Essa é a parte meio que consensual da filosofia do Bohr. Claro que a mecância quântica, a relatividade, e na verdade todas as teorias até então são apenas descrições abstratas cujo objetivo é dizer como a natureza funciona, e não o que ela é. Por isso, qualquer interpretação que tente traduzir em "realidade" a matemática de um teoria é, no mínimo, incompleta[1].
E aí está boa parte da dificuldade em se fazer divulgação de qualidade
Aliás, costumo dizer pros meus alunos, quando me perguntam "o que é alguma coisa" que , pelo menos na física, o que "é" uma coisa, é menos importantes do que como essa coisa se comporta.
O problema é até onde ele vai com a última parte:
"...Physics concerns what we can say about nature..."
Se bem me lembro, o Bohr chegava ao ponto de afirmar (principalmente quando começaram a surgir ressalvas conceituais à mecânica quântica) que só poderíamos "fazer certas perguntas à natureza" e teríamos de nos conformar que para outras perguntas não teríamos respostas...
[1]ainda que o desenvolvimento da matemática tenha sido, a priori, inspirada pela interpretação.
Um argumento que, penso eu, é mortal para essa interpretaçao é o da "mediçao nula". Isto é, quando o dado da "observaçao" é a nao-detecçao de uma partícula. Mas você deve estar por dentro.
É mesmo.