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As primeiras estrelas a aparecerem no Universo podem ter sido alimentadas por matéria escura, de acordo com cientistas dos EUA.Estrelas normais são abastecidas por reações de fusão nuclear, onde os átomos de hidrogênio se fundem para formar um tipo mais pesado de hélio. Mas quando o Universo era ainda jovem, deveria haver matéria escura abundante, feita de partículas chamadas de Wimps (acrônimo em inglês que significa Partículas Massivas com Inteiração Enfraquecida). Elas teriam se fundindo juntas e destruído uma a outra bem antes que a fusão nuclear tivesse chance de ocorrer.Como resultado as primeiras estrelas haveriam tipo aparências bem diferentes das que vemos hoje, e elas podem ter mudado o curso da evolução do Universo ou, ao menos, a atrasado.A teoria, publicada na revista Physical Review Letters, depende de partículas que os astrônomos não podem ver, mas tem certeza que existem, e os físicos nunca conseguiram detectar. Mas a evidência indireta de que ela existe é impressionante. “Partículas de material escura formam mais de três quartos da massa do Universo”, disse a física teórica Katherine Freese, da Universidade de Michigan.“Em realidade, bilhões delas estão passando através de nós a cada segundo.”No Universo primordial, teria havido ainda mais.Mudança de cursoA natureza das primeiras estrelas há muito tempo intrigam os astrônomos. Imediatamente após o Big Bang o Universo expandiu e esfriou, portanto por milhões de anos esteve repleto de estrelas escuras, que prescindiam de hidrogênio ou hélio e talvez contivessem Wimps. Os astrônomos puderam observar que já existiam estrelas normais 700 milhões de anos depois do Big Bang, pois o Telescópio Espacial Hubble olhou para os rincões do Universo, o que é como olhar para trás bilhões de anos, e pôde ver galáxias inteiras delas.Mas como o Universo mudou seu rumo?A teoria mais aceita é de que a gravidade prensou bolas de matérias escura e hidrogênio juntas. “Estas `auréolas´, como nós as chamamos, eram milhões de vezes mais massivas que o Sol, e as primeiras estrelas formaram-se em seus interiores”, disse a professora Katherine à BBC. Já se pensava que o hidrogênio arrastado por estas auréolas de matéria escura iriam se destruir para formar as primeiras estrelas pequenas, e iria iniciar a compor dentro de si mesmas os primeiros novos elementos: carbono, oxigênio, silício e outros materiais necessários aos planetas e à vida.Mas o novo artigo diz que as reações entre os Wimps, aniquilando uns aos outros, poderia ter gerado calor suficiente para manter as proto-estrelas infladas, como balões de ar quente. E o quanto mais Wimps caía nelas, mais o calor aumentava. Estas gigantescas estrelas difusas teriam preenchido a órbita da Terra.Os detalhes de como seria a aparência destas estrelas ainda serão realizadas. Mas em cinco anos a Nasa irá lançar o Telescópio Espacial James Webb (JWST), o sucessor do Telescópio Espacial Hubble, e talvez possa enxergar estas estrelas “negras” lá no passado.Há também a intrigante possibilidade, diz a professora Katherine, que em algum canto do nosso Universo haja algumas sobreviventes passando despercebidas.