Tópico: Seguro contra coisas inexistentes - é ou deveria ser legal?

[Buckaroo Banzai]

Uma seguradora pode inventar alguma coisa qualquer, como seguro contra doenças causadas por aranhas aladas paulistas, e vender esse seguro em SP?

E, aos fundamentalistas do livre mercado, deveria poder fazer algo do tipo? E esse tipo de golpe simplesmente acabaria sendo coibido por pressão popular via mercado? Ou não é nem um "golpe", é só uma forma de ganhar dinheiro, não diferente de vender um terço para quem acredita no poder das orações, e válida como qualquer uma que não use violência?

[uiliníli]

Já me diverti bastante lendo o manual da minha seguradora, tem um monte de coberturas sem noção, por exemplo, se quisesse eu poderia cobrir a minha casa contra maremotos. Detalhe: Moro a mais de 300 km do litoral e 800 metros de altitude... Não é algo inventado ou inexistente, mas é completamente absurdo. Só que essa esquisitisse não aumentaria em muito o preço da anuidade.

[Rodion]

Uma seguradora pode inventar alguma coisa qualquer, como seguro contra doenças causadas por aranhas aladas paulistas, e vender esse seguro em SP?

teoricamente um contrato que tenha objeto impossível é inválido, mas um ataque de aranhas aladas paulistas não é impossível... só improvável. muito, muito, muito improvável. ao ponto de ser impossível. hehehe acho que um contrato de seguro assim seria inválido.
já o maremoto é improvável.. mas pelo menos não é uma improbabilidade quântica.

E, aos fundamentalistas do livre mercado, deveria poder fazer algo do tipo? E esse tipo de golpe simplesmente acabaria sendo coibido por pressão popular via mercado? Ou não é nem um "golpe", é só uma forma de ganhar dinheiro, não diferente de vender um terço para quem acredita no poder das orações, e válida como qualquer uma que não use violência?

eu não sou um fundamentalista de livre mercado mas acho que algo assim deveria, sim, ser lícito. o argumento não é complexo; se eu tenho medo de aranhas aladas e alguém está disposto a me segurar contra elas, ninguém deve tutelar meus interesses pois deles sei muito mais do que qualquer outra pessoa. e um seguro assim não seria de todo inútil; serviria ao menos para me acalmar.

[FxF]

Isso acontece em games. Games que ainda não foram lançados e ninguém sabe se vai ser, mas os sites já fazem pré-venda.

Sim, totalmente permitido. É o mesmo que vender poder religioso na Igreja. Se algo existe ou não, cabe ao comprador decidir, o dinheiro é dele, ele enfia o dinheiro dele no orifício que assim desejar.

Além do mais, um seguro em si se baseia na improbabilidade. Hora, vocês tem seguro de vida...

[Herf]

eu não sou um fundamentalista de livre mercado mas acho que algo assim deveria, sim, ser lícito. o argumento não é complexo; se eu tenho medo de aranhas aladas e alguém está disposto a me segurar contra elas, ninguém deve tutelar meus interesses pois deles sei muito mais do que qualquer outra pessoa. e um seguro assim não seria de todo inútil; serviria ao menos para me acalmar.

Concordo

[West]

CitarUma seguradora pode inventar alguma coisa qualquer, como seguro contra doenças causadas por aranhas aladas paulistas, e vender esse seguro em SP?

teoricamente um contrato que tenha objeto impossível é inválido, mas um ataque de aranhas aladas paulistas não é impossível... só improvável. muito, muito, muito improvável. ao ponto de ser impossível. hehehe acho que um contrato de seguro assim seria inválido.
já o maremoto é improvável.. mas pelo menos não é uma improbabilidade quântica.

Sem falar na ilicitude, não do objeto (cobertura) em si, mas da prática. Constituiria enriquecimento sem causa.