Preservação das espécies e ecossistemasBisões são bovídeos americanos razoavelmente similares aos bois usados como gado em muitos sentidos, mas foram praticamente extintos num período bem curto. No século dezenove, as pessoas passavam de trem ao lado das manadas nas quais atiravam pelas janelas dos vagões janelas mantando os animais como uma forma sádica de diversão, sem que fossem aproveitados para qualquer outra coisa.
Esse cenário é praticamente impensável com cabeças de gado que tenham seus proprietários, porque, pela lei, as pessoas não podem simplesmente sair atirando no gado das pessoas. Talvez então, se os bisões tivessem tido donos, sua população não teria declinado até o nível que declinou, não precisando dos esforços conservacionistas de iniciativa privada de um indivíduo, James "Scotty" Phillip.
Numa segunda nota de memória falha, me lembro de uma manchete de algo como que, reservas indígenas preservam tanto quanto zonas de conservação "pura"; acho que foi a Anna que postou essa notícia em algum fórum.
Será que a propriedade privada das riquezas naturais, de modo geral, não seria uma maneira mais eficaz de preservação? Por exemplo, será que a proteção que há para com o gado bovino e outros, não poderia existir também para elefantes? Atualmente não são de ninguém, e são mortos aos montes, indiscriminadamente, para extração de marfim de alguns indivíduos - causando inclusive a diminuição das presas dos elefantes via seleção "natural", agravando ainda mais a situação, já que agora o marfim é mais raro, logo mais valioso, e mais elefantes tem que ser mortos para que se possa ter a mesma quantidade.
Eu não sei muito a respeito, mas me parece que os crocodilos são um caso um tanto similar ao que poderia ser com os elefantes; na Flórida, quase foram extintos para fabricação de bolsas e etc, mas isso levou a valorização e então as pessoas começaram a criá-los comercialmente, o que elevou as suas populações (se não me engano é mais ou menos isso).
Eu não sei bem como pensam que poderia ocorrer com indivíduos de espécies migratórias e os oceanos. Acho que talvez fosse mais ou menos como se diversas pessoas fossem acionistas, ou algo parecido.
Meio ambiente limpoNos EUA, nos idos do século XVII/XVIII, se não me engano, se uma dona de casa estivesse lavando as roupas e essas ficassem sujas pela fumaça da chaminé de uma fábrica, ela podia ir a justiça e denunciar isso, e a fábrica era obrigada a dar um jeito, o que era resolvido geralmente com chaminés mais altas, jogando a fumaça para mais longe. Apesar de ser rudimentar, parece um embrião promissor de uma forma de defesa do meio ambiente mais eficiente do que a que temos.
Conforme a população crescesse, apenas aumentar a chaminé eventualmente não adiantaria, e as fábricas seriam obrigadas, para respeitar o ar das outras pessoas, a dar um jeito de sujar menos o ambiente para não serem processados. Vejo alguma dificuldade aqui em se determinar quem é que está sujando o ar, uma vez que haveriam diversas fábricas e a fumaça se misturaria e se dispersaria, mas acho que isso talvez pudesse ser contornado, como com talvez a obrigatoriedade da implementação de "marcadores" (ou mera deteção, caso eles já existam de certa forma) da fumaça, ou algo assim. Também vejo o possível problema de, digamos, uma corporação muito poluente simplesmente ter dinheiro para comprar um rio, lago, ou parte do mar e sujar o quanto quiser. Por outro lado talvez seja meio duvidoso que as pessoas quisessem vender, se usassem a água ou soubessem que seria esse o fim. Também teria a questão sobre se alguém poderia em algum segmento de um rio fazer uma barragem para conter a água, fazendo com que o restante seja praticamente apenas uma vala ou um córrego com uma fração muito menor da água que tinham antes.
Mas fora isso, defendem os ambientalistas libertários, o livre-mercado teria incentivado tecnologias mais ecológicas e não teríamos os problemas que temos hoje. Walter Block acha que não haveria risco até do buraco na camada de ozônio, por exemplo, porque o aumento de radiação seria um tipo de agressão e os responsáveis deveriam ser punidos e etc. Eu concordo em parte, mas também vejo problemas adicionais. Nesse caso da camada de ozônio e coisas similares, a "agressão" é dispersa e tardia. Geralmente é necessário uma projeção do que irá acontecer. Como por exemplo, o buraco da camada de ozônio mesmo, teve o seu aumento contido antes de continuar aumentando pela adesão ao protocolo de Montreal. Ele começou a regredir levemente, mas ainda não tivemos efeitos catastróficos que alguns talvez requisitassem como justificativa para medidas de reparo. Talvez se pudesse fazer uma analogia com um bêbado no volante, que não pode dirigir, independentemente de não ter atropelado ou batido ainda, mas apenas por uma risco considerável de fazê-lo pelo que se sabe dos efeitos do álcool sobre o cérebro. Ou se talvez a camada de ozônio em si fosse privatizada

Também há um tanto a questão de disparidades de poder, como no caso relatado no filme da Erin Brockovich e similares. Mas pode ser usado para os dois lados, de certa forma, uma vez que as pessoas conseguiram alguma forma de restituição, mas precisa haver ainda o governo para aplicar a justiça. Ainda nas disparidades de poder, há a questão dos grandes poluidores e quem realiza os estudos imparciais; por outro lado, nas recentes questões ambientais, governos, como a administração Bush jr. e o governo da China, foram igualmente ou até mais responsáveis por deturpar a ciência em prol de uma "agenda", sendo o governo Bush jr. consistentemente anti-científico em diversos sentidos, como no caso de evolução e reduzir o acesso de informações sobre métodos contraceptivos ao público.
Numa nota paralela, possivelmente totalmente não relacionada, ouvi dizer que na Rússia houve uma lei que obrigava a fábricas que usassem a água de rios, a despejar a água "antes" do ponto em que captavam, assim, se quisessem captar água limpa, teriam que despejar água limpa. Nem sei se isso é verdade.
Reciclagem e lixoUm problema que os ambientalistas comumente apontam é que coisas mais nocivas para o ambiente são muitas vezes favorecidas pelo mercado por serem mais baratas do que as outras opções, que seriam mais caras. Defensores do livre-mercado dizem que isso é uma falha do mercado, ao estatizar o saneamento básico, para onde vai o lixo. Se houvessem depósitos de lixo privados, eles defendem, os seus donos teriam diferentes tarifas de acordo com os tipos de lixo mais nocivos para o seu terreno, porque os tipos de lixo mais nocivos diminuem o valor de venda do terreno. Isso eventualmente teria algum impacto no valor dos produtos na outra ponta, uma sacola de papel, supostamente mais ecologicamente correta por ser biodegradável, seria mais barata do que sacolas de plástico, porque elas, ainda que fossem mais ou igualmente baratas na compra, seriam mais caras para nos livrarmos delas.
Segundo eles, isso não ocorre com a situação onde o governo cuida do lixo, e não tem prejuízos ou interesses no tipo de lixo que aceita no terreno, podendo aceitar qualquer tipo de lixo pelo mesmo preço, não havendo incentivo em termos de custo, de valores reais, para produção mais limpa.
Média: * [Econtalk] Yandle on the Tragedy of the Commons and the Implications for Environmental Regulation
October 29, 2007, Featuring Bruce Yandle - Bruce Yandle of Clemson University and George Mason University's Mercatus Center looks at the tragedy of the commons and the various ways that people have avoided the overuse of resources that are held in common. Examples discussed include fisheries, roads, rivers and the air. Yandle talks with EconTalk host Russ Roberts about the historical use of norms, cooperative ventures such as incorporating a river, the common law, and top-down command-and-control regulation to reduce air and water pollution.
Download MP3 (38.7 MB)* [Mises.org] Walter Block - Environmental Problems, Libertarian Solutions - Recorded at the 1990 ISIL World Libertarian Convention [54:48] (MP3, 102MB)