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O macaquinho com pelo negro batizado cientificamente de Cacajao ayresi, ou uacari-do-aracá, vive na fronteira do Amazonas com a Venezuela. O novo símio foi descoberto por pesquisadores brasileiros e mostra que a biodiversidade da Amazônia pode ter muitas surpresas escondidas na manga.O artigo científico será publicado na revista International Journal of Primatology. Jean Boubli, que coordenou o estudo, disse que a descoberta ocorreu quase ao acaso, quando realizava uma expedição na área em que o primata vive. Os índios já o conheciam. Eles haviam comentado com o cientistas sobre este uacari (nome popular dos macacos do gênero Cacajao) de rabo preto. Em uma das expedições em que faziam enquanto desciam a serra do Aracá, com mais de mil metros de altitude, viram um grupo de uacaris, contou o carioca que trabalha na Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.Apesar do animal ser muito similar aos outros uacaris, a nova espécie mostrou características particulares e as suspeitas foram confirmadas através de análises de DNA. Era mesmo um animal novo que existe, possivelmente, há cerca de 500 mil anos. O novo animal é, assim como seus primos, um “predador de sementes”, como disse Jean. Além do pelo negro ele apresenta as costas avermelhadas. Pesa pouco mais de 2 kg e mede menos de 40 cm, mais uma cauda de quase 20 cm.A nova espécie tem risco de perigo de extinção, de acordo com o cientista. Ela ocupa uma área modesta para um macaco da Amazônia e possui baixa densidade populacional. Tanto os índios inanomâmis quando os caboclos o caçam e “Se acontecer alguma perturbação ambiental mais grave, ou se a caça aumentar muito, ele pode correr perigo”, disse Jean.