Autor Tópico: Cofre do fim do mundo  (Lida 484 vezes)

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Offline Aronax

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Cofre do fim do mundo
« Online: 25 de Fevereiro de 2008, 12:14:02 »
"Cofre do fim do mundo" vai proteger sementes

Um cofre que visa abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício está sendo inaugurado na Noruega, já no Círculo Ártico.


Apelidada de o "cofre do fim do mundo", a Caixa Forte Internacional de Sementes, uma joint-venture da Noruega e da ONU, foi construída em uma ilha remota, Svalbard, em uma parceria entre o governo norueguês e a Organização das Nações Unidas (ONU).

A caixa forte, que começou a ser construída em março de 2007, fica a uma profundidade de 120 m dentro da montanha de Spitsbergen, uma das quatro ilhas que compõem Svalbard.

O diretor do projeto, Kerry Fowler, afirmou que a iniciativa visa salvaguardar a agricultura mundial no caso de catástrofes futuras, como guerras nucleares, queda de asteróides e mudanças climáticas.

"Este é o plano B, a rede de segurança, a política de seguro. E sabemos que grande parte da diversidade está sendo perdida mesmo em bons bancos genéticos", disse.
Bilhões

Ao construir uma caixa forte dentro da montanha, o solo permanentemente gelado continuaria a fornecer refrigeração natural em caso de falha do sistema mecânico, explicou Fowler.

A Caixa Forte Internacional de Sementes é composta por três câmaras com a capacidade de guardar 4,5 bilhões amostras de sementes.

O professor Tore Skroppa, diretor do Instituto de Florestas e Paisagens da Noruega, que também participa do projeto, afirma que a mudança climática é um dos motivos da criação do banco de sementes, mas não é o único.

O professor disse à correspondente da BBC em Svalbard, Sarah Mukherjee, que mais de 40 países tiveram parte ou a totalidade de seus bancos de sementes destruídos nos últimos anos.
Seja devido à guerra, como no Afeganistão e Iraque, ou devido a inundações ou outros desastres naturais, como nas Filipinas.

Embora a caixa forte norueguesa tenha sido projetada para proteger espécies de acontecimentos catastróficos, ela pode ser usada também como fonte de realimentação de bancos de sementes nacionais.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2600971-EI238,00.html
Uma verdade ou um ser podem ser vistos de vários pontos, porém a verdade e o ser estão acima de pontos de vista.

Offline Luiz Souto

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Banco Internacional de Sementes
« Resposta #1 Online: 09 de Março de 2008, 22:02:52 »
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Provisões para o futuro

Criação de banco internacional de sementes, no interior do Círculo Polar Ártico, materializa temor quanto a riscos de catástrofe natural ou de origem humana

Há muito tempo os astrônomos saíram de trás das oculares. Eles investigam o Universo a partir de terminais de computadores que analisam os dados coletados. Edwin Powell Hubble (1889-1953) talvez seja um dos últimos a ter sua imagem associada diretamente ao corpo de um telescópio.

Com sir Martin Rees, cosmólogo, professor da Cambridge University e astrônomo real, isso nunca aconteceu. Ele não é um observador, mas um teórico e se ocupa da paciente tarefa de montar peças de um quebra-cabeça que os observadores recolhem para criar um quadro inteligível, um cenário capaz de indicar o ponto em que estamos num vertiginoso deslocamento pelo espaço-tempo.

Em fins de 2003 Martin Rees, que não é um catastrofista, publicou um livro emblemático, Our final hour, no qual estima em 50% as chances de a civilização humana ser extinta ainda neste século.

Previsões exóticas feitas por cientistas de prestígio e que jamais se concretizaram não chegam a ser novidade na história da ciência. Basta um único exemplo para comprovar esse ponto de vista: os métodos propostos para contatar uma possível civilização em Marte, entre a segunda metade do século 19 e o início do século passado. Houve quem recomendasse, por exemplo, o cultivo de plantas de diferentes tonalidades nas grandes estepes da Rússia sugerindo o teorema de Pitágoras, coisa que deveria ser facilmente interpretada pelos marcianos. A idéia foi de Karl F. Gauss.

Exotismo?

Claro, mas nem tanto. Considere esta outra hipótese: cavar enormes valetas, preenchê-las com querosene e, com Marte visível no céu, atear fogo ao combustível de forma que sinalizasse a presença de vida inteligente por aqui. A sugestão foi do astrônomo austríaco Joseph von Littrow.

Mas não é tudo. No início do século passado foi criado um prêmio de 100 mil francos franceses para quem estabelecesse contato com qualquer civilização fora da Terra, com uma única exceção. Marte estava fora de premiação, já que o contato com habitantes desse planeta foi considerado fácil demais para tanto dinheiro.

O relato de Martin Rees, no entanto, tem consistência mais sólida que a mais sombria das previsões anteriores. Ele trabalha com recursos teóricos e práticos de última geração, coisas que permitem a manipulação de um volume de informação inédito na história da civilização. Isso significa dizer que, enquanto os astrônomos – do século 19 e meados do século 20 – enfrentaram dificuldades para decifrar a natureza das nebulosas – para muitos deles elas integrariam nossa própria galáxia, em vez de “universos-ilhas” como Kant as batizara –, Martin Rees e seus colegas teóricos são capazes de prodígios. Podem descrever com precisão de detalhes o nascimento do espaço e da matéria, quando o próprio tempo também nascia de uma singularidade.

Em seu Our final hour Martin Rees constrói cenários que remetem à ficção científica, mas um dia podem ser a própria realidade, quando a realidade de hoje seria lembrada como ficção.

Entre seus temores Martin Rees inclui eventos naturais, caso de supererupções vulcânicas – algo capaz de tornar opaca a atmosfera e com isso impedir a passagem da luz do Sol, inviabilizando a fotossíntese e nos levando de volta à longa noite do Cretáceo que eliminou os dinossauros. Além disso, há o risco de impacto de asteróides, sem falar de desastres provocados por humanos, caso de vírus desenvolvidos geneticamente para fins militares, terrorismo nuclear, conflitos nucleares e eventualmente a intervenção indesejável de máquinas inteligentes.

Para quem considera tudo isso uma montanha de inconsistência, a inauguração – em 26 de fevereiro passado – de um banco mundial de sementes, no interior do Círculo Polar Ártico, em território norueguês, pode soar como um frio chamado à realidade.

O arquipélago norueguês de Svalbard abriga o projeto mais ousado de preservação de vida vegetal, com estocagem prevista de 2 bilhões de sementes de todas as espécies vegetais cultivadas pela humanidade. Acondicionadas com técnicas de segurança máxima, essas sementes – que em caso de catástrofe poderão novamente fecundar a Terra ou um eventual outro planeta – estão protegidas mesmo de hecatombes nucleares.

“É o último refúgio das lavouras do mundo”, avalia Cary Fowler, diretor da Global Crop Diversity Trust, organização criada por um órgão de agricultura das Nações Unidas – FAO – que coordena o projeto em parceria com a Noruega.

As primeiras sementes do refúgio foram depositadas na manhã de 26 de fevereiro no Banco Internacional de Sementes – nome do abrigo – pelo premiê norueguês Jens Stoltenberg, acompanhado da ambientalista e Prêmio Nobel da Paz, a queniana Wangari Maathai.

O abrigo já recebeu um total de 100 milhões de sementes oferecidas por uma centena de países.

A escolha do sítio para alojar o Banco Internacional de Sementes não foi casual. Além de clima e geologia favoráveis a um empreendimento dessa natureza, o arquipélago de Svalbard está estrategicamente localizado para assegurar a integridade de seu tesouro vivo.

A versão vegetal da Arca de Noé, como a imprensa apelidou o projeto, está instalada no interior de uma escavação de 125 metros de comprimento e outros 70 metros de profundidade, prevista para ser mantida a uma temperatura de -200C. O abrigo foi construído ao longo dos últimos 11 meses antes de sua inauguração numa das montanhas de Longyearbyen – uma das cidades do arquipélago. Está selada com portas de aço, câmaras e detectores de movimento e será remotamente monitorada da Suécia.

As mudanças climáticas confirmadas como ocorrência irrefutável foram justificativas iniciais para o projeto, mas não as únicas. Quase meia centena de países já tiveram seus bancos de sementes des-truídos por guerras e/ou acidentes naturais, caso de inundações e tufões. Como se não bastasse, boa parte dos demais bancos está ameaçada por irregularidades nas verbas para sua manutenção.

A transferência de sementes para o banco gelado na Noruega está sendo viabilizada por um acordo entre o governo norueguês – proprietário do banco, país doador e proprietário do material estocado – e outros governos. Sementes transgênicas não poderão integrar esse patrimônio formado apenas por material selecionado pela Natureza, ainda que com a colaboração humana, ao longo de mais de 12 mil anos de práticas agrícolas.

A construção do Banco Internacional de Sementes, algo que nossos avós tenderiam a interpretar como ficção, custou US$ 9 milhões, bancados pela Noruega.

À medida que a era espacial se consolida têm surgido propostas da comunidade científica para estocagem de dados estratégicos na Lua, onde eventualmente podem ficar a salvo de um desastre natural ou de origem antrópica capaz de afetar profundamente a Terra. As naves Pioneer 10 e 11, e as igualmente gêmeas Voyager 1 e 2, que agora vagam pelas bordas do Sistema Solar, levam para o espaço sons como vozes humanas e de animais, incluindo o canto de baleias. Entre os sons humanos, Chuck Berry canta Johnny B. Goode.

Para quem acredita que Martin Rees passou dos limites, talvez valha a pena acrescentar que isso ainda não foi tudo. A propósito de tentativas de contato com eventuais inteligências extraterrestres – utilizando mensagens transmitidas por radiotelescópios, como fez pioneiramente o radioastrônomo americano Frank Drake, em meados dos anos 60 –, ele tem outra recomendação cautelosa: “Nunca dar o endereço de casa para desconhecidos”.
Escrito por blogdasciam às 09h34

Por curiosidade, alguem já leu o livro do Martin Rees?
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

 

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