Este estudo é bastante interessante e parece corroborar outros estudos anteriores onde foi medida a influência da meditação na resposta de bloqueio alfa ao estímulo.
Depois de um tempo envolvido em alguma atividade como leitura ou permanecendo de olhos fechados ocorre um aumento de produção de ondas alfa no cérebro. Se um estímulo repentino é produzido, como um ruído, ocorre uma diminuição temporária na produção de ondas alfa, o que é chamado bloqueio alfa. Se o estímulo é repetido a intervalos regulares, o bloqueio alfa vai perdendo intensidade, ou seja, a pessoa se "acostuma" com o barulho.
Desde a década de 60 são feitos estudos com praticantes de dois tipos de meditação, o que os budistas chamam de samatha e no yoga recebe o nome de dhyana, e que consiste na concentração contínua em um ponto, e a meditação vipassana, criada por Budha, e que consiste na prática contínua da atenção, geralmente sobre a respiração, mas sem perder contato com o mundo "exterior".
Nos praticantes de samatha ou dhyana praticamente não ocorre o bloqueio alfa, ou seja, eles se mantêm concentrados sem ser afetados por estímulos externos.
Nos praticantes de vipassana ao contrário, ocorre o bloqueio alfa, mas de forma diferente dos não praticantes. Ele é de menor intensidade e não ocorre a habituação, ou seja, o meditador não se "acostuma" com o barulho. Isto indica que ele é capaz de manter a atenção contínua e mesmo assim não perder contato com o ambiente em volta.
Isso explica também a integração que esse tipo de meditação obteve com os praticantes de artes marciais do oriente.
Esses resultados parecem consistentes com esse estudo, considerando que a meditação samatha é o que ele chama de meditação "pontual" e supondo que o que ele chama de meditação "compassiva" seja uma forma de vipassana.