As pesquisas de psicologia revelam que as coisas mais sutis podem ter efeito nos nossos julgamentos. Alguns exemplos: pessoas que vão fazer uma doação, mesmo diante de olhos obviamente desenhados na frente da urna, tendem a doar quantias maiores sob esses olhares; pessoas que seguram por alguns momentos uma xícara de café quente tendem depois a julgar outras pessoas como mais metaforicamente "quentes"/amigáveis, do que se tivessem segurado uma xícara de café fria, situação na qual tenderiam a julgar a pessoa como "fria" e egoísta; pessoas jogando jogos do tipo "monopólio" (acho) tendem a ser mais "sérias" com o modo como gastam o dinheiro do jogo se estiverem jogando numa sala onde esteja a vista uma maleta (meio que simbolizando o "mundo dos negócios"), se comparado a uma sala onde tem no mesmo lugar uma mochila (mais informal). Pessoas que lêem questionários com palavras que lembram sutilmente de coisas relacionadas a velhice, coisas tão sutis quanto "Flórida" (estado dos EUA onde vivem muitas pessoas de idade aposentadas) fazem com que as pessoas inconscientemente encarnem um tipo de "estado de espírito" idoso. Dissonância cognitiva, observações seletivas confirmando as crenças pré-estabelecidas, etc. Tudo isso é muito natural.
Ao mesmo tempo, estamos sendo governados por pessoas que são também passíveis desses erros de avaliação, eleitas por milhares ou milhões de pessoas com as mesmas susceptibilidades... também tem o mercado e etc...
Receita para o desastre, ou os números elevados de pessoas fazendo as decisões e os processos burocráticos corrigem esses problemas eficientemente?