Autor Tópico: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl  (Lida 3171 vezes)

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Offline Adriano

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Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Online: 09 de Março de 2008, 10:19:12 »
Citação de: Wikipédia
Outro elemento importante herdado por Brentano foi a noção de intencionalidade, que define a forma essencial dos processos mentais. Uma definição simples dirá que a principal característica da consciência é de ser sempre intencional. A consciência sempre é consciência de alguma coisa : a análise intencional e descritiva da consciência definirá as relações essenciais entre atos mentais e mundo externo. Mas, para Brentano, o objetivo fora gerar com métodos empíricos (apoiando-se na introspecção pura), um critério-chave que possa caracterizar os fenômenos psíquicos por oposto aos fenômenos físicos, distinção cujo objetivo fora legitimar uma ciência psicológica nova, e livre de preconceitos (Psychologie vom empirischen Standpunkt, 1874). Para Brentano, todo ato mental tem seus conteúdos, caracterizados por sua direção a um objeto ("objeto intencional"). Toda crença, desejo, tem necessariamente seus objetos : o desejado, o acreditado, etc. Brentano usou da expressão “inexistência intencional” para indicar o status, na mente, dos objetos do pensamento. Com a noção de intencionalidade, o filósofo austríaco propôs um conjunto de traços que distinguiriam de maneira perfeitamente empírica os fenômenos psíquicos dos fenômenos físicos : para Brentano, fenômenos físicos não tem intencionalidade. O desenvolvimento e a crítica do conceito brentaniano aparece como o motivo permanente, central, da obra de Edmund Husserl. A principal diferença, em sua interpretação da noção de intencionalidade, aparece na crítica de seu modo in-existente ("inexistência" como existencia "interna"): a transcendência necessária da mente e do discurso, a objetividade óbvia e no entanto contraditória do porvenir científico e histórico, a objetividade radical, constituidora, da subjetividade formarão a marca do trabalho do primeiro fenomenologista, e seus elementos próprios de fascinação.

Alguns anos após a publicação de sua principal obra, as Logische Untersuchungen (Investigações Lógicas; primeira edição, 1900-1901), Husserl elaborou alguns conceitos-chave que o levaram a afirmar que para estudar a estrutura da consciência seria necessário distinguir entre o ato de consciência e o fenômeno ao qual ele é dirigido (o objeto-em-si, transcendente à consciência). O conhecimento das essências seria possível apenas se “colocamos entre parênteses” todos os pressupostos relativos à existência de um mundo externo. Este procedimento ele denominou epoché. Estes novos conceito provocaram a publicação de Ideen (Idéias) em 1913, no qual eles foram pela primeira vez incorporados, e um plano para uma segunda edição das Logische Untersuchungen.

Trecho do artigo na Wikipédia

Gostei dessa entendimento de Husserl sobre intencionalidade.
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #1 Online: 09 de Março de 2008, 18:25:18 »
Você poderia traduzir o texto em negrito para uma linguagem mais simples? Estou realmente curioso, mas nao consigo compreender
o jargao.
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Alan Watts

Offline Luiz Souto

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #2 Online: 09 de Março de 2008, 21:21:27 »
Já tentei ler Husserl, mas ele consegue ser mais complicado que Kant.
Tem resumo razoavel sobre a filosofia dele no Consciencia.org , mas mesmo assim ainda acho complicado.
Talvez por isso Sartre , em o Ser e o Nada , tenha sido mais lido: consegue uma apresentação da fenomenologia mais legível que Husserl e Heidegger.

Quem quiser checar:http://www.consciencia.org/husserlbochenski.shtml
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline Adriano

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #3 Online: 09 de Março de 2008, 21:26:27 »
Você poderia traduzir o texto em negrito para uma linguagem mais simples? Estou realmente curioso, mas nao consigo compreender
o jargao.


Entendo como a captação subjetiva através do cientista (descoberta - interna) e a elaboração (criação) das teorias e hipóteses científicas, que formam o chamado conhecimento objetivo, já externalizado através da aplicação da metodologia adequada.

Ou seja, é o primeiro a lidar com a questão do sujeito-objeto, analizando o fenômeno da intencionalidade do indivíduo, seus interesses.

Não sei se ajudou.   :|
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Offline Adriano

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #4 Online: 09 de Março de 2008, 21:35:06 »
Já tentei ler Husserl, mas ele consegue ser mais complicado que Kant.
Tem resumo razoavel sobre a filosofia dele no Consciencia.org , mas mesmo assim ainda acho complicado.
Talvez por isso Sartre , em o Ser e o Nada , tenha sido mais lido: consegue uma apresentação da fenomenologia mais legível que Husserl e Heidegger.

Quem quiser checar:http://www.consciencia.org/husserlbochenski.shtml
O texto parece ser muito bom mesmo.
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Offline Dbohr

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #5 Online: 10 de Março de 2008, 06:44:38 »
E depois dizem que Mecânica Quântica é complicado... :lol:

Offline Adriano

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #6 Online: 10 de Março de 2008, 23:17:44 »
Vale lembrar que a questão da intencionalidade é muito discutida hoje, principalmente entre Dennett e Fodor, ambos baseandos em Brentano, tal qual HUsserl.

A questão da intencionalidade é de grande importância no entendimento da consciência.
Citar
Após uma passagem pela obra de Fodor, convém expor o que propõe Daniel Dennett, filósofo a ele ao mesmo tempo próximo e distante. Como vimos, este é um nome constantemente presente na obra de Fodor, sendo o contrário também verdadeiro. A relação, aqui, é de adversários, defendendo posições, em muitos aspectos, opostas e não-conciliáveis. Ainda assim, ambos partem do mesmo ponto, o problema de Brentano, e têm na naturalização da intencionalidade um objetivo comum. Os caminhos, porém, são distintos, e, à medida que avancemos na obra de Dennett, ficarão claros os pontos de concordância e discordância com Fodor.

http://www.consciencia.org/monografiaabath.shtml#capitulo2
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Offline Moro

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Re: Intencionalidade na visão de Edmund Husserl
« Resposta #7 Online: 24 de Março de 2008, 23:48:33 »
Tenho uma visão crítica em relação a esse tema, o da maneira de se passar as mensagens em livros de filosofia.

Lí boa parte da crítica da RP de Kant e o tratado da correção do intelecto do Espinoza (inteiro, ugh). Lembro que no tratado fiquei uns 5 dias para entender dois parágrafos, quando entendi... não dizia nada que não pudesse ser dito de maneira mais clara. Tenho até hoje esses dois parágrafos grifados no livro.
Acho que existe uma prática na filosofia de ficar citando conceitos sem parar a custa da objetividade e inteligibilidade. Tem alguns que são mais claros (adorno é um exemplo), mas existe muita supervalorização desses textos criptográficos..

No meu ponto de vista: Se vc não consegue passar sua idéia de uma maneira clara, o problema é seu. Nunca ví nenhuma idéia que não pudesse ser entendida se bem explicada.
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