetos de prazer, como os instrumentos musicais, por menores que sejam, é estritamente proibido.
— É proibido olhar para uma mulher que não a sua, para um animal ou uma estátua de maneira sensual ou ²lúbrica.'
O autor de tão doutas prescrições é o aiatolá Ruhollah Khomeiny. Excertos destas obras foram publicados no Brasil, sob o título genérico de O Livro Verde dos Princípios Políticos, Filosóficos, Sociais e Religiosos do Aiatolá Khomeini. [Janer Cristaldo]"
[1] a.blu.ção
s. f. 1. Ato de abluir; lavagem. 2. Banho de todo o corpo ou parte dele. 3. Ritual de purificação, praticado em várias religiões, consistindo no precedente.
[2]lu.bri.ci.da.de
s. f. 1. Qualidade de lúbrico. 2. Fig. Tendência para a sexualidade; lascívia, luxúria.