Autor Tópico: Análise sobre Experiências Sobrenaturais  (Lida 2208 vezes)

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Offline vitorbalbio

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Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Online: 05 de Março de 2008, 01:25:25 »
Escrevi em meu blog um artigo sobre Experiencias Sobrenaturais Pessoais...
Gostaria de saber a opnião de vcs sobre o artigo
www.vitorbalbio.blogspot.com

vlw gente um abraço

Offline vitorbalbio

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #1 Online: 06 de Março de 2008, 00:10:00 »
para o pessoal q tá com preguiça de acessar o link, tá ae o artigo  :biglol:

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Análises Sobre Experiências Pessoais

    "O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras."

Jean Jaques Rousseau

Ontem me peguei refletindo sobre a seguinte questão: Já que é indubitavelmente verdade que a mente humana pode nos pregar peças de maneira fantástica, e que quanto maior o nível de envolvimento psicológico sobre um objeto de pesquisa, maior também a nossa fragilidade diante das ilusões cerebrais. Como então podemos diferenciar uma verdadeira aparição de entidades sobrenaturais de simples ilusões ? Alias, é possível realizar essas distinções?

Qualquer fenômeno pode ser considerado objeto de estudo para a ciência, no momento em que a sua existência implica em provas físicas, sejam elas empírica e/ou lógicas corrobadas por dados. Por exemplo, um mundo em que existam espíritos é muito diferente de um mundo que em que essas entidades não existem.

Sendo assim é relativamente fácil analisar a existência ou não de espíritos. Se nós sabemos como seria o resultado final das duas hipóteses ( da existência ou não ) é apenas necessário compará-lo com os dados empíricos de nossas observações, eu não preciso comentar que nós não vemos espíritos andando a nossa volta, e nem rodeando cemitérios como nos filmes.

Outro ponto a ser comentado é sobre experiências envolvendo sentimentos de presenças, sensações de felicidade ou alivio ou calma e outras diversas respostas a prática religiosa.. bom é de conhecimento que drogas alucinógenas provocam essas mesmas sensações no organismo, e que os processos químicos que desencadeiam essas sensações podem serem ativados por vários motivos psicológico, depressão, estresse entre outros. Então como dizer se uma pessoa teve realmente uma experiência sobrenatural ou se estava apenas sob estresse psicológico, mesmo q esse seja inconsciente?

Por que as pessoas se vêem realmente acreditando que suas experiências pessoais tem realmente alguma coisa de sobrenatural se a ciência tem explicações racionais tão elegantes para essas falácias de nosso cérebro?

Acredito que isso aconteça por uma série de motivos, entre eles, dogmas religiosos, falta de conhecimento cientifico, falta de cultura cientifica como um todo, e principalmente conformismo com o senso comum.

As experiências pessoas sobrenaturais podem ter um grande peso no sentido de provar a veracidade de um objeto de estudo, mais apenas para a pessoa a qual sofreu esta experiência. E de forma alguma podemos dizer que espíritos e outras manifestações de cunho sobrenatural não existam, afinal como disse Carl Sagan:

    "A ausência de provas não é a prova da ausência"

Mais podemos dizer que a probabilidade deles existirem é de igual proporção a da existência de fadas, duendes, o saci pererê, a mula sem cabeça, o chupa cabra ou qualquer outra manifestação de seres ou poderes sobrenaturais frutos da imaginação, já que todos só possuem como única prova comprobatória as experiências pessoais de alguns indivíduos. Talvez da próxima vez que você ver um suposto espírito, possa começar a cogitar a hipótese de ser o saci pererê tanto quanto a de ser uma alma vagante.


Offline Alenônimo

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #2 Online: 06 de Março de 2008, 00:26:29 »
Interessante o texto. Merece um pouco mais de polimento no portuga entretanto.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Leafar

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #3 Online: 06 de Março de 2008, 07:50:16 »
Segue mais uma citação para sua pesquisa, vitobalbio.

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A Fase pré-Espírita das Mesas Girantes

Os "raps" e ruídos produzidos desde 1848 pelas irmãs Fox, nos Estados Unidos, eram excessivamente morosos, trabalhosos e tediosos para obter comunicações do além.  Garante-nos o Sr. Zeus Wantuil, As Mesas Girantes e o Espiritismo (Rio 1958), p. 7, que "os próprios Espíritos indicaram, em fins de 1850, nova maneira de comunicação: bastava simplesmente que se colocassem ao redor de uma mesa, em cima da qual se poriam as mãos.  Levantando um dos seus pés, a mesa daria (enquanto recitava o alfabeto) uma pancada toda a vez que fosse proferida a letra que servisse ao Espírito para formar as palavras".

E assim começaram as mesas a girar e a dançar, pela primeira vez, em 1850, nos Estados Unidos.  Em pouco tempo as mesas girantes tomaram conta dos Estados Unidos, do Canadá e do México.  E 1852 a moda pegou na Escócia, com a chegada de alguns médiuns americanos.  Daí passou para Londres e conquistou a Inglaterra.  Depois as mesas iniciaram os seus giros pelas cidades alemãs.  Diz o Sr. Wantuil, p. 29, que “nas grandes cidades de Bremen, Viena, Berlim e Breslau não havia uma mesa sequer em repouso ou em posição normal”. Daí, em 1853, atravessou o Reno, invadiu Estrasburgo e entrou na França. Mesas, chapéus, pratos, bacias, cestas, tudo começou a locomover-se sob a proteção das mãos. “De Montmartre e Mountrouge e dos Champs-Elysées a Charenton, não havia talvez uma única casa onde não se fizessem girar as mesas” (p. 57). O jornal L’Illustration, de 14-5-1853, comunicava: “A Europa inteira, que digo eu, a Europa? nesse momento o mundo todo tem a cabeça transtornada por uma experiência que consiste em fazer girar uma mesa.  Em todas as partes só se ouve falar na mesa que gira; o próprio Galileu fez menos barulho no dia em que provou ser a Terra quem realmente girava em volta do Sol.  Ide por este lado ou por aquele, nos maiores salões, nas mais humildes mansardas, no atelier do pintor, em Londres, em Paris, em Nova York, em São Petersburgo, e vereis pessoas gravemente assentadas em torno de uma mesa desocupada, que eles contemplam à maneira desses crentes que passam a vida a mirar seus próprios umbigos! Oh! a mesa! ela fez tábua rasa dos nossos prazeres noturnos; e seria inútil – mas, na verdade, disso se guardaram – que nossos maiores artistas despendessem gênio e espírito com o propósito de fazerem esquecer um único instante a mesa que gira... A mesa e o chapéu! Não mais se atende a nada, abandonadas ficaram quaisquer outras curiosidades!... Nos encontros inicia-se logo a conversação com a pergunta: Tendes visto a mesa mover-se? tendes visto girar o chapéu?”

No Brasil, as mesas começaram a dançar em 1853. O já citado autor espírita, Z. Wantuil, efetuou buscas em inúmeros jornais da época e verificou que o Jornal do Comércio, do Rio, foi o primeiro a dar notícias sobre as mesas girantes da Europa e dos Estados Unidos, em sua edição de 14 de junho de 1853.  Nesta crônica o correspondente descreve minuciosamente a maneira como se obtém a rotação da mesa, do chapéu e de outros objetos.  Apenas duas semanas depois, no dia 30 de junho, o mesmo jornal informa em seu “Folhetim”, com algum exagero: “Hoje não há uma sala, um escritório, um corredor, onde se não encontrem dois ou três experimentadores acocorados a chocarem com os olhos e com as mãos o infeliz chapéu do mais curioso dos três”. O cronista diz que viu “as famílias e os convidados silenciosos, em grupos, uns em derredor de uma mesa, outros de um chapéu, outros de um livro, todos eles com as mãos estendidas sobre esses objetos e formandos cadeias digitais”. E revela mais: “Tenho presenciado e feito tantas experiências deste gênero, que hoje não me é possível duvidar daquele fato. Duas pessoas simplesmente, com as mãos impostas sobre as abas de um chapéu, tocando-se mutuamente os dedos mínimos, formando uma cadeia elétrica (sic), obtêm de cinco a vinte minutos de rotação daquele objeto”.

No dia 2 de julho de 1853 o Diário de Pernambuco informava aos seus leitores que, em Paris, “não se pode pôr pé em um salão, sem ver toda a sociedade em torno de uma mesa redonda, tendo cada um o dedo mínimo apoiado no do vizinho e esperando todos em silêncio que a tábua queira voltear”.  Nove dias depois o mesmo jornal torna a ocupar-se com as danças das mesas.  E a 13 de julho de 1853 publica um artigo do Dr. Sabino Olegário Ludgero Pinho sobre o Magnetismo, descrevendo suas experiências com pratos, chapéus e mesas de três pés e explica o fenômeno pela ação do magnetismo animal, força que ele relaciona também com a homeopatia.

Também O Cearense, de Fortaleza, na edição de 3 de julho de 1853, descreve o modo como fazer girar a mesa. E já no dia 26 do mesmo mês noticia: “Não é só na Alemanha, França, Pernambuco, etc., que se fazem experiências elétrico-magnéticas das tais mesas dançantes”, para descrever então uma experiência feita com êxito em Fortaleza.

Assim esta novidade se difundiu rapidamente pelo Brasil e – escreve o Sr. Zêus Wantuil – “em pouco tempo não havia ninguém que não tivesse conhecimento, pelo menos de ouvido, do estranho fenômeno giratório” (p.134). O folhetim de 10 de julho do Jornal do Comércio comenta: “A mesa gira ou não gira com a imposição dos dedos? Move-se ou não o chapéu do infeliz curioso que o sujeita a uma cadeia de meiminhos? A matéria inerte recebe por transmissão o fluido vital, e em vez de ser movida à força bruta é capaz de empuxar as mãos delicadas que têm a paciência de a aquecerem? – Eis o tema exclusivo das conversações, das disputas, das experiências, não só de Paris, Bremen e Nova York, mas também da Lutécia americana, da volúvel cidade do Rio de Janeiro. A alta do juro, a organização do banco nacional, a oposição parlamentar, as estréias dos novos cantores, tudo isso já não excita a atenção, já está banido da conversa, é matéria cediça... A mesa, hoje mais feliz do que os namorados... recebe a doce pressão de um carinhoso dedo...” E acaba seu folhetim: “Alucinação ou verdade, imaginação ou fato real, aí está a mesa a girar diante dos nossos olhos: dois professores de Física, um operador muito positivo, homens céticos, que não se contentam com qualquer história, fizeram repetidas experiências e presenciaram a dança mágica, e um deles nos asseverou que hoje não duvidaria de acreditar nas almas do outro mundo, nos lobisomens, no mau-olhado, nas sortes e nos feitiços, e até na ressurreição dos capuchos!”

Ainda no mesmo ano de 1853 o Jornal do Comércio publicou uma série de artigos sobre a ação magnética no tratamento de moléstias, assinados por um Dr. Cesário.  No dia 12 de agosto de 1853 este autor comunica que sua mesa “pé-de-galo” não apenas dança, mas também responde inteligentemente às perguntas “a quaisquer questões que se lhe há feito”, inclusive “sobre fatos históricos controversos de grande magnitude”.

O Cearense, de Fortaleza, na edição de 19 de maio de 1854, já dava informações aos seus leitores sobre a evocação de almas do outro mundo por meio das irriquietas mesas girantes: “Tivemos as mesas rodantes, dançantes e falantes; mas isso não bastou. E se tais milagres tiveram apenas voga efêmera, se a indiferença, mais que a credulidade, os faz morrer ao nascer, foi somente porque eles não eram bastante extravagantes, nem suficientemente dramáticos. Hoje, porém, não há razão de queixa; manifestou-se o progresso, e o milagre tomou proporções verdadeiramente gigantescas. Rodar, dançar, dar (por meio de oscilações dos pés) respostas banais a perguntas triviais, eram apenas os primeiros ensaios e exercícios elementares das mesas, que então mal começavam sua educação mágica, e que faziam ainda no mundo a sua estréia com a timidez da infância. Hoje, porém, amestradas pela experiência, instruídas pelas lições de hábeis professores, e tendo já ascendido ao ponto mais culminante da ciência, as mesas se põem em relação com os mortos, coligem-lhes os pensamentos e transcrevem-lhes as palavras. A evocação se faz por intermédio de um iluminado, a quem se dá o nome de – médium”.

E assim, da simples mesa rodante se passou à mesa falante; da mesa inteligente à relação com os mortos; da comunicação com os mortos a novas revelações do além; destas revelações a uma nova religião, com doutrinas e práticas próprias frontalmente opostas à mensagem da Boa Nova trazida por Cristo Nosso Senhor. Foi por este caminho que, insensivelmente, a brincadeira da mesa levou uma multidão de cristãos à apostasia.

Antes disso, porém, as mesas girantes e falantes tiveram que passar pelas mãos do Sr. Hipólito Leão Denizard Rivail (Allan Kardec). Em dezembro de 1854, com efeito, quando as mesas já dançavam no Brasil, Allan Kardec encontrou-se pela primeira vez com o estranho fenômeno das mesas. E só então começou o Espiritismo propriamente dito.

Fonte: O Espiritismo no Brasil – Orientação para Católicos. Autor: Dr. Boaventura Kloppenburg. Cap. 1, item 1: A Fase pré-Espírita das Mesas Girantes.
Editora Vozes, 1960 – Petrópolis – RJ.

Interessante notar que esse texto foi extraído de um livro dirigido a católicos e opositor ao Espiritismo. Mais tarde, no próprio livro, o autor se propõe a provar que todos aqueles efeitos eram de fundo parapsicológicos (o que na minha modesta opinião, não conseguiu). Mas ele de forma algum durante o texto contestou as notícias apresentadas.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline FZapp

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #4 Online: 06 de Março de 2008, 08:28:34 »
Leafar, lhe agradeço as fontes inestimáveis do artigo citado.

Lhe devolvo a gentileza com o comentário sobre a expluicação (baseada no ideomotor, que foi a explicação 'física-fisiológica' da qual participou Faraday: http://www.bionity.com/lexikon/e/Ideomotor_effect
--
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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #5 Online: 06 de Março de 2008, 08:36:22 »
Vitor, me parece que falta colocar mais embasamento para a sua asseveração :


Acredito que isso aconteça por uma série de motivos, entre eles, dogmas religiosos, falta de conhecimento cientifico, falta de cultura cientifica como um todo, e principalmente conformismo com o senso comum.


Acho que vc ainda pode rechear o seu artigo com demonstrações e deixar essa conclusão para o leitor. No mais, está (ficando) legal ! :)

Aliás, parabéns pela iniciativa de 'dar a cara para bater' neste exigente, qualificado, super-ultra-doutrinado e nada fácil forum (afinal, nerds precisam ter alguma vantagem!)
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Offline vitorbalbio

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #6 Online: 07 de Março de 2008, 00:36:40 »
Primeiramente gostaria de agradecer os elogios e aceito com muita boa vontade todas as criticas ( que por sinal foram muito construtivas ).  :ok:
Este foi o meu primeiro artigo que disponibilizo na internet, meu portugês ainda realmente é falho ( principalmente na gramática ) e estou procurando melhorá-lo aos poucos  :biglol:
Agradeço a contribuição do Leafar com a citação.
Estarei tentando manter o meu Blog sempre atualizado, e sempre tentando melhorar em meus textos...
E me desculpem se estou sendo pretencioso em postar artigos meus, tenho noção de que ainda tenho um longo caminho a trilhar.
Obrigado pela atenção, auxilio e pelas críticas construtivas.  :ok:

Offline Gigaview

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #7 Online: 29 de Maio de 2008, 02:23:42 »
Minha primeira experiência com fantasmas foi extremamente gratificante pois foi através dela que pude descobrir aos 10 anos de idade que era míope e passei a usar óculos. O meu fantasma era apenas um lençol pendurado num varal. Minha segunda experiência, aos 12 anos foi mais complicada, pois mesmo de óculos, via aquela figura branca parada na porta do meu quarto num hotel sombrio de uma cidade de interior. Foi preciso coragem para pular da cama e desafiar um quadro de avisos parcialmente iluminado, cujo jogo de sombras construia uma figura realmente fantasmagórica.

No meu caso, se acreditasse em fantasmas ou espíritos, estaria até hoje recordando duas experiência sobrenaturais e, provavelmente já teria sido diagnosticado por algum "especialista" como uma pessoa com capacidades "mediúnicas" que precisariam ser desenvolvidas e, com certeza, estaria vendo "coisas" até hoje.

Lembro também o caso de uma menina de cinco anos que dizia ouvir vozes. A senhora que cuidava dela dizia que eram vozes do além, pois não as ouvia e a criança já estava se convencendo disto. Durante uma visita, percebí que também ouvia as vozes e elas vinham da rua. Aquela senhora estava desenvolvendo um processo de surdez. Imagine uma criança de cinco anos, crescendo e acreditando que ouvia vozes de espíritos!

Esses tipos de experiências pessoais requerem conhecimento para entendê-las como fenômenos naturais, por mais estranhos que possam parecer, e disciplina para não cair na tentação do auto-engano ou no medo do desconhecido. Mesmo assim, ainda existe o risco de se buscar conforto no reino das pseudo-ciências.

Citar
A compreensão humana não é um exame desinteressado, mas recebe infusões da vontade e dos afetos; disso se originam ciências que podem ser chamadas "ciências conforme a nossa vontade". Pois um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.

Francis Bacon, Novum organon (1620)

Espero ter contribuído de alguma forma. Um abraço.
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Offline FxF

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #8 Online: 29 de Maio de 2008, 12:37:53 »
Na minha infância eu ouvia sons no meu quarto. Então por influência familiar acreditava ser alguma coisa sobrenatural ou manifestação espiritual.
Na escola um professor (de física) me explicou que com a mudança de temperatura as partes de uma casa tendem a expandir, assim descobri que se trata de "estalos" causados naturalmente no chão de madeira.
« Última modificação: 29 de Maio de 2008, 21:17:37 por Ilovefoxes »

Offline Tupac

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #9 Online: 29 de Maio de 2008, 20:50:47 »
Quando criança eu tive algumas "experiencias sobrenaturais" que, somadas a familia religiosa, me fizeram um grande teísta, tinha muita fé mesmo. Minhas experiencias aconteciam enquanto eu estava deitado (antes de "dormir", ou quando "acordava"), consistiam de sentir (na maioria das vezes), da forma mais real possivel, que eu não podia me mover, não podia falar, sentia a presença de algo que fazia com que eu não pudesse respirar, era como se o proprio diado tivesse vindo me sufocar, era uma experiencia tão real quanto qualquer outra ou até mais, e era, acima de tudo, aterrorizante. Na adolescencia essas experiencias diminuíram de frequencia, aconteciam vez por outra. Quando resolvi adotar uma postura cetica em relação ao mundo com o tempo descobri as explicações cientificas que desmitificavam grande parte daquilo que eu considerava como sendo obra de deus ou do diabo, no entanto, essas experiencias que eu sofria ainda se mantinham no campo desconhecido e era uma grande barreira em relação a minha atitude cetica, afinal, aquilo era real e ninguem poderia me dizer o contrario, e sempre que acontecia eu imaginava que aquilo poderia ser um aviso de deus pra que eu deixasse esse mundo cetico e seguisse sua obra, ou que era o diabo adorando minha atitude e vindo tomar conta da minha alma (:lol:).

Então, ao ler um livro de Carl Sagan chamado - "O Mundo Assombrado pelos Demonios" - encontrei a explicação para minhas experiencias, e devo enfatizar que de sobrenatural elas não tinham NADA. Eu sofria de (não me lembro do termo do livro, e como ele esta emprestado não posso confirmar, por isso pesquisei na net) paralisia do sono, é "um estado não usual de consciencia no qual atingimos o limiar entre a vigilia e o sonho*." Desse modo consegui me livrar da ultima pontinha de crença no sobrenatural, a busca por explicações plausiveis foi fundamental, caso não tivesse adotado a postura cetica é bem provavel que hoje eu fosse mais um alienado, achando que estava em alguma missão, que precisava salvar os impios de suas iniquidades, que precisava seguir aquele caminho se não iria queimar por toda eternidade. Enfim, conhecerás a verdade, e a verdade vos libertará.

Pra mais informações sobre Paralisia do Sono:

*trecho retirado do site: http://www.jornalinfinito.com.br/series.asp?cod=21
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralisia_do_sono
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pisadeira
http://www.ceticismoaberto.com/paranormal/blackmore_limit.htm

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Offline FxF

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #10 Online: 29 de Maio de 2008, 21:20:21 »
Tupac, você não tinha alucinações? É comum em paralisia do sono alucinações bastante reais. Antigamente costumava ser uma velha que deitava sobre as pessoas, hoje em dia são homenzinhos cinzas de cabeção (por influência da ficção científica).

Offline Tupac

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #11 Online: 30 de Maio de 2008, 00:16:39 »
lembro de uma vez que (todas as luzes apagadas antes de dormir e o local todo escuro, então enquanto acontecia a paralisia o local no sonho estava do mesmo modo que minha casa real) eu "vi" algo (um vulto) que segurava minhas mãos e apoiava os joelhos contra meu peito, fazendo com que eu não respirasse. Minha vó dizia que aquela casa ja tinha sido vitima de diversos trabalhos de macumba, e eu acreditava que aquilo era o espirito do mal e etc. Mas nunca alucinei a ponto de ver realmente a aparencia do "fí da disgrama" que me sufocava. Nunca vi a tal velha nem os homenzinhos verdes, sei do terror que é apenas sentir a presença, e imagino que deve ser mais aterrorizante ainda ve-los.

Hoje em dia eu aguardo mais uma experiencia dessa pra explora-la, só que ha muito que não acontecem.
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Offline Gigaview

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Re: Análise sobre Experiências Sobrenaturais
« Resposta #12 Online: 30 de Maio de 2008, 00:30:33 »
Tupac, você não tinha alucinações? É comum em paralisia do sono alucinações bastante reais. Antigamente costumava ser uma velha que deitava sobre as pessoas, hoje em dia são homenzinhos cinzas de cabeção (por influência da ficção científica).

O termo para essas alucinações é "incubus" (do latim -deitado por cima - plural= incubi) ou "succubus" (do latim -deitado por baixo - plural= succubi). Aparentemente o fenômeno tem relação com sentimentos de culpa. Podem assumir formas de demônios, bruxas, ets, etc. Pode ser uma experiência violenta e traumatizante.

Quando adolescente, tive paralisia do sono acompanhada de uma alucinação de abandono do corpo (se quisesse me auto-enganar teria dito "desdobramento" ou "projeção astral") que me deu um enorme susto.
 
Veja a semelhança do caso do nosso amigo com esse relato: http://www.marcusvbp.com.br/site/sonho-lucido-e-paralisia-do-sono
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