Autor Tópico: Protestos pela restauração do Tibete na China.  (Lida 718 vezes)

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Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Online: 15 de Março de 2008, 15:27:06 »
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15/03/2008 - 03h00

Protestos contra domínio chinês deixam 10 mortos no Tibete

Pelo menos dez pessoas morreram durante os protestos que ocorreram na sexta-feira contra os mais de 50 anos de domínio chinês no Tibete, segundo informações da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

De acordo com a agência, os mortos eram "civis inocentes que queimaram até morrer". Entre os mortos estavam dois funcionários de um hotel e dois comerciantes.

Neste sábado o clima era de calma, depois que manifestantes liderados por monges e forças de segurança entraram em confronto em Lhasa, capital do Tibete.

As autoridades chinesas disseram que vão "reagir com firmeza" caso novos protestos voltem a ocorrer nas próximas horas. Elas ainda negaram que a polícia tenha atirado contra manifestantes que atearam fogo em lojas de proprietários chineses.

De acordo com o correspondente da BBC em Pequim, Dan Griffiths, um homem teria tentado entrar no prédio da BBC na capital chinesa neste sábado com fitas contendo cenas da violência registrada na sexta-feira, mas foi impedido por guardas chineses.

O correspondente diz não saber para onde o homem foi levado e o que "poderá acontecer com ele".

Dalai Lama
Os violentos choques da sexta-feira encerraram uma semana inteira de manifestações contra a China. Os protestos têm sido apontados como os maiores e mais violentos dos últimos 20 anos no Tibete.

Os manifestantes perseguiram chineses que vivem na cidade, acenderam fogueiras para incendiar seus pertences, realizaram saques e queimaram lojas.

De acordo com testemunhas, os manifestantes assumiram o controle do centro velho da cidade de Lhasa.

As autoridades chinesas acusaram o líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama, de organizar os protestos.

"Houve suficientes sinais que provam que a recente sabotagem em Lhasa foi organizada, premeditada e planejada pelo bando do Dalai", diz uma mensagem do governo regional do Tibete divulgada pela Xinhua.

Um porta-voz do líder espiritual tibetano rebateu a declaração e disse que as acusações são "totalmente infundadas".

Mais cedo, o Dalai Lama divulgou uma mensagem em que manifestou preocupação com os recentes episódios de violência no território.

O líder espiritual, que na Índia lidera o governo tibetano no exílio, pediu que o governo chinês "pare de usar a força e inicie um diálogo com o povo tibetano para minimizar o ressentimento há muito crescente".

"Eu também peço a meus colegas tibetanos que não façam uso da violência", completou o Dalai Lama.

Adesão
Os protestos começaram como uma reação à notícia de que monges budistas teriam sido presos depois de realizar uma passeata para marcar os 49 anos de um levante tibetano contra o domínio chinês.

Centenas de monges tomaram então as ruas, e os protestos ganharam força nos últimos dias, com a adesão de pessoas comuns.

Outros protestos foram registrados inclusive fora do Tibete - há informações de que centenas de monges realizaram uma marcha na província chinesa de Gansu, e, na Índia, a polícia prendeu cerca de 25 pessoas que tentaram invadir a embaixada chinesa em Déli.

Autoridades de países europeus e em Washington pediram que a China seja tolerante com os manifestantes.

Em um comunicado, Louise Arbour, a alta comissária da ONU para direitos humanos, também pediu a Pequim que "permita que os manifestantes exercitem seu direito de liberdade de expressão e reunião, sem fazer qualquer uso excessivo da força na manutenção da ordem".

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15/03/2008 - 04h33
Governo tibetano no exílio diz que 100 pessoas morreram em Lhasa

Nova Délhi, 15 mar (EFE).- O Governo tibetano no exílio possui "relatórios não confirmados" que indicam que aproximadamente 100 pessoas morreram nos distúrbios registrados nesta sexta-feira em Lhasa e em outros pontos do Tibete, informou hoje à Agencia Efe um porta-voz da Administração Central Tibetana, Thupten Samphel.

O Executivo da região tibetana no exílio, com sede na cidade de Dharamshala, no norte da Índia, recebeu "relatórios não confirmados procedentes do Tibete" que contradizem a versão das autoridades chinesas de que dez pessoas morreram.

Segundo Sampel, esse relatório acrescenta que o Exército chinês desdobrou tanques na capital para reprimir as manifestações de monges tibetanos e da população civil que protestavam pela ocupação chinesa do Tibete.

Além disso, explicou que o líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama, comparecerá amanhã a uma entrevista coletiva em Dharamsala para comentar os distúrbios vividos em Lhasa, os mais violentos em duas décadas na região.

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15/03/2008 - 09h03

China fecha Tibete para turistas estrangeiros; governo diz que dez morreram em distúrbios

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da France Presse, em Chengdu (China)
da Folha Online

A região do Tibete está fechada para turistas estrangeiros depois dos distúrbios de sexta-feira em Lhasa, de acordo com agências de viagens da cidade de Chengdu (sudoeste). "Os turistas estrangeiros não podem vir a Lhasa, não são mais concedidas permissões", disse à agência de notícias France Presse por telefone a agente de viagens na capital tibetana Wu Yongzhe.

Uma diretora de um hotel de Chengdu (ponto de passagem quase obrigatório para os turistas que viajam para o Tibet de avião) disse à France Presse que os vistos para os estrangeiros estão suspensos desde ontem e que não pode organizar mais viagens.

Os distúrbios no Tibete ocorridos nesta sexta-feira (14) deixaram ao menos dez mortos, segundo a versão das autoridades chinesas, divulgada pela agência oficial chinesa de notícias "Xinhua". Já o governo tibetano no exílio, citando relatórios não confirmados, indicou que cerca de cem pessoas morreram nos distúrbios. Os jornalistas foram proibidos de entrar na cidade.

Fontes do governo regional, segundo a agência de notícias Efe, disseram que entre os mortos se encontram dois funcionários de um hotel e dois comerciantes e que nenhum deles é de nacionalidade estrangeira. O governo chinês informou ainda que ocorreram saques e incêndios de lojas, shoppings, veículos e mesmo de uma mesquita, mas que a situação voltou à normalidade.

O porta-voz do governo tibetano no exílio, Thupten Samphel, disse que os relatos não confirmados que recebeu falam em tanques chineses na capital para reprimir as manifestações de monges tibetanos e da população civil que protestavam pela ocupação chinesa do Tibete.

Desde o início da semana, os monges budistas se manifestam no Tibete e nas regiões próximas onde vivem as minorias tibetanas, por ocasião do 49º aniversário do levante de Lhasa, que levou o Dalai Lama ao exílio.

Focos de incêndios foram detectados no mercado da antiga cidade de Lhasa, o Barkhor, que circunda o principal mosteiro da capital tibetana, segundo os bombeiros e um grupo de defesa dos direitos dos tibetanos.

Na segunda e na terça, a polícia chinesa dispersou a multidão em Lhasa com bombas de gás lacrimogêneo durante manifestação de centenas de monges budistas, alguns dos quais exigiam a independência do Tibete.

Ao menos 200 pessoas lideradas por monges budistas iniciaram um protesto nesta sexta à tarde em Xiahe, cidade de uma região tibetana do noroeste da China.

Em Xiahe está localizado o mosteiro Labrang, um dos templos budistas fora da região autônoma tibetana.

Está aí uma coisa que gostaria muito de ver. O Tibete recuperando sua soberania tomada pela China.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #1 Online: 15 de Março de 2008, 23:20:41 »
22/08/2004 - 05h01
Capital do Tibete contrapõe comunismo à fé
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CLÁUDIA TREVISAN
Enviada especial ao Tibete

Com 1.400 anos de história, Lhasa é uma metáfora da relação entre a China e o Tibete: de um lado da capital está a cidade antiga, dominada pela religiosidade e por milhares de peregrinos que recitam salmos budistas; de outro, a cidade nova, claramente chinesa, onde o fervor religioso é escasso e a paisagem é marcada pelas atividades comerciais.

Não há nenhum vestígio de semelhança entre as duas culturas, separadas por diferentes línguas, fé, culinária, hábitos, estrutura social e maneiras de vestir.

Cada dia na parte antiga de Lhasa é comparável às romarias religiosas em datas especiais no Brasil, com milhares de fiéis caminhando para os templos com rodas sagradas nas mãos --cada giro representa a declamação de partes de salmos budistas.

Os principais destinos são o palácio Potala, onde vivia o dalai-lama, e o templo Jokhang, o mais antigo da cidade, construído no século 7º. Antes de entrar nos locais, muitos fiéis fazem reverências a Buda na rua, deitando-se e levantando-se dezenas de vezes.

Cichen, 69, e sua mulher, Aji, 68, vão todos os dias ao templo Jokhang, onde dão cem voltas em torno do edifício principal recitando salmos budistas. Os dois nasceram em famílias religiosas, como quase todos no Tibete, e têm cinco filhos -um dos quais é monge.

Mas a aparente liberdade mascara o estrito controle exercido pelo Partido Comunista sobre os monastérios e qualquer tentativa de veneração pública do dalai-lama, apontado no fim dos anos 30 como a reencarnação do Buda da Compaixão e considerado o principal líder espiritual do Tibete.

"O Partido Comunista Chinês vê a fé religiosa como um dos seus principais problemas no Tibete, principalmente em razão do vínculo entre o budismo tibetano e a identidade tibetana", diz o relatório "Quando o Céu Caiu sobre a Terra", da Campanha Internacional pelo Tibete, baseado em pesquisas realizadas nos últimos três anos.

Segundo a entidade, o governo limita o número de monges nos mosteiros e controla as atividades religiosas por meio de "comitês democráticos", cujos integrantes têm de obter aprovação oficial. Além disso, os monges estão sujeitos à "educação patriótica", pela qual têm de renegar o dalai-lama e manifestar fidelidade ao governo de Pequim.

O pior período para a vida religiosa no Tibete depois de 1951 foi a Revolução Cultural (1966-1976), quando dezenas de templos e monastérios foram destruídos pelos guardas vermelhos de Mao Tsé-tung.

"Nesse período, houve destruição de monumentos não apenas no Tibete, mas em toda a China", afirma Rao Jin, pesquisadora do Instituto de Tibetologia de Sichuan.

Segundo ela, a Revolução Cultural foi um erro, e a maioria dos templos e monastérios foram restaurados posteriormente.

Hoje há 1.700 locais religiosos e 46 mil monges no Tibete, diz Zigong Qiongchang, vice-presidente da Comissão de Estudos sobre o Budismo Tibetano e responsável pelo Instituto Impressor de Salmos e Orações do Tibete.

A jornalista Cláudia Trevisan viajou ao Tibete a convite do governo chinês




http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u75862.shtml



Offline Luiz Souto

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #2 Online: 15 de Março de 2008, 23:47:32 »
Para a China a manutenção do Tibete sob seu domínio é estrégica. Permitir a independência estimularia outras reivindicações regionais.

A famosa "opinião pública internacional" vai ficar olhando mas não intervir para não prejudicar os negócios. Um amplo movimento de sanções econômicas cairia bem , mas acho que é utopia demais acreditar nisso.
A condenação vai se resumir em discursos e resoluções inócuas de organismos internacionais.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #3 Online: 28 de Março de 2008, 21:51:42 »
Monges interrompem visita de jornalistas estrangeiros ao Tibete
 
Cerca de 30 monges budistas tibetanos interromperam nesta quinta-feira uma visita do primeiro grupo de jornalistas estrangeiros a ter permissão para entrar na capital do Tibete, Lhasa, desde que foi iniciada uma onda de protestos contra a China, no último dia 10.

Segundo um repórter da agência de notícias AP, enquanto os jornalistas visitavam o Templo Jokhang, os monges gritaram slogans pró-Tibete e defenderam o líder espiritual tibetano, o Dalai Lama - que vive no exílio em Dharamsala, no norte da Índia.

"O Tibete não é livre, o Tibete não é livre", gritava um dos monges, segundo o repórter da AP.

Outro monge disse que o protesto do dia 14 de março não tinha "nada a ver com o Dalai Lama", afirmou o jornalista.

Desde o início dos protestos, a China impediu a entrada de jornalistas estrangeiros no Tibete.

No entanto, na quarta-feira, o governo chinês permitiu que um grupo repórteres estrangeiros visitasse Lhasa em uma viagem de três dias.

Segundo o governo chinês, o grupo - do qual a BBC não faz parte - poderia entrevistar "vítimas de atos criminosos".

Depois que o grupo foi interrompido pela manifestação dos monges, os funcionários do governo chinês que coordenam a visita disseram aos jornalistas para deixar o templo, segundo o repórter da AP.

O grupo também visitou uma clínica médica e uma loja de roupas onde, segundo as autoridades chinesas, cinco meninas foram presas e queimadas até a morte, disse o jornalista.

Segundo um repórter do jornal Financial Times, a cidade parece uma zona de guerra, com prédios destruídos e grupos de soldados em todas as esquinas.

De acordo com o jornalista, os protestos parecem ter sido mais prolongados e destrutivos do que se imaginava inicialmente.

Bush

Os protestos contra a China foram iniciadas no último dia 10, em Lhasa, e depois se espalharam por diversas províncias chinesas.

Pequim acusa o Dalai Lama de estar por trás das manifestações, que já deixaram vários mortos e são as maiores dos últimos 20 anos.

O Dalai Lama - que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1989 por sua oposição ao uso de violência na busca pela autonomia do Tibete - nega as acusações e já fez um apelo por diálogo com a China.

Nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu ao governo chinês que inicie um diálogo com o Dalai Lama.

Bush telefonou ao presidente da China, Hu Jintao, para expressar sua preocupação com a situação no Tibete.

"O presidente manifestou sua preocupação com a situação no Tibete e encorajou o governo chinês a iniciar um diálogo concreto com os representantes do Dalai Lama", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino.

Segundo Perino, Bush também pediu que a China permitisse "o acesso de jornalistas e diplomatas (ao Tibete)".

O número de mortos até agora nos protestos é incerto. O governo chinês afirma que 19 pessoas foram mortas por manifestantes incitados por separatistas tibetanos.

No entanto, o governo tibetano no exílio diz que pelo menos 140 pessoas já foram mortas pelas forças chinesas durante a repressão aos protestos.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2008/03/080327_tibetemonges_ac.shtml

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Entenda os protestos no Tibete
 
O Tibete vem sendo palco de protestos contra os mais de 50 anos de domínio chinês. O governo da região autônoma, apoiado por Pequim, afirma que dez pessoas morreram nos confrontos do fim de semana, mas autoridades do governo tibetano no exílio dizem que pelo menos 80 perderam a vida nos choques com a polícia.

Os protestos começaram como uma reação à notícia de que monges budistas teriam sido presos depois de realizar uma passeata para marcar os 49 anos de um levante tibetano contra o domínio chinês.

Centenas de monges tomaram então as ruas, e os protestos ganharam força nos últimos dias, com a adesão dos tibetanos.

Os protestos têm sido apontados como os maiores e mais violentos dos últimos 20 anos.

Saiba mais sobre o que provocou os protestos, quem são os envolvidos e por que o Tibete está em disputa contra o domínio chinês.

Por que os protestos estão ocorrendo?

Essa é uma questão histórica. A China diz que o Tibete faz parte de seu território desde meados do século 13 e deverá ficar sob o comando de Pequim.

Muitos tibetanos, no entanto, têm uma outra visão da história. Eles afirmam que a região do Himalaia ficou independente durante vários séculos e que o domínio chinês nem sempre foi uma constante.

Entre 1911 e 1950, por exemplo, o Tibete manteve o status de país independente, até que Mao Tsé-tung comandou a Revolução Chinesa e chegou ao poder no país, em 1949.

Em 1963, ganhou status de Região Autônoma, e hoje conta com um governo apoiado pela China.

Em 1989, a causa da independência do Tibete ficou conhecida no Ocidente após o massacre de manifestantes pelo Exército chinês na praça da Paz Celestial.

Muitos tibetanos querem a independência de volta, e daí os protestos.

O que detonou os últimos protestos?

As manifestações começaram no dia 10 de março, exatamente 49 anos depois que os tibetanos encenaram um levante contra o poder chinês.

Houve demonstrações em vários países e monges do monastério de Drepung, nas cercanias da capital Lhasa, também aderiram ao movimento. Os protestos logo ganharam a adesão dos tibetanos.

Fatores econômicos também desempenham um papel importante. Muitos tibetanos dizem que um número crescente de imigrantes chineses da etnia majoritária han chegam à região e conseguem os melhores empregos.

Eles acreditam estar excluídos dos benefícios dos avanços econômicos desfrutados por outras províncias costeiras da China e dizem sofrer com os efeitos da crescente inflação no país.

O dois lados serão capazes de resolver as diferenças?

O governo chinês mantém pouco diálogo com o governo tibetano no exílio, com base na Índia. As negociações nunca avançaram e provavelmente não devem avançar no futuro – o abismo entre as duas partes é imenso.

A China diz que os tibetanos no exílio, liderados pelo Dalai Lama, só estão interessados em separar o Tibete da terra mãe. O Dalai Lama diz querer nada mais do que a autonomia da região.

Por que a questão do Tibete é tão conhecida no mundo ocidental?

Esta é uma pergunta difícil de responder. O domínio chinês sobre a província de Xinjiang, no oeste do país, é tão controverso quanto o do Tibete, mas não conta com a mesma notoriedade.

Talvez uma das razões pelas quais os ocidentais saibam sobre os problemas do Tibete é por causa do Dalai Lama.

Desde que fugiu do Tibete depois do fracasso do levante, em 1959, o líder espiritual dos tibetanos viajou o mundo para advogar por mais autonomia para sua terra natal, sempre enfatizando que não defendia a violência.

Ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1989.

Haverá novos protestos?

Provavelmente. A causa fundamental dos protestos não foi solucionada, então a tensão persiste.

Os manifestantes tibetanos parecem determinados a mostrar seu ponto de vista enquanto todas as atenções estão voltadas para a China no ano das Olimpíadas.

Eles querem protestar contra o que eles vêem como uma violação dos direitos humanos por parte da China e querem mais liberdade, tanto política quanto religiosa, na região.

Os governantes chineses certamente não querem nenhum derramamento de sangue a apenas cinco meses do início dos Jogos Olímpicos, e vão tentar evitar qualquer situação que lembre o que aconteceu em Mianmar em 2007.

Por outro lado, eles não querem dar espaço aos monges e a outros manifestantes por medo de que isso seja interpretado como um sinal de fraqueza e acabe levando a mais protestos.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080317_tibete_entenda_fp.shtml

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #4 Online: 29 de Março de 2008, 21:36:54 »
Análise: Tibete representa dilema para Pequim
 
A onda de violentos protestos no Tibete não poderia ter acontecido em um momento pior para o governo chinês.

A poucos meses das Olimpíadas de Pequim, os líderes chineses não querem que os protestos dos monges se transformem na imagem que define o país.

Muitos integrantes do governo da Região Autônoma do Tibete estão atualmente em Pequim para o Congresso Nacional do Povo, que acontece anualmente.

Há apenas alguns dias, o presidente chinês Hu Jintao teve um encontro com a delegação tibetana e pediu que eles continuem a melhorar a qualidade de vida e trabalhem para alcançar paz e estabilidade na região.

Mas os manifestantes tibetanos parecem determinados a mostrar seu ponto de vista enquanto todas as atenções estão voltadas para a China no ano das Olimpíadas.

Eles querem protestar contra o que eles vêem como uma violação dos direitos humanos por parte da China e querem mais liberdade, tanto política quanto religiosa, na região.

Outro Mianmar?

Tibetanos em outros países apoiaram as ações dos manifestantes organizando protestos e passeatas.

Nesta sexta-feira, enquanto forças de segurança chinesas tentavam controlar incêndios em Lhasa, um grupo de tibetanos protestava em frente à Embaixada chinesa em Londres.

Tibetanos exilados na Índia começaram uma passeata de volta ao Tibete na segunda-feira, mas foram impedidos pela polícia indiana.

O governo chinês enfrenta um dilema.

Os governantes chineses certamente não querem nenhum derramamento de sangue a apenas cinco meses do início dos Jogos Olímpicos, e vão tentar evitar qualquer situação que lembre o que aconteceu em Mianmar em 2007.

Por outro lado, eles não querem dar espaço aos monges e a outros manifestantes por medo de que isso seja interpretado como um sinal de fraqueza e acabe levando a mais protestos.

O Tibete, juntamente com outros territórios que têm movimentos separatistas, como Xinjiang e Taiwan, representa uma grande dor de cabeça para os líderes chineses.

A estratégia do governo chinês até o momento foi a de bater e assoprar.

O governo central tem investido rios de dinheiro na região numa tentativa de melhorar a qualidade de vida dos tibetanos.

Uma nova estrada de ferro até a capital, Lhasa, foi usada como bandeira pelas autoridades como prova de que eles querem trabalhar pelo bem da população do Tibete.

História de protestos

Mas os tibetanos reclamam que o investimento só beneficiou aqueles da etnia chinesa Han que trabalham na região e que o efeito tem sido diluir - ou mesmo destruir - a cultura tibetana.

Houve tentativas do governo chinês e do Dalai Lama de iniciar negociações sobre uma maior autonomia para a região, mas pouco progresso foi feito até agora.

Protestos e rebeliões têm sido uma característica da vida tibetana desde que o Exército chinês chegou à região, em 1950.

A onda de protestos desta semana coincide com o 49º aniversário da mal-sucedida revolta de 1959, quando o Dalai Lama deixou a região para viver no exílio.

A última vez que protestos sérios aconteceram no Tibete foi no início de 1989, pouco antes do massacre da Praça da Paz Celestial, em Pequim.

Naquela época, o presidente Hu Jintao era secretário do Partido Comunista no Tibete, e a maneira como ele lidou com os protestos fez com que recebesse a aprovação de seus chefes em Pequim.

Quase 20 anos depois, ele está ansioso para colocar um fim igualmente rápido às manifestações.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080314_tibetanalise_is.shtml

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Capital do Tibete volta aos poucos ao normal, diz diplomata brasileiro
   
O diplomata brasileiro Oswaldo Biato Júnior, que está no Tibete, contou à BBC Brasil nesta sexta-feira que as ruas da capital, Lhasa, foram limpas e a presença policial é discreta na cidade.

"Dá para se ver que aos poucos a vida volta ao normal", disse Biato Júnior. "Os centros comerciais, os mercadinhos e os lugares turísticos, como o palácio de Potala, estão funcionando normalmente."

De acordo com Biato, chineses de etnia tibetana e han circulam pela cidade sem confronto, e as ruas estão "visivelmente limpas". Muitos prédios foram destruídos, mas já não há mais detritos pelas calçadas.

O emissário brasileiro acompanha o primeiro grupo de diplomatas a visitar o Tibete desde que os protestos violentos de 14 de março eclodiram em Lhasa.

A delegação conta com representantes de 17 países, que incluem Grã-Bretanha, França, Austrália, Japão, Estados Unidos e Rússia.

Recepção

O grupo de diplomatas viaja a convite do governo da China e foi recebido nesta sexta-feira pelo governador do Tibete, Qiangba Puncog.

Durante o encontro, Qiangba voltou a afirmar que a polícia não usou de força letal contra os manifestantes tibetanos e prometeu poupar de punições severas os monges que protestaram pacificamente.

Os diplomatas pediram às autoridades chinesas permissão para fazer uma visita aos templos budistas onde tiveram início os protestos por maior independência, um passeio que não estava originalmente no programa.

O governador aceitou a reivindicação dos diplomatas e, neste sábado, os emissários internacionais deverão se reunir com os monges.

Números

Qiangba também citou números oficiais durante o encontro. Até o momento, as autoridades chinesas contabilizam as mortes de 18 civis inocentes, um policial e três manifestantes. O número de feridos passa de 500, sendo 50 em estado grave.

Nesta sexta-feira, além do encontro com o governador, os diplomatas também visitaram áreas que foram atingidas durante os confrontos.

Entre os diversos prédios destruídos havia uma loja de tecidos e um colégio, ambos completamente incendiados.

Segundo as autoridades chinesas, cinco mulheres morreram queimadas vivas na loja, por causa da agressão dos tibetanos.

Neste sábado, os diplomatas deverão retornar a Pequim, via Chengdu, após visitar um hospital onde estão sendo tratadas as vitimas dos confrontos e se reunir com os monges.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080328_tibetediplatualizamw.shtml

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Offline Adriano

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #5 Online: 30 de Março de 2008, 08:16:51 »
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PEQUIM - Diplomatas estrangeiros que foram checar a situação no Tibete  conseguiram ficar em Lhasa apenas 22 horas e tiveram de cumprir um estrito programa estabelecido pelo governo chinês, no qual só havia espaço para a apresentação dos efeitos da violência dos protestos do dia 14 de março.

 

Encontro com monges tibetanos, visitas aos detidos e discussão das causas do descontentamento ficaram fora da agenda oficial. "A delegação não foi autorizada a se mover de maneira independente em Lhasa e não conseguiu manter conversações com residentes locais sem supervisão ", ressaltou nota distribuída pela Embaixada dos Estados Unidos em Pequim. O grupo era formado por 15 diplomatas, entre os quais o ministro Oswaldo Biato Jr., da Embaixada do Brasil.

Depois de muita insistência, a comitiva conseguiu visitar na manhã deste sábado, 29, o templo Jokhang, onde cerca de 30 monges protestaram na quinta-feira contra a ausência de liberdade religiosa diante dos primeiros jornalistas estrangeiros autorizados a visitar a região depois das manifestações. Os diplomatas chegaram ao templo às 8h, mas não viram nenhum monge. Segundo as autoridades chinesas, estavam todos dormindo. A agenda foi concentrada na apresentação dos danos provocados pelos manifestantes, que agiram nos dias 14 e 15 sem que houvesse qualquer ação da polícia, um dos fatos que chamaram a atenção da comitiva.

 

Integrantes do grupo levantaram três teorias que poderiam justificar a omissão policial: os protestos coincidiram com a reunião do Congresso Nacional do Povo em Pequim, onde estavam todos os líderes do país, incluindo os do Tibete; havia temor de que a repressão prejudicasse a imagem internacional da China a quatro meses da Olimpíada; antes de agir, a polícia esperou a saída dos turistas e jornalistas estrangeiros que estavam na região.

 

Manifestações

 

Até agora, quase 700 pessoas foram presas sob a suspeita de terem participado das manifestações anti-China, as mais violentas desde 1989, quando a Lei Marcial vigorou no Tibete durante 13 meses.

O primeiro compromisso dos diplomatas foi a visita à loja de roupas onde cinco vendedoras morreram vítimas de incêndio iniciado pelos manifestantes - uma tibetana e quatro chinesas han, a etnia à qual pertencem 91,6% da população do país. Depois, o grupo caminhou pelas ruas em que ocorreram os maiores atos de violência, com ataque e incêndio de estabelecimentos comerciais.

 

O governo chinês afirma que 908 lojas e 120 casas foram danificadas ou destruídas nos dias 14 e 15. Ontem, Pequim anunciou que pagará indenização de US$ 28,2 mil às famílias dos 18 civis mortos durante os protestos. Oficialmente, também morreram três monges, que teriam se atirado de um prédio ao fugir da polícia. Tibetanos no exílio sustentam que o número de vítimas é de pelo menos 80.

A programação dos diplomatas incluiu encontro com o chefe da Região Autônoma do Tibete, um banquete e a exibição de documentário sobre as manifestações.

 

Neste sábado, depois da visita ao templo Jokhang, a comitiva se reuniu com um grupo de tibetanos escolhidos pelo governo chinês, visitou hospitais onde estão as vítimas dos protestos e se encontrou com religiosos e estrangeiros que vivem em Lhasa. A saída dos diplomatas da capital do Tibete coincidiu com novos protestos na cidade, de acordo com o governo tibetano no exílio, chefiado pelo dalai-lama. A porta-voz da Campanha Internacional pelo Tibete, Kate Saunders, disse que forças de segurança cercaram na tarde de ontem os dois principais templos de Lhasa - Jokhang e Ramoche.

 

A nota da Embaixada dos Estados Unidos observou que a visita é um passo na direção correta, mas defendeu que jornalistas e diplomatas possam viajar à região. "E nós pedimos que a China respeite o direito fundamental e universalmente reconhecido de todos os seus cidadãos expressarem de maneira pacífica suas visões políticas e religiosas, sem medo de repreensão, seja conversando com jornalistas e diplomatas, seja participando de demonstrações pacíficas", ressalta a nota.

http://www.estadao.com.br/internacional/not_int147975,0.htm
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Wolfischer

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #6 Online: 30 de Março de 2008, 18:08:56 »
Um Tibete independente é materialmente inviável.
A terra é fraca para a agricultura e mesmo para a pecuária, um terço da população é de monges, que não produzem alimentos, vivem do trabalho dos outros dois terços.
Sem aporte de recursos externos (ou centrais, no caso de pertencer à China) todos morrem de fome.

Offline Adriano

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #7 Online: 30 de Março de 2008, 18:20:21 »
Já a China é a potência econômica, ninguém quer se prejudicar com ela, afeta a balança comercial. A economia fala mais alto mesmo.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Felius

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Re: Protestos pela restauração do Tibete na China.
« Resposta #8 Online: 31 de Março de 2008, 11:26:41 »
Um Tibete independente é materialmente inviável.
A terra é fraca para a agricultura e mesmo para a pecuária, um terço da população é de monges, que não produzem alimentos, vivem do trabalho dos outros dois terços.
Sem aporte de recursos externos (ou centrais, no caso de pertencer à China) todos morrem de fome.
E como funcionava anterior a entrada da china?
"The patient refused an autopsy."

 

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