Autor Tópico: Os 1% mais ricos  (Lida 1642 vezes)

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Offline Thufir Hawat

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Os 1% mais ricos
« Online: 12 de Dezembro de 2007, 17:26:22 »
Citação de:  Thomas Sowell
Os “um por cento” mais ricos

Os indivíduos que estão na faixa de renda superior, os “um por cento” mais ricos, recebem da mídia muito mais do que um por cento de atenção. Mesmo desprezando as fofocas que circundam as celebridades, os “um por cento” mais ricos atraem todos os tipos acusações e lamentações.

Uma recente coluna de Anna Quindlen na Newsweek (ou Newsweak?) lamenta que “a porção da renda nacional que vai para os ‘um por cento’ mais ricos está em seu valor máximo desde 1928.”

Quem são esses “um por cento”? Para aqueles que querem se juntar a eles a pergunta é: como se pode conseguir isso?

A segunda questão é fácil de ser respondida. Virtualmente, qualquer um que possua uma casa em São Francisco, não importa quão modesta é sua renda, pode se juntar aos “um por cento” mais ricos instantaneamente, simplesmente vendendo sua casa.

Mas, você pode argumentar, isso vale apenas por um ano. E se eles não tiverem uma outra casa para vender no próximo ano?

Bem, eles não atingirão os “um por cento” no próximo ano, não é mesmo? Mas isso não é raro.

Os americanos na faixa superior de um por cento da renda, como os americanos em quase todas as faixas de renda, não estão lá permanentemente, apesar de se falar e se escrever como se eles fossem uma duradoura “classe” – isso é falado e escrito especialmente por aqueles que tomaram uma overdose da fórmula mágica “raça, classe e gênero”, que substituiu o pensamento em muitos círculos intelectuais.

Os indivíduos tendem a pertencer aos níveis mais altos de renda de forma temporária. Dados recentes do Internal Revenue Service mostram que mais da metade das pessoas que estavam na faixa superior de um por cento da renda em 1996 não estavam mais lá em 2005.

Dentre os “um centésimo de por cento” mais ricos, três quartos deles não estavam lá no final da década.

Essas não são classes permanentes e são constituídas de pessoas cuja renda atinge um determinado nível por picos de rendimentos que não perduram.

Esses picos de rendimentos podem ocorrer por diversas razões. Além da venda de um imóvel num mercado imobiliário inflado como o de São Francisco, as pessoas podem conseguir repentinos aumentos salariais por meio de heranças, ou uma jogada que dá resultado, seja no mercado acionário, seja no mercado imobiliário ou mesmo em Las Vegas.

Alguns podem ter rendimentos, num ano particular, muitas vezes superior ao que sempre tiveram e que jamais terão novamente.

Dentre CEO’s, aqueles cujos contratos lhes concedem uma opção de participação acionária têm um grande pico salarial no ano em que exercem essa opção contratual. Os críticos noticiam então inflados rendimentos para os CEO’s mais bem pagos daquele ano. Algumas dessas rendas são quase tão grandes como as dos famosos artistas e profissionais do show business – que, a propósito, nunca são acusados de “ganância”.

Assim como pode haver picos de renda num dado ano, assim também há baixas de rendimento, que podem ser tão enganadoras nas mãos daqueles que estão prontos a agarrar uma estatística e sair correndo com ela.

Muitos dos que são genuinamente afluentes, ou mesmo ricos, podem ter prejuízos ou um péssimo ano em suas profissões, fazendo com que suas rendas, num dado ano, seja muito pequena, ou mesmo negativa, sem que eles sejam pobres.

Isso pode ajudar a explicar coisas tais como as centenas de milhares de pessoas com renda abaixo de US$20.000 por ano, morando em casas de US$300.000 ou mais. Muitos desses indivíduos de baixa renda têm também piscinas e outras coisas luxuosas que não poderiam manter caso seus rendimentos fossem permanentemente baixos.

Não há razão para que as pessoas desistam de seu conforto apenas por causa de um ano ruim, pois elas ganharam muito mais dinheiro em anos anteriores e podem esperar ganhar muito mais no futuro.

A maioria dos americanos no quinto superior, no quinto inferior, ou em qualquer outro quinto intermediário de renda, não fica lá durante nem mesmo uma década inteira, muito menos durante toda a vida. E a maioria não permanece no “um por cento” superior ou no “centésimo de um por cento” superior permanentemente.

A maior parte dos levantamentos estatísticos de renda não segue os indivíduos ano a ano da forma que fazem as estatísticas do Internal Revenue. Mas essas outras estatísticas podem criar uma ilusão enganadora de que elas fazem isso, pela comparação de faixas de renda ano a ano, mesmo que as pessoas estejam entrando e saindo das faixas todo o tempo.

Isso inclui especialmente os “um por cento” mais ricos, que têm se tornado o foco de tanta ansiedade e tanta retórica.
Fonte

Texto original em inglês
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #1 Online: 12 de Dezembro de 2007, 17:49:00 »
Muito interessante. Isso me fez pensar no seguinte: usando apenas critérios estatísticos, é de se esperar também que, em uma
sociedade estratificada do tipo "pirâmide", onde a população de baixa renda é bem menor que a de alta, o nível de mobilidade social seja
maior entre as classes altas do que as baixas. Quer dizer: é mais provável que alguem saia da classe B para a A e vice-versa do que da D
para a C. Isso é apenas uma consequência do teorema de de Moivre-Laplace: amostras menores possuem uma flutuação maior sobre o valor médio.
 
Seria interessante ver como as flutuações estatísticas influenciam a mobilidade social em diversos casos, como entre as classes C e B, e em
sociedades com uma grande classe média. Mas certamente os economistas já fizeram isso.
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Offline Rodion

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #2 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:21:12 »
enquanto mais alto se sobe na pirâmide social, maiores são as chances de cair.
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Offline Raphael

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #3 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:22:30 »
enquanto mais alto se sobe na pirâmide social, maiores são as chances de cair.

:lol: é pra rir né?
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Offline Rodion

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #4 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:30:08 »
enquanto mais alto se sobe na pirâmide social, maiores são as chances de cair.

:lol: é pra rir né?

não. sei que não é isso que você ouviu em "xibom bombom" , mas é bem o que acontece. já ouviu aquela história de 'vô rico, filho nobre e neto pobre'? é algo mais do que um ditado popular. até porque quem está na base não tem pra onde cair...
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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #5 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:40:18 »
não. sei que não é isso que você ouviu em "xibom bombom" , mas é bem o que acontece. já ouviu aquela história de 'vô rico, filho nobre e neto pobre'? é algo mais do que um ditado popular. até porque quem está na base não tem pra onde cair...

:histeria: Caralho, boa sacada a da música. :D

Com o meu negrito, concordo. O que não concordo é com o que você afirmou acima, dizendo que os mais ricos tendem a cair, o que é exatamente o que não ocorre em no sistema capitalista.

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Offline Rodion

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #6 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:42:18 »
então leia a notícia do tópico...
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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #7 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:44:18 »
então leia a notícia do tópico...

Eu já tinha lido, bobão. :P
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Offline Adriano

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #8 Online: 12 de Dezembro de 2007, 22:46:04 »
Entre os ricos existe maior mobilidade social e entre os pobres uma quase impossibilidade de ascensão social, principalmente quando comparada a estes. Nada de novo.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Thufir Hawat

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #9 Online: 13 de Dezembro de 2007, 00:18:57 »
Entre os ricos existe maior mobilidade social e entre os pobres uma quase impossibilidade de ascensão social, principalmente quando comparada a estes. Nada de novo.

Citação de:  Thomas Sowell
Os americanos na faixa superior de um por cento da renda, como os americanos em quase todas as faixas de renda, não estão lá permanentemente, apesar de se falar e se escrever como se eles fossem uma duradoura “classe” – isso é falado e escrito especialmente por aqueles que tomaram uma overdose da fórmula mágica “raça, classe e gênero”, que substituiu o pensamento em muitos círculos intelectuais.
Há uma questão estatística, muito bem colocada pelo Dr. Manhattan, na primeira resposta:
Isso é apenas uma consequência do teorema de de Moivre-Laplace: amostras menores possuem uma flutuação maior sobre o valor médio.
Ou seja, a maior mobilidade social entre os ricos deve-se ao fato de que são em menor número, e como descreve o teorema citado, a flutuação desses sobre o valor médio é maior que a dos pobres, que são em maior número, como é matematicamente esperado.
« Última modificação: 13 de Dezembro de 2007, 00:57:37 por Thufir Hawat »
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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #10 Online: 13 de Dezembro de 2007, 01:58:16 »
Entre os ricos existe maior mobilidade social e entre os pobres uma quase impossibilidade de ascensão social, principalmente quando comparada a estes. Nada de novo.

Citação de:  Thomas Sowell
Os americanos na faixa superior de um por cento da renda, como os americanos em quase todas as faixas de renda, não estão lá permanentemente, apesar de se falar e se escrever como se eles fossem uma duradoura “classe” – isso é falado e escrito especialmente por aqueles que tomaram uma overdose da fórmula mágica “raça, classe e gênero”, que substituiu o pensamento em muitos círculos intelectuais.
Há uma questão estatística, muito bem colocada pelo Dr. Manhattan, na primeira resposta:
Isso é apenas uma consequência do teorema de de Moivre-Laplace: amostras menores possuem uma flutuação maior sobre o valor médio.
Ou seja, a maior mobilidade social entre os ricos deve-se ao fato de que são em menor número, e como descreve o teorema citado, a flutuação desses sobre o valor médio é maior que a dos pobres, que são em maior número, como é matematicamente esperado.
Matematicamente esperado diante dessa equação que descreve o comportamento real. Mas não é o que a sociedade espera. Sabemos que a falta de mobilidade das classes mais baixas se devem a fatores perversos, como a explicada pela teoria do ciclo intergeracional da pobreza. O fator de investimento em capital humano das famílias faz persistir o problema da pobreza. Além de outros fatores que agravam essa situação como a discriminação por gênero e etnia.

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Offline Thufir Hawat

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #11 Online: 13 de Dezembro de 2007, 02:01:50 »
Entre os ricos existe maior mobilidade social e entre os pobres uma quase impossibilidade de ascensão social, principalmente quando comparada a estes. Nada de novo.

Citação de:  Thomas Sowell
Os americanos na faixa superior de um por cento da renda, como os americanos em quase todas as faixas de renda, não estão lá permanentemente, apesar de se falar e se escrever como se eles fossem uma duradoura “classe” – isso é falado e escrito especialmente por aqueles que tomaram uma overdose da fórmula mágica “raça, classe e gênero”, que substituiu o pensamento em muitos círculos intelectuais.
Há uma questão estatística, muito bem colocada pelo Dr. Manhattan, na primeira resposta:
Isso é apenas uma consequência do teorema de de Moivre-Laplace: amostras menores possuem uma flutuação maior sobre o valor médio.
Ou seja, a maior mobilidade social entre os ricos deve-se ao fato de que são em menor número, e como descreve o teorema citado, a flutuação desses sobre o valor médio é maior que a dos pobres, que são em maior número, como é matematicamente esperado.
Matematicamente esperado diante dessa equação que descreve o comportamento real. Mas não é o que a sociedade espera. Sabemos que a falta de mobilidade das classes mais baixas se devem a fatores perversos, como a explicada pela teoria do ciclo intergeracional da pobreza. O fator de investimento em capital humano das famílias faz persistir o problema da pobreza. Além de outros fatores que agravam essa situação como a discriminação por gênero e etnia.


Não discordo, apenas apontei que a grande mobilidade entre os mais ricos deve-se menos à injustiça social do que a uma questão estatística, técnica mesmo.
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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #12 Online: 13 de Dezembro de 2007, 02:22:48 »
Entre os ricos existe maior mobilidade social e entre os pobres uma quase impossibilidade de ascensão social, principalmente quando comparada a estes. Nada de novo.

Citação de:  Thomas Sowell
Os americanos na faixa superior de um por cento da renda, como os americanos em quase todas as faixas de renda, não estão lá permanentemente, apesar de se falar e se escrever como se eles fossem uma duradoura “classe” – isso é falado e escrito especialmente por aqueles que tomaram uma overdose da fórmula mágica “raça, classe e gênero”, que substituiu o pensamento em muitos círculos intelectuais.
Há uma questão estatística, muito bem colocada pelo Dr. Manhattan, na primeira resposta:
Isso é apenas uma consequência do teorema de de Moivre-Laplace: amostras menores possuem uma flutuação maior sobre o valor médio.
Ou seja, a maior mobilidade social entre os ricos deve-se ao fato de que são em menor número, e como descreve o teorema citado, a flutuação desses sobre o valor médio é maior que a dos pobres, que são em maior número, como é matematicamente esperado.
Matematicamente esperado diante dessa equação que descreve o comportamento real. Mas não é o que a sociedade espera. Sabemos que a falta de mobilidade das classes mais baixas se devem a fatores perversos, como a explicada pela teoria do ciclo intergeracional da pobreza. O fator de investimento em capital humano das famílias faz persistir o problema da pobreza. Além de outros fatores que agravam essa situação como a discriminação por gênero e etnia.


Não discordo, apenas apontei que a grande mobilidade entre os mais ricos deve-se menos à injustiça social do que a uma questão estatística, técnica mesmo.
O problema não é a mobilidade dos ricos e sim a falta de mobilidade dos pobres. Por isso que a busca é nivelar por cima, com igualdade de oportunidades para todos. A estatística no caso só descreve um fato, é uma leitura que já conhecemos. E a injustiça social é devido a uns terem oportunidade e outros não. Portando enquanto persistir esse modelo estatístico representando a distribuição de renda a situação estará ruim.

A falta de mobilidade entre os injustiçados é um grande desperdício de potencial/capital humano. São muitos indivíduos que poderiam contribuir de forma mais efetiva com a sociedade e não o fazem.
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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #13 Online: 13 de Dezembro de 2007, 02:40:29 »
Entre os ricos existe maior mobilidade social e entre os pobres uma quase impossibilidade de ascensão social, principalmente quando comparada a estes. Nada de novo.

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Os americanos na faixa superior de um por cento da renda, como os americanos em quase todas as faixas de renda, não estão lá permanentemente, apesar de se falar e se escrever como se eles fossem uma duradoura “classe” – isso é falado e escrito especialmente por aqueles que tomaram uma overdose da fórmula mágica “raça, classe e gênero”, que substituiu o pensamento em muitos círculos intelectuais.
Há uma questão estatística, muito bem colocada pelo Dr. Manhattan, na primeira resposta:
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Ou seja, a maior mobilidade social entre os ricos deve-se ao fato de que são em menor número, e como descreve o teorema citado, a flutuação desses sobre o valor médio é maior que a dos pobres, que são em maior número, como é matematicamente esperado.
Matematicamente esperado diante dessa equação que descreve o comportamento real. Mas não é o que a sociedade espera. Sabemos que a falta de mobilidade das classes mais baixas se devem a fatores perversos, como a explicada pela teoria do ciclo intergeracional da pobreza. O fator de investimento em capital humano das famílias faz persistir o problema da pobreza. Além de outros fatores que agravam essa situação como a discriminação por gênero e etnia.


Não discordo, apenas apontei que a grande mobilidade entre os mais ricos deve-se menos à injustiça social do que a uma questão estatística, técnica mesmo.
O problema não é a mobilidade dos ricos e sim a falta de mobilidade dos pobres. Por isso que a busca é nivelar por cima, com igualdade de oportunidades para todos. A estatística no caso só descreve um fato, é uma leitura que já conhecemos. E a injustiça social é devido a uns terem oportunidade e outros não. Portando enquanto persistir esse modelo estatístico representando a distribuição de renda a situação estará ruim.

A falta de mobilidade entre os injustiçados é um grande desperdício de potencial/capital humano. São muitos indivíduos que poderiam contribuir de forma mais efetiva com a sociedade e não o fazem.
Sim, como disse, não discordo. Até por que o que você está falando também é uma leitura que já conhecemos, não há novidade nenhuma.

Postei o texto por causa dessa parte aqui:
Citação de:  Adriano
Os indivíduos tendem a pertencer aos níveis mais altos de renda de forma temporária. Dados recentes do Internal Revenue Service mostram que mais da metade das pessoas que estavam na faixa superior de um por cento da renda em 1996 não estavam mais lá em 2005.

Dentre os “um centésimo de por cento” mais ricos, três quartos deles não estavam lá no final da década.
Há uma determinada corrente (não estou afirmando que você faz parte dela, Adriano) que diz que a pobreza é culpa dos, ou pelo menos é do interesse e é mantida inalterada[1] pelos 1% mais ricos, como se esses fossem sempre as mesmas pessoas conspirando ao longo de décadas. O texto desmistifica isso, mostrando que há muita volatilidade entre esses 1% mais ricos.

[1]E não é verdade que a pobreza tenha se mantido inalterada ou mesmo piorado, em média.
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Offline Twinning Hook

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #14 Online: 13 de Dezembro de 2007, 03:09:46 »
Quando voce coloca 1 por cento mais ricos, a porcentagem e' da populacao mundial?

Se vendendo uma casa em sao francisco o individuo entra para os um poe cento mais ticos, qual e' o nivel de riqueza monetaria que classifica um individuo nesse grupo?

Um dos fatores da instabilidade das pessoas nos um por cento mais ricos e' o fato de que geralmenete os mercados que proporcionam maior renda tambem sao os que proporcionam mais risco e sao insaveis, como a bolsa de valores e areas extremamente competitivas onde a perda de mercado pode levar a um prejuizo enorme. Por outro lado, existem pessoas nos 1 milhonesimo por cento mais ricos que se manteram estaveis por um bom tempo.

No capitalismo, e' possivel que uma pessoa ascenda socialmente de maneira que sendo da classe D passe a pertencer a classe A.
O problema, como alguem citou, esta relacionado com a falta de oportunides, mas acho que esta mais por nao poder usar as oportunidades que tem e nao a falta delas. Se uma crianca pertencente a classe D frequentar a escola e for um bom aluno, e' perfeitamente possivel que ingresse numa faculdade estadual e tenha uma carreira de sucesso financeiro ate mesmo atingindo os 1 por cento, so' e' improvavel, devido a falta de concientizacao da populacao.
Por motivacao seria mais provavel que as classes inferiores subissem e as superiores descessem, as inferiores almejam muito poder financeiro, enquanto as superiores nem o dao mais tanto valor e buscam outras coisas. Me lembro de ouvir alguem falar que a classe inferior esta privada de buscar sua felicidade devido a estar muito ocupada buscando poder financeiro, enquanto a superior que o possui, pode buscar sua felicidade. Dizendo que o dinheiro nao tras felicidade, mas e' um pre-requisito. Existe uma parte de verdade nisso, visto que muitos jovens pertencentes as classes inferiores partem em buscar de dinheiro desde muito cedo e isso acaba implicando em nao terem muitas chances de sucesso financeiro como adultos, assim como seus pais e assim por diante.

Para solucionar esse problema, e' mais uma vez necessaria a melhoria na educacao publica que tornaria mais provavel a ingressao do estudante em uma universidade publica e assim, proporcionando-o chances de sucesso financeiro.

Offline Adriano

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #15 Online: 13 de Dezembro de 2007, 20:40:22 »
Postei o texto por causa dessa parte aqui:
Citação de:  Adriano
Os indivíduos tendem a pertencer aos níveis mais altos de renda de forma temporária. Dados recentes do Internal Revenue Service mostram que mais da metade das pessoas que estavam na faixa superior de um por cento da renda em 1996 não estavam mais lá em 2005.

Dentre os “um centésimo de por cento” mais ricos, três quartos deles não estavam lá no final da década.
Há uma determinada corrente (não estou afirmando que você faz parte dela, Adriano) que diz que a pobreza é culpa dos, ou pelo menos é do interesse e é mantida inalterada[1] pelos 1% mais ricos, como se esses fossem sempre as mesmas pessoas conspirando ao longo de décadas. O texto desmistifica isso, mostrando que há muita volatilidade entre esses 1% mais ricos.

[1]E não é verdade que a pobreza tenha se mantido inalterada ou mesmo piorado, em média.
A critica aos capitalistas é própria do marxismo. A teoria aponta que os detentores dos meios de produção, com o intuito de lucro apenas, acabam por prejudicar, através da exploração, os proletariados. Esse é um entendimento de Marx, porém funciona como uma espécie de ad hominem. O problema, como bem apontou, não são os capitalistas e sim a situação atual. O neomarxismo faz essa correção e reformula a teoria marxista através da desvinvulação entre capitalistas e o sistema capitalista.

Assim, Mészaros lança a teoria sociometabólica do capital, onde argumenta que o sistema capitalista focado no lucro é uma situação ruim para a sociedade, onde inclusive os capitalistas estão submetidos ao sociometabolismo do capital. Esse é o básico do que entendi da teoria neomarxista, mas parece ter outras contribuições, onde o diálogo capitalismo x socialismo ganha novos rumos.

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Offline Kosher-X

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #16 Online: 13 de Dezembro de 2007, 22:46:41 »
então leia a notícia do tópico...

Eu já tinha lido, bobão. :P

Leu isso, ao menos?

"Os indivíduos tendem a pertencer aos níveis mais altos de renda de forma temporária. Dados recentes do Internal Revenue Service mostram que mais da metade das pessoas que estavam na faixa superior de um por cento da renda em 1996 não estavam mais lá em 2005.

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Isso é real, acontece bem mais do que os que não conhecem do assunto supõem. Conheço alguns casos desses.

Offline Adriano

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #17 Online: 14 de Dezembro de 2007, 22:08:45 »
não. sei que não é isso que você ouviu em "xibom bombom" , mas é bem o que acontece. já ouviu aquela história de 'vô rico, filho nobre e neto pobre'? é algo mais do que um ditado popular. até porque quem está na base não tem pra onde cair...

:histeria: Caralho, boa sacada a da música. :D

Com o meu negrito, concordo. O que não concordo é com o que você afirmou acima, dizendo que os mais ricos tendem a cair, o que é exatamente o que não ocorre em no sistema capitalista.


Mas é bem por aí. Por mais "fundo do poço" que os mais ricos podem chegar, isso passa muito longe da miséria e da pobreza. É uma alternancia que ocorre entre certas classes mais altas, as que participão de fato da economia. A grande maioria está excluida ou subempregada em trabalhos de forma alienada.
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Offline Raphael

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Re: Os 1% mais ricos
« Resposta #18 Online: 15 de Dezembro de 2007, 01:14:24 »
Leu isso, ao menos?

"Os indivíduos tendem a pertencer aos níveis mais altos de renda de forma temporária. Dados recentes do Internal Revenue Service mostram que mais da metade das pessoas que estavam na faixa superior de um por cento da renda em 1996 não estavam mais lá em 2005.

Dentre os “um centésimo de por cento” mais ricos, três quartos deles não estavam lá no final da década."


Isso é real, acontece bem mais do que os que não conhecem do assunto supõem. Conheço alguns casos desses.

Sim, li. Mas é que interpretei de outra forma o que o Bruno quis dizer.
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