A partir do momento em que este conhecimento é transformado em livros ou outras publicações, passam então a fazer parte do mundo 1.
Não exatamente; ele passa a ter efeito sobre o Mundo 1, a interagir com este. Mas o conhecimento em si não é tangível, não tem existência física, e por isso não faz parte do Mundo 1.
Não é assim que entendo. O conhecimento que não é tangível é somente o do mundo 2, o subjetivo, que faz parte do mundo mental dos indivíduos.
A partir do momento em que foi publicado, transmitido, principalmente através dos meios acadêmicos, como por exemplo as monografias, teses e dissertações, então temos o chamado conhecimento objetivo, passível de crítica.
Como descrito pelo trecho abaixo.
The interaction of World 1 and World 3
Contained in World 3 are also things as feats of engineering and art. The World 3 objects, although extant in World 1, are embodied and given extra meaning by World 3. For example, the intrinsic value of Hamlet as a World 3 object has many embodiments in World 1, the physical world. This idea would be something along the lines of a meta-object, or a form of a being.
É como o exemplo da partitura, que é a realização do produto mental (mundo 2) do compositor. Quando esta é materializada nas notas musicais que compõe a partitura, então temos o conhecimento objetivo, no papel, fazendo parte da cultura e que está posto a refutação.
Uma partitura não é uma representação física (portanto, do mundo 1) de uma criação intelectual (que é uma entidade do mundo 3)?
O que você entende por refutação de uma partitura?
A partitura é a representação gráfica de uma música. A refutação de um música é no campo estético, de agradabilidade auditiva.
Podemos fazer as qualificações musicais, sendo que estas são bem descritas por essa metodologian descritiva de uso mundial. É como a linguagem matemática para a física.
Eu entendi os mundos 1, 2 e 3 como denominações para os universos da existência física, da percepção e da criação abstrata, respectivamente. Confere com a sua interpretação?
Não entendo como criação abstrata o mundo 3. É uma retroalimentação cultural, a demonstração da contribuição mental dos indivíduos na sociedade. O mundo 1 é uma existência física para nós, mas foi construido como mundo 3 pelos nossos antepassados.
Vejo como um processo dinânamico. Mas aqui entra a crítica bem pertinente de Lakatos, que considera as questões dos programas de pesquisas e não apenas das teorias de forma isolada.
Isso é fundamental, pois é a absorção das críticas de Popper numa teoria mais refinada.
Embora Popper já tenha descrito todos esses meandros e sutilezas do comportamento científico, de provas e refutações, Lakatos traz essa abordagem mais resumida e mais clara da falseabilidade. Porém Popper também teceu uma boa contra-argumentação a Lakatos, demonstrando que ele havia visto essas questões.
A problematica é que a obra de Popper é muito basta, e Lakatos ajuda a sintetizar mais, se torna um bom referencial para entender melhor a obra de Popper. Essa é a minha percepção.