Cidade do Vaticano, 30 nov (EFE).- Em sua nova encíclica "Spe Salvi", o Papa Bento XVI faz duras críticas ao ateísmo e afirma que este pensamento está baseado "numa falsidade intrínseca" e originou as "maiores crueldades e violações da justiça" da era moderna.
O texto faz uma análise detalhada do ateísmo, que nega a existência de Deus e surgiu nos séculos XIX e XX como um "moralismo, um protesto contra a injustiça do mundo e da história universal", de acordo com o Papa.
"Um mundo no qual há tanta injustiça, tanto sofrimento dos inocentes e tanto cinismo de poder não pode ser obra de um Deus bom, já que um Deus que tivesse responsabilidade sobre um mundo assim não seria um Deus justo e, ainda menos, bom", escreve Bento XVI, ressaltando alguns argumentos do ateísmo.
Segundo o Papa, os ateus acreditam que se não há um Deus que cria justiça, o homem deve estabelecê-la.
Para rebater esta idéia, Bento XVI diz que compreende o protesto contra Deus por causa do sofrimento no mundo, mas o problema é acreditar que a humanidade pode e deve fazer a justiça de Deus, pois isso é "presunçoso e intrinsecamente falso".
Ao comentar a revolução marxista, ele afirma que o erro de Karl Marx foi o materialismo, que o fez esquecer do homem e da sua liberdade, além de acreditar que se o problema da economia fosse solucionado, "tudo seria regulado".
Um mundo que acredita ser capaz de estabelecer a justiça absoluta por si mesmo, "é um mundo sem esperança", continua.
Nesta última encíclica, Bento XVI propõe que Deus é justiça e cria justiça. Para ele, este é o consolo e a esperança dos homens.
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