7/01/2008 - 11h38
Reino Unido autoriza a criação de embriões híbridos de humanos e animais
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da Efe, em Londres
O órgão regulador de fertilidade e embriologia do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (17) que deu sinal verde à criação de embriões híbridos, que combinam DNA de animais e seres humanos, destinados à pesquisa com fins terapêuticos.
A HFEA (Autoridade para a Fecundação e Embriologia Humanas) informou que deu autorização a duas equipes de cientistas para aplicar uma medida que, segundo os médicos, pode ajudar a conseguir tratamentos para curar algumas doenças.
Cientistas da King's College London e da Universidade de Newcastle foram autorizados a injetar DNA humano em óvulos de vacas, de forma a criar embriões híbridos que são 99,9% humanos.
A intenção é utilizar essas células nas pesquisas para tratamentos de doenças como mal de Parkinson. A expectativa é extrair células embrionárias e com elas combater doenças neurodegenerativas e até mesmo graves lesões da medula espinhal
Os embriões, entretanto, não podem ser utilizados diretamente para tratamento e não devem ser implantadas em úteros.
O órgão já tinha antecipado em setembro do ano passado que autorizaria a princípio essa prática, embora sua aprovação plena não tenha sido consumada até agora, após ter feito várias consultas que indicam que os cidadãos aceitam essa idéia.
As pesquisas de opinião realizadas indicam que 61% dos britânicos é a favor da criação desses embriões mistos, frente a apenas 25% que se opõem, com destaque para os grupos religiosos.
Segundo a HFEA, ambas solicitações "satisfazem todos os requerimentos da lei", por isso que se concedeu a ambos os centros universitários "autorizações de pesquisa de um ano".
Caso a caso
Outros centros que desejem fazer pesquisas similares terão que enviar igualmente a solicitação ao regulador, que analisará cada caso e tomará uma decisão.
Segundo seus defensores, o uso de óvulos de animais permitirá resolver a escassez de seus equivalentes humanos ao fornecer uma fonte quase inesgotável de células-tronco.
Os inimigos da prática alegam que com elas se elimina a distinção que, na sua opinião, existe entre o ser humano e o animal e denunciam que os embriões assim criados são destruídos uma vez que se extraem deles as células-tronco.
fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u364431.shtmlPostei aqui porque acho que já é mais uma questão política e ética do que apenas ciência.
Eu me lembro de ter lido o Richard Dawkins mencionar sobre criar um híbrido homem-macaco como um interessante estudo de caso.
A notícia acima não diz sobre criar tais seres, mas vai ocasionar reações de vários grupos.