Na verdade, o enunciado mais correto do tópico seria "crie um nariz fantasma remoto", mas achei esse mais sensacionalista e que também não foge tanto dessa descrição.
Essa experiência foi concebida por VS Ramachandran e Sandra Blakeslee, e segundo li, está no livro "fantasmas no cérebro".
Você precisa de duas pessoas para te ajudar. Uma delas deve pegar a sua mão, e guiar o seu dedo até o nariz da outra ajudante, e controlar o seu dedo, fazendo-o tocar o nariz dela em seqüências aleatórias, ao mesmo tempo em que, com o outro dedo dela, toca o seu nariz, no mesmo lugar, e sincronizadamente.
Depois de aproximadamente 30-40 segundos, você deve sentir como se o seu nariz estivesse lá, naquela pessoa, fora do seu corpo; o seu cérebro projetará a sensação em outro lugar no "espaço" da sua mente, da mesma forma que ocorre normalmente com por exemplo, as mãos, que podem ter as sensações entendidas como vindo de diversas localizações ao redor do seu tronco.
Infelizmente há uma nota que diz que só funciona com 50% das pessoas

. Eu ainda não tentei.
Outro experimento simiar consiste em arranjar algo como uma mão falsa, de plástico, e colocar a sua mão atrás dela, com as duas separadas por algo como uma mesa ou uma cartolina. Uma ajudante deve então tocar a sua mão (que não estará à sua vista, e sim a mão plástica) e a mão plástica da mesma forma, sincromnizadamente, e então em algum tempo (poucos segundos), você terá a ilusão de que aquela mão de plástico que é a sua mão, que está sentindo ela, e não a mão de verdade, sob a mesa. (também ainda não fiz).
Aqui tem o trecho do livro:
http://mindbluff.com/phantom.htm
Muito interessante. Eu perguntei sobre isso num fórum, não sabia que existiam esses experimentos mesmo, e eu me perguntava, o que se poderia fazer sabendo dessas coisas de "membros fantasma" (as sensações que uma pessoa mantém do seu braço, mesmo após ele ter sido amputado), e da influência da visão na própriocepção e controle motor (como no caso de Ian Waterman, que perdeu a própriocepção, e para mover voluntariamente os membros tem que olhar para eles e se concentrar em movimentos isolados).
A minha pergunta era se não poderíamos enganar o cérebro de maneira ainda mais fantástica, como por exemplo, fazê-lo acreditar que "sentimos" uma bola de tênis, de maneira similar a que fizeram no primeiro caso, mas em vez da associação do estímulo ser através de um membro de verdade, com a visão de um membro de outra pessoa, seria algo direto no cérebro, numa área (ou algo assim) não associada a qualquer membro (ainda). E então, se estivesse no campo de visão, a pessoa teria a impressão de sentir a bola de tênis como se fosse uma parte do seu corpo que está lá, à distância que estiver, com o seu "avatar" mental meio que dividido, sensações "aqui", e "lá", a metros de distância, ao mesmo tempo.
Só que provavelmente para que desse certo teria que ser feita em recém nascidos, o que é impraticável por questões éticas. Talvez se pudesse fazer algo similar com pessoas amputadas, de qualquer maneira, onde talvez não houvessem problemas éticos, contanto que a pessoa se voluntariasse. O único problema é que provavelmente a pessoa teria a impessão de que a mão se transformou numa bola, e que o seu tato se dá através da bola, em vez de ter a noção de que aquela bola é parte dele, de ter uma bola de tênis como parte do corpo.