http://txt4.jt.com.br/editorias/2007/12/16/ger-1.94.4.20071216.1.1.xml
Legal a matéria. Poderiamos comparar a área de atuação pra quem tem fé com alguma parte ativada no cérebro na qual resposde por alguns estímulos de alguns medicamentos?
Provavelmente sim , já que fenômenos relacionados a experiências religiosas e místicas ( como a de saída do corpo) já foram relacionados a estimulação de áreas específicas do cérebro. Por outro lado manifestações como "possessões" ou " encostos" são modernamente consideradas distúrbios psíquicos e podem ser objeto de intervenção por drogas psicoativas ( nunca conheci um obsessor que resistisse à dose certa de haloperidol).
Existem alguns estudos que relacionam a prece feita pelo doente a uma melhor evolução da doença , me recordo de um sobre tratamento da tuberculose , mas o problema é garantir que haja um grupo controle para poder ser feita a comparação e evitar vieses.Mas a base neurofisiológica para o efeito da prece e da fé cetamente vai surgir com o avanço do estudo das redes neurais.
Já quanto à prece por intercessão (feita por outra pessoa) , a controvérsia e maior ainda pois sua eficácia significaria o efeito de uma causa supranatural ( deus) ou paranormal.Todos os estudos que mostraram alguma eficácia também tiveram sua metodologia bastante criticada.
Em um estudo de 1999 , por exemplo, um grupo norte-americano avaliou o efeito da prece intercessória em pacientes admitidos em Unidade Coronariana concluindo que "a prece por intercessão foi associada a menores escores de evolução. este resultado sugere que a prece pode ser um adjuvante ao tratamento médico habitual" (
http://archinte.ama-assn.org/cgi/content/abstract/159/19/2273).Só que a metodologia usada foi bastante questionada por usar um escore de avaliação não validado independentemente e por se basear na diferença estatisticamente significativa de apenas 02 de 34 itens avaliados; os comentários estão abaixo do artigo.
Outro estudo interessante , com pacientes submetidos a cirurgia cardíaca para revascularização do miocárdio, mostrou que a prece por intercessão não teve efeito em reduzir as complicações da cirurgia mas os pacientes que sabiam que estava sendo orado por eles tiveram
mais complicações que os que não tinham certeza.
Uma revisão sistemática sobre prece por intercessão está aqui
http://www.cochrane.org/reviews/en/ab000368.html De qualquer maneira a melhor evidência que a prece não muda o curso de uma doença em outras pessoas é histórico: a redução da mortalidade por doenças só foi obtida quando se progrediu ao estudo científico das mesmas e foram achados tratamentos e prevenção eficazes , baseados na epidemiologia e fisiopatologia.