Bem, na verdade acho que quis dizer exatamente o contrário... me pergunto como podem se distribuir genes adaptativamente iguais (mesmo que isso seja difícil de medir, apenas em teoria, considerando que fossem mesmo).
Acho que devido à deriva e efeito fundador (tanto por fundações literais, colonização, quanto por "fundação" no tempo, drásticas diminuições aleatórias da população, ou ao menos aleatórias quanto a esses genes hipotéticos em questão), eles, apesar de na verdade serem iguais, poderiam parecer uma evolução "mais significativa" (ainda que isso não seja tecnicamente neutro), pelo simples padrão de distribuição geográfica: "do ponto geográfico A até o B temos um gene, que sabemos que é codificante, tem relação com funções importantes, etc; já do ponto C, ao D, temos outra versão do gene; deve representar então uma adaptação local, que substituiu a versão anterior por ter sido selecionada positivamente".
Num exemplo real, inverso quanto a direção da seleção, mas que segue mais ou menos a mesma lógica: os tipos sangüíneos: os índios, não tem a ausência quase completa de um tipo de sangue, meio como se ele tivesse sido selecionado negativamente, ao mesmo tempo em que essa não é a hipótese mais acreditada? Mas se não soubéssemos que estamos falando de tipos sangüíneos, apenas de genes funcionais, pareceria adaptação por seleção negativa.
Assim, me parece que independentemente das freqüências dos genes serem uma boa triagem para testar se houve seleção natural, é imprescindível ver o que de fato eles fazem e como diferem, para que possa realmente se atribuir a sua freqüência principalmente à seleção natural. E mesmo assim, a coisa ainda não se resolve tão facilmente, já que deriva não é exatamente uma "alternativa" - a deriva pode favorecer um genes que seriam favorecido por seleção também, não só agir "contra" ela - o que, se não é levado em consideração, leva a uma interpretação exagerada da vantagem de algum gene que se averigue ser mesmo adaptativo na prática.