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Verdadeiras experiências fora do corpo
« Online: 04 de Dezembro de 2007, 22:23:30 »
Verdadeiras experiências fora do corpo
Ao fornecer visões e emoções erradas, porém combinadas, os cientistas “teletransportam” as pessoas mentalmente para fora de seus corpos
por David Biello
 
 
Dublê de corpo: com a ajuda de um equipamento de vídeo, os neurocientistas conseguiram convencer os participantes do estudo de que não estavam em seu corpos, mas onde as câmeras estavam localizadas.
 
Viajar para fora do próprio corpo pode ser tão fácil quanto uma ilusão provocada por um vídeo, de acordo com uma nova pesquisa. Coloque um par de óculos especial sobre os olhos, que mostra imagens captadas por uma câmera ao lado do seu olho esquerdo, assim como de outra câmera ao lado de seu olho direito. Então, peça a seu amigo que, ao mesmo tempo, bata em seu peito e faça um movimento similar logo abaixo do campo de visão das câmeras. Dentro de um minuto, você será tomado pela sensação de estar onde as câmeras estão, e não dentro de seu próprio corpo.

Para uma excursão mais rápida, porém menos poderosa, para além de seus limites corporais, experimente o truque do espelho duplo: coloque dois espelhos, um de frente para o outro, e então se aproxime de um deles para que dois terços de seu rosto sejam refletidos por ele. Coce a bochecha e olhe fixamente para o corredor de espelhos que acabou de criar. Depois de seu reflexo original, e o da imagem de suas costas, concentre-se no terceiro reflexo – seu próprio rosto, porém levemente obscuro. Dentro de segundos, você não reconhecerá aquele reflexo como o seu, diz o neurocientista Eric Altschuler, da University of Medicine & Dentistry of New Jersey em Newark, que reportou o fenômeno na edição de abril de Perception.

É claro que nenhuma dessas ilusões reproduz precisamente o exemplo clássico de experiências fora do corpo relatadas por pacientes à beira da morte, que dizem sair do corpo, mas ainda observarem tudo que acontece em seu redor. No entanto, dois estudos publicados na Science mostram que o “eu” e o corpo podem ser desconectados – pelo menos com o uso de câmeras de vídeo.

“Descobrimos um método para mudar a localização percebida pelo corpo no espaço, mesmo que ela fique fora do corpo físico”, explica Henrik Ehrsson, neurocientista cognitivo do Instituto Karolinska, em Estocolmo. “Eles se vêem sentados no meio da sala, mas têm a sensação de estarem em um canto da sala”.

Sete homens e 11 mulheres participaram do experimento de Ehrsson com as câmeras. Todas as pessoas tiveram a sensação de serem transportadas pela sala ao receberem o “golpe” no peito. “Foi como se eu estivesse fora do corpo, olhando para eu mesmo por trás”, conta um voluntário; outros riram espontaneamente ou ficaram impressionados com o efeito tão estranho.

Em uma tentativa para testar a força da ilusão, Ehrsson ameaçou os corpos ilusórios de oito homens e quatro mulheres com um martelo. Todos os participantes se esquivaram ou se retraíram alarmados, e as correntes elétricas em sua pele pularam, apesar de Ehrsson ter prometido não machucar ninguém. “Você não consegue afastar a ilusão, não se trata de uma questão cognitiva de alto nível”, ele afirma. “É uma ilusão perceptual, sobre a qual não se tem controle intelectual”.

Em um estudo similar, Olaf Blanke, do Instituto de Mente e Cérebro no Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Lausanne, e seus colegas, persuadiram participantes a pensar que não estavam onde realmente se encontravam, batendo em suas costas ao mesmo tempo em que projetavam uma imagem nos óculos especiais que os mostrava dois metros à frente de sua localização real.

As nove mulheres e cinco homens foram retirados de sua localização original e, quando receberam ordens para voltar para lá, acabaram indo para a localização virtual. Outros participantes que receberam a imagem de uma manequim loira (em vez de imagens virtuais deles mesmos) também mudaram de direção, e mesmo aqueles que receberam a imagem de um simples bloco de metal se moveram ligeiramente na direção dele. “Acreditamos que a mudança de direção quase significativa (estatisticamente falando) na condição do objeto na verdade é um resultado importante e precisa ser testado em outros experimentos”, diz Blanke.

A ilusão é delicada: se os golpes fossem aplicados com um ritmo diferente que aquele mostrado no vídeo, ou se um participante mexesse sua própria mão, a sensação se perderia. No entanto, os resultados sugerem que nossa consciência de um “eu” que está contido no corpo tem base no processamento cerebral e nos dados correlacionados, fornecidos pelos sentidos. “Todas essas ilusões se devem à integração ente os dados disponíveis e uma interpretação do cérebro”, afirma Ehrsson.

fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/verdadeiras_experiencias_fora_do_corpo.html
"Não use seu tempo e as suas palavras com descuido. Nenhuma das duas coisas pode ser recuperada." (H. Jackson Brown Jr.)

 

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