Autor Tópico: Vai uma auto-ajuda aí?  (Lida 1964 vezes)

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Offline Eu

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Vai uma auto-ajuda aí?
« Online: 20 de Fevereiro de 2008, 20:51:31 »
segunda-feira, 29 de maio de 2006

Vai uma auto-ajuda aí?
Vida de escritor é a maior delícia. Você passa os dias de chinela e pijama, trabalhando em casa enquanto faz cafuné no cocuruto do seu gato gordo – e olha que a tal residência pode ser uma choupana na floresta, uma mansão frente à praia ou um simples apê gigante em Manhattan. Daí você faz suas pesquisas por alguns meses, atira tudo no computador, vende o original para uma boa editora e enche a burra de dinheiro. Ah, claro: esqueci de dizer que essa é a deliciosa vida de um escritor de auto-ajuda.

Antes que alguém atire uma brochura do Seo Lair Ribeiro ou grite “não mexa no queijo”, eu já faço os avisos. Não sou contra o gênero literário e tampouco prego a extinção da espécie. Acredito mesmo no poder de dar idéias para ajudar os leitores. E fico especialmente risonha ao ver que as obras costumam ser muito bem humoradas. Em particular, nos títulos.

É verdade, não são escritas com tanto apuro quanto um volume de Shakespeare. Nem levam a carga emocional dos romances de Nabocov. Mas são capazes de estar por toda a prateleira dos mais vendidos semana após semana. Também, quem não quer ler “Você Pode Influenciar Pessoas” ou “A Cura pela Meditação”? Quer dizer que podemos mandar e fazer todo mundo obedecer? Ou dar fim em bico de papagaio apenas com a força da mente? Tudo isso lendo um livro? Tô dentro.

Não é como aquele e-mail safado que entra na caixa postal prometendo ensinar inglês durante a soneca. Os livros de auto-ajuda foram elaborados durante um bom tempo, em geral por psicólogos, médicos ou professores de renome e certificado na parede. Talvez não funcione para 100% das pessoas, mas se ajeitarem a vida de dois ou três, já vale a tinta.

O que me intriga é que não parece ser lá muito difícil cooptar o leitor. É tudo questão de um bom enunciado. O sujeito está a ponto de jogar tudo para o alto, vender o carro e sair de casa. Então vê na livraria um volume de “Não Leve a Vida Tão a Sério” por apenas 15 pilas. Se ele pagar a quantia e levar a obra para casa, é porque já está 2/3 convencido. Vai virar um relaxado, o marmanjo. Eis o poder da auto-ajuda: dar um pontapé naqueles pré-dispostos a tirar o pé da lama.

É um gênero muito democrático também. Nem só os que perderam a vontade de sair da cama podem ser ajudados. Tem livro para executivos em crise, como “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes” (que, eu desconfio, não contém um tópico chamado “comprar livros que ensinem a ser assim”). Existem outros para os inimigos da balança, tipo “Mulheres Francesas Não Engordam” (não deve ter a foto da Brigitte Bardot na capa, porque ela anda bem bochechuda).

Tem livro para mãe de primeira viagem – de nome “O Poder da Paciência”, mas que imagino ter o subtítulo oculto de “Tente Não Espancar o Maldito Pivete”. Tem livro para a namorada em desespero (“Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor”, já um clássico). Tem livro para quem gosta de arrastar móveis (“Arrume Sua Bagunça com o Feng Shui”; se bem que paninho e aspirador podem ajudar também).

Ninguém fica de fora, os livros podem ajudar a qualquer um. Particularmente, tenho muita curiosidade para saber o que se descobre lendo “O Que Podemos Aprender com os Gansos” ou “Jesus, O Maior Psicólogo que Já Existiu”. Aquelas aves mal-humoradas só podem nos ensinar a morder e correr atrás de humanos invasores. Já sobre o Filho do Homem, ninguém define sequer como era seu rosto e agora vêm dizer que ele fez faculdade? Ora essa.

Também decidi que preciso muito ler “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos” – que, óbvio, não deve ter sido escrito por Ronaldo e Cicarelli. Fico é pensando se esse terá um volume dois chamado “Como Tomar de Volta o Que Aquela Vadia Roubou no Divórcio”. Ou um volume três “Descubra as Contas que Aquele Cachorro Mantinha na Suíça”.

Não deve fazer mal abraçar qualquer dessas brochuras um dia na vida, ué. Eu sei, são óbvios na maioria, entitulando-se com frases tolas e batidas como “Nada é Por Acaso”, “Nunca Desista dos Seus Sonhos” ou “Você é Insubstituível”. Faz favor, eu também posso escrever páginas e mais páginas enroladoras falando de tudo isso. Pois se posso escrever um texto enrolador falando de livros de auto-ajuda...

Só fico mesmo admirada e invejosa do tal Howard C. Cutler, que fez uma joint-venture com ninguém menos que o Dalai Lama para escrever seu livro. Da parceria saiu “A Arte da Felicidade: Um Manual para a Vida”, que vende feito pão quente desde 2001. O senhor Cutler acredita que, em 364 páginas de papel, pode-se aprender o caminho para viver na mais perfeita alegria. Não sei se é verdade. Mas sei que ele deve ter se tornado um homem realmente feliz ao escrever vestindo chinela e pijama em sua choupana na floresta.



http://garotasquedizemni.ig.com.br/archives/001787.php

rizk

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #1 Online: 20 de Fevereiro de 2008, 21:17:04 »
(eu gostei muito do "a arte da felicidade" e realmente me ajudou em uma boa meia dúzia de coisas)

Offline Dbohr

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #2 Online: 20 de Fevereiro de 2008, 22:00:06 »
Eu tenho uma curiosidade mórbida de ler a série "Jesus, o maior [entre com profissão aqui] que já existiu". Devem ser o quê, quatro, cinco livros agora?

Danieli

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #3 Online: 20 de Fevereiro de 2008, 22:10:14 »
Eu tinha uma queda drástica por livros do tipo "Mulheres inteligentes escolhas erradas" "Homem cobra Mulher polvo". Notando que ler (e pagar) pelo óbvio. Prefiro desde então a minha inteligência.
A propósito, tenho os livros guardados, resolvi não vender a sebo algum, a minha linhagem precisa saber como esculpi minha cultura literária. :D


rizk

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #4 Online: 20 de Fevereiro de 2008, 22:34:49 »
Eu tinha uma queda drástica por livros do tipo "Mulheres inteligentes escolhas erradas" "Homem cobra Mulher polvo". Notando que ler (e pagar) pelo óbvio. Prefiro desde então a minha inteligência.
A propósito, tenho os livros guardados, resolvi não vender a sebo algum, a minha linhagem precisa saber como esculpi minha cultura literária. :D



Eu tenho o "homens fazem sexo, mulheres fazem amor". Nunca nada me revoltou tanto quanto esse livro.

Offline Eu

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #5 Online: 20 de Fevereiro de 2008, 22:52:58 »
Eu tenho uma curiosidade mórbida de ler a série "Jesus, o maior [entre com profissão aqui] que já existiu". Devem ser o quê, quatro, cinco livros agora?


Isso porque voce nao leu a série do Augusto Cury, tem até "Maria: a maior educadora da história", chegou a chegar em nono lugar na lista dos mais vendidos.
« Última modificação: 20 de Fevereiro de 2008, 22:55:30 por waldon »

Luz

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #6 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 11:13:05 »
Eu tinha uma queda drástica por livros do tipo "Mulheres inteligentes escolhas erradas" "Homem cobra Mulher polvo". Notando que ler (e pagar) pelo óbvio. Prefiro desde então a minha inteligência.
A propósito, tenho os livros guardados, resolvi não vender a sebo algum, a minha linhagem precisa saber como esculpi minha cultura literária. :D



Eu tenho o "homens fazem sexo, mulheres fazem amor". Nunca nada me revoltou tanto quanto esse livro.

Apesar dos meus resultados nos textes do livro terem dito, com todas as letras, que sou quase um homem  :hmph:  eu até que gostei. Já ajudei uns três casais, emprestando o livro às mulheres.  :P

Elas, finalmente, entenderam que os homens não são como as mulheres.  :D

Interprete...  ::)

Offline Ricardo RCB.

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #7 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 11:16:01 »
Respondendo ao título do tópico.

Auto ajuda? Hoje não, obrigado, passa dia 30/02 que a gente conversa.
“The only place where success comes before work is in the dictionary.”

Donald Kendall

Danieli

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #8 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 11:21:42 »
Eu tenho o "homens fazem sexo, mulheres fazem amor". Nunca nada me revoltou tanto quanto esse livro.

Apesar dos meus resultados nos textes do livro terem dito, com todas as letras, que sou quase um homem  :hmph:  eu até que gostei. Já ajudei uns três casais, emprestando o livro às mulheres.  :P

Elas, finalmente, entenderam que os homens não são como as mulheres.  :D

Interprete...  ::)

Yeap, os meus também Luz. Acabei de ler o livro me sentindo "O Macho". Que coisa estranha. Mas eu doei o livro de uma vez a uma colega, fiquei meio indignada com aquilo.

Offline zizu

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #9 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 11:53:15 »
É com muita vergonha que admito que li Quem mexeu no meu queijo? :vergonha: ... É um lixo imprestável, verdadeiro desperdício de papel. O livro tem 100 páginas com letras semi-garrafais e figuras de página inteira (parece literatura infantil) e o autor conta uma "parábola" para mostrar a importância de aceitar mudanças. Muito pior do que eu imaginava, mas só li porque ganhei de presente Eu mexi no seu queijo, uma sátira escrita por um articulista do New York Times, e achei entenderia melhor se tivesse lido o livro satirizado.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #10 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 11:56:36 »
Eu tinha uma queda drástica por livros do tipo "Mulheres inteligentes escolhas erradas" "Homem cobra Mulher polvo". Notando que ler (e pagar) pelo óbvio. Prefiro desde então a minha inteligência.
A propósito, tenho os livros guardados, resolvi não vender a sebo algum, a minha linhagem precisa saber como esculpi minha cultura literária. :D



Eu tenho o "homens fazem sexo, mulheres fazem amor". Nunca nada me revoltou tanto quanto esse livro.

Apesar dos meus resultados nos textes do livro terem dito, com todas as letras, que sou quase um homem  :hmph:  eu até que gostei. Já ajudei uns três casais, emprestando o livro às mulheres.  :P

Elas, finalmente, entenderam que os homens não são como as mulheres.  :D

Interprete...  ::)

Pois eu gostei do "homens fazem sexo, mulheres fazem amor". Achei instrutivo. Só não tem um pingo de rigor.

Sobre o "Jesus, o maior [insert job] do mundo", eu teria curiosidade de ler é:
"Jesus, o melhor jogador de fliperama do mundo",
ou
"Jesus, o melhor centro-avante do mundo" :).

Tem também aquele:

"Como sequestrar, torturar e executar aquele fdp que mexeu na p***a do seu queijo."
Autor: Cpt. Nascimento.
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Offline Ricardo RCB.

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #11 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 11:59:32 »
É com muita vergonha que admito que li Quem mexeu no meu queijo? :vergonha: ... É um lixo imprestável, verdadeiro desperdício de papel. O livro tem 100 páginas com letras semi-garrafais e figuras de página inteira (parece literatura infantil) e o autor conta uma "parábola" para mostrar a importância de aceitar mudanças. Muito pior do que eu imaginava, mas só li porque ganhei de presente Eu mexi no seu queijo, uma sátira escrita por um articulista do New York Times, e achei entenderia melhor se tivesse lido o livro satirizado.

Vergonha? Por que? Você ganhou de presente, afinal de contas.

Mas se ainda sente vergonha por ter lido, agora tem que se penitenciar. Leia O Hobbit, O Senhor dos Anéis, depois vá e não peque mais. (já falaram isso umas duas vezes para mim hoje).  :lol:



Pois eu gostei do "homens fazem sexo, mulheres fazem amor". Achei instrutivo. Só não tem um pingo de rigor.

Sobre o "Jesus, o maior [insert job] do mundo", eu teria curiosidade de ler é:
"Jesus, o melhor jogador de fliperama do mundo",
ou
"Jesus, o melhor centro-avante do mundo" :).

Tem também aquele:

"Como sequestrar, torturar e executar aquele fdp que mexeu na p***a do seu queijo."
Autor: Cpt. Nascimento.

:histeria:

Vem com um saco de brinde? :lol:
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Donald Kendall

Offline zizu

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #12 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 12:33:29 »
Citação de: Ricardo B.
Vergonha? Por que? Você ganhou de presente, afinal de contas.

Ainda assim não justifica. :D
Vou seguir sua sugestão e me purificar.

Citação de: Dr. Manhattan
"Como sequestrar, torturar e executar aquele fdp que mexeu na p***a do seu queijo."
Autor: Cpt. Nascimento.

 :histeria:

Danieli

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #13 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 16:49:33 »
Vergonha? Por que? Você ganhou de presente, afinal de contas.

Mas se ainda sente vergonha por ter lido, agora tem que se penitenciar. Leia O Hobbit, O Senhor dos Anéis, depois vá e não peque mais. (já falaram isso umas duas vezes para mim hoje).  :lol:

Que que tem O Hobbit e O Senhor dos Anéis?
Só porque é longo, tenebroso de ler e cansa (eu gostei mas cansou)
Nada a ver meu! :P

Offline Dodo

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #14 Online: 21 de Fevereiro de 2008, 18:07:52 »
Até agora não li nenhum livro de auto-ajuda.


Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline Ricardo RCB.

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #15 Online: 22 de Fevereiro de 2008, 11:01:32 »
Vergonha? Por que? Você ganhou de presente, afinal de contas.

Mas se ainda sente vergonha por ter lido, agora tem que se penitenciar. Leia O Hobbit, O Senhor dos Anéis, depois vá e não peque mais. (já falaram isso umas duas vezes para mim hoje).  :lol:

Que que tem O Hobbit e O Senhor dos Anéis?
Só porque é longo, tenebroso de ler e cansa (eu gostei mas cansou)
Nada a ver meu! :P

Ele tem que ler como penitência por ter lido Quem mexeu no meu queijo :lol:
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Donald Kendall


Danieli

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #17 Online: 24 de Fevereiro de 2008, 16:30:02 »
Até agora não li nenhum livro de auto-ajuda.

Leia algum do Cury, você vai AMAR!

Ele tem que ler como penitência por ter lido Quem mexeu no meu queijo :lol:

É pouco. Tem que ler Guerra e Paz e fazer uma síntese de 15 linhas :P`

Offline Ricardo RCB.

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Re: Vai uma auto-ajuda aí?
« Resposta #18 Online: 25 de Fevereiro de 2008, 10:46:58 »

Ele tem que ler como penitência por ter lido Quem mexeu no meu queijo :lol:

É pouco. Tem que ler Guerra e Paz e fazer uma síntese de 15 linhas :P`

Que maldade. :lol:
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