Pessoas ecléticas na verdade não sabem distinguir coisas.
Como já dizia o grande guru Frank Zappa: "A maioria das pessoas não reconheceria boa música nem que ela viesse mordê-las na bunda."
Eu tenho um gosto abrangente, porém seletivo.
Eu gosto de música erudita em geral, embora atualmente prefira abordagens mais "modernas" (nem tão modernas), ou experimentais, como Edgar Varisè e Karlhienz Stockhausen. Tenho menos afeição pelo período romântico, embora reconheça o virtuosismo de muitos dos seus músicos.
Sou apaixonado por Jazz, do Swing e do Beep Bop até o Third Stream. Mas os estilos que mais me fascinam são o Cool, o Free e principalmente o Fusion (incluiria o Modal). Excelentes recomendações nessas áreas são os eternos Coltrane e Miles Davis, Hermeto Pascoal, Chick Corea e a banda Return to Forever, a banda Weather Report (principalmente com a chegada do Jaco Pastorius) e a fantástica banda Mahavishnu Orchestra. Também recomendo o Jazz-rock (fusion) de Frank Zappa pós-Mothers of Invention (não que a fase Mothers of Invention seja ruim, mas não se trata efetivamente de Jazz).
Blues também é muito bom, embora eu goste muito do blues tradicional e dos vocais femininos dos anos 30 e 40, eu tenho maior afeição pela abordagem por assim dizer recente, de nomes como Johnny Winter e Jeff Beck.
E rock de elevada qualidade obviamente, não essa porcaria manufaturada voltada para consumo descartável das massas que é servida hoje em dia por emissoras como MTV, e formatada para padrões radiofônicos tão temívieis quanto jingles das Casas Bahia. O rock morreu, e seria digno da nossa parte enterrá-lo, e sempre que possível lembrar bons momentos seus, da sua infância (anos 50: Elvis, Bo Diddley, Little Richards, Jerry Lee Lewis), juventude (anos 60: Beatles, The Who, Rolling Stones, Pink Floyd, Velvet Underground, Jefferson Airplane, MC5, Kinks, Moody Blues, The Doors entre vários outros), e sua morte ao atingir a maturidade nos anos 70, que ainda viu surgir, como canto do cisne, belas bandas de rock progressivo (King Crimson, Yes, Van der Graaf Generator, ELP, Gentle Giant, Premiata, Banco, ...) e hard (Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Mountain,...). Estou usando reticências já que não poderia tentar listar todos os que são dignos de serem listados, pois cometeria injustiças.
O restos mortais do que um dia foi o rock hoje atendem por nomes profanos como pop, metal (e derivados), punk (hardcore e derivados), rap, hip-hop etc...
Estaria sendo injusto se não comentasse a respeito do cenário brasileiro, que produziu algumas poucas pérolas nos anos sessenta e setenta, as quais destaco principalmente os Mutantes e acima de tudo os Secos e Molhados.