Concordo com o André. Só quem sabe que existem subdivisões dentro do ateísmo são os próprios ateus e nem todos concordam com tais subdivisões. Na verdade, eu acho que tais subdivisões não passam da aplicação da não crença em deuses às particularidades de cada um e aos motivos que os levaram ao ateísmo.
Assim, concordo com o autor do "texto imenso com justificativas filosóficas" () que há uma diferença importante entre crer que deus não existe e não crer que deuses existam. Infelizmente ficaria ainda mais extenso ter que explicar pormenormente este detalhe... mas aqui já é possível:
Se você crê, tem fé que deus não existe, você fecha a questão como um religioso o faz.
Nem toda religião pode ser errada. A religião da humanidade cultua uma realidade que é a própria humanidade.
Para um religioso, não importa que você mostre as evidências de que o sol não é deus.
O religioso não compartilha das concepções filosóficas dos céticos. Para eles o que é comumente descrito de sentimento numinoso e/ou experiência mística é uma experiência única e reveladora. É a base do sentimento religoso. Isso configura estados alterados de consciência, que vão além da vigília física, estudados na psicilogia, na chamada quarta força. Se bem que pelo conheço de vocês, viram as abordagens sobre a cientificidade da psicologia.
Mas tem uma ressalva importante feita por Dawkins em seu livro
Deus, um delírio. Ele inicia falando da religiosidade humana, e que tem pessoas que tem essa experiência de transcêndencia e partem para a ciência, na tentativa de explicar o mundo. Juntanto isso, surge a filosofia naturalista, compostas pelo movimento Brights, do qual ambos fazem parte.
Entra naquela discussão entre o que é religião e o que é filosofia moral. Dizer que é a fé que define a religião não é tão simples. É uma longa discussão que ocorre atualmente definir a diferença entre crenças e desejos de intencionalidade, nas distupas teóricas entre Dennett e seus interlocutores.
Eu não acho que ateísmo por definição, tenha tal nível de intransigência.
O ateísmo exposto, o cético, exige a aceitação dos princípios céticos científicos de apricação do método científico numa questão tão específica relacionada as aspirações individuais dos demais. A diferença maior é que não estamos institucionalizados, como as religiões estão. Pelo menos no Brasil não.
Como criticar a intransigência de um religioso quando se age como ele?
É só não agir de forma intransigente. O que não é o caso da atitude cética de pedir provas para tudo, sendo que essa não é uma visão de mundo compartilhada pelos demais. É uma crença nossa, e que achamos importante e verdadeira. Mas impor isso aos crentes nos debates é uma situação difícil, culminando muitas vezes nas adjetivações de desonestidade intelectual simplesmente por ele não compartilhar de nossos valores enquanto céticos.