Autor Tópico: Sinais orgânicos distantes  (Lida 819 vezes)

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Sinais orgânicos distantes
« Online: 24 de Março de 2008, 17:22:33 »
Sinais orgânicos distantes



Agência FAPESP – Cientistas registraram, pela primeira vez, a presença de moléculas orgânicas em um planeta fora do Sistema Solar. Com ajuda do telescópio espacial Hubble, eles detectaram a assinatura espectroscópica do metano em um planeta com as dimensões de Júpiter e localizado a 63 anos-luz da Terra.

De acordo com os pequisadores, sob circunstâncias específicas o metano pode ter um papel-chave na química prebiótica – as reações químicas consideradas necessárias para formar vida na forma conhecida.

Embora metano tenha sido detectado na maior parte dos planetas do Sistema Solar, essa é a primeira vez que uma molécula orgânica foi registrada em planeta que orbita em torno de outra estrela. A descoberta foi publicada na edição desta quinta-feira (20/3) da revista Nature.

A descoberta comprova que o Hubble e as missões espaciais que deverão substituí-lo – como o telescópio espacial James Webb, das agências espaciais norte-americana (Nasa) e européia (ESA) – são capazes de detectar moléculas orgânicas em exoplanetas utilizando a espectroscopia, que separa a luz em seus componentes para revelar as “impressões digitais” de diversos elementos químicos.

“É um marco fundamental para eventualmente caracterizar moléculas prebióticas em planetas onde a vida possa existir”, disse o autor principal da pesquisa, Mark Swain, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

A descoberta ocorreu depois de extensas observações realizadas em maio de 2007 com a câmera de infravermelho próximo e espectrômetro de multiobjetos do Hubble. Ela também confirma a existência de moléculas de água na atmosfera do planeta, identificada pelo telescópio Spitzer. “Com essa observação, não há mais qualquer dúvida sobre a presença de água”, disse Swain.

O planeta com metano e vapor d’água, conhecido como HD 189733b, está a 63 anos-luz da Terra na constelação Vulpecula (“pequena raposa”). Ele tem proporções semelhantes às de Júpiter, mas é muito mais quente.

A distância do exoplaneta em relação à sua estrela é tão pequena que ele leva pouco mais de dois dias para completar sua órbita. Sua atmosfera chega a 900 graus centígrados, o que equivale aproximadamente à temperatura de fusão da prata.

As observações foram feitas no momento em que o HD 189733b passava diante de sua estrela, no movimento conhecido pelos astrônomos como trânsito. Com a luz da estrela passando brevemente pela atmosfera ao longo do contorno do planeta, os gases atmosféricos imprimiram suas assinaturas únicas na luz estelar.

De acordo com outra autora do estudo, Giovanna Tinetti, da University College de Londres e da ESA, “a água, isoladamente, não poderia explicar as características espectrais observadas. A contribuição adicional do metano é necessária para explicar os dados obtidos pelo Hubble.”

Quente demais para ter vida

O metano, composto de carbono e hidrogênio, é um dos principais componentes do gás natural. Na Terra, é produzido por uma variedade de fontes, como cupins, gado, oceanos e ambientes alagadiços, além de atividades humanas como aterros de lixo e subprodutos da geração de energia.

Giovanna, no entanto, descarta qualquer origem biológica para o metano encontrado no HD 189733b. “A atmosfera do planeta é quente demais mesmo para o mais resistente tipo de vida – pelo menos do tipo que conhecemos na Terra”, afirmou.

Os astrônomos se surpreenderam ao descobrir que o planeta tinha mais metano do que o previsto por modelos convencionais para planetas do tipo “Júpiter quente”. Esse tipo de planeta deveria ter muito mais monóxido de carbono que metano, mas não é o que ocorre no HD 189733b.

Segundo Giovanna, uma explicação possível é que “as observações do Hubble eram mais sensíveis do lado escuro desse planeta, onde a atmosfera é ligeiramente mais fria e os mecanismos fotomecânicos responsáveis pela destruição do metano são menos eficientes que do lado claro”.

Embora o planeta, extremamente próximo da estrela, seja quente demais para abrigar vida na forma conhecida, “essa observação é a prova de que a espectroscopia pode eventualmente ser feita em um planeta potencialmente habitável, com tamanho mais próximo ao da Terra, mais frio e que orbite uma estrela do tipo anã-vermelha”, disse Swain.

O objetivo principal dos estudos do gênero é identificar moléculas prebióticas na atmosfera de planetas nas “zonas habitáveis” em torno das estrelas, onde as temperaturas são ideais para a existência de água em estado líquido.

“Essa mensuração é um passo importante para determinar as condições em que a vida poderia existir, como temperatura, pressão, ventos, nuvens e a química dos planetas. A espectroscopia infravermelha é realmente a chave para esses estudos, por ser a forma mais adequada para detectar moléculas”, destacou Swain.

O artigo The presence of methane in the atmosphere of an extrasolar planet, de Mark Swain e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8588

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Re: Sinais orgânicos distantes
« Resposta #1 Online: 24 de Março de 2008, 20:01:08 »
Que bom heim.
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Offline Iconoclasta SP

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Re: Sinais orgânicos distantes
« Resposta #2 Online: 25 de Março de 2008, 11:50:08 »
Bacana!

Seria lindo se confirmassem isso. Não sei porque estes cientistas são tão céticos às vezes, com este pessimismos do tipo "muito quente para ter vida". Ora, isso é o de menos, como já foi comprovado aqui mesmo na Terra.

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Cientistas encontram moléculas orgânicas em planeta extrasolar
« Resposta #3 Online: 21 de Outubro de 2009, 20:33:41 »
Cientistas encontram moléculas orgânicas em planeta extrasolar
   
Cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, confirmaram nesta terça-feira a presença de elementos orgânicos em um planeta gasoso a 150 anos-luz de distância da Terra. Essa é a segunda vez que moléculas orgânicas são detectadas em um objeto extrassolar, o que pode caracterizar um planeta onde possa existir algum tipo de vida.


Concepção artística mostra o planeta extrassolar HD 209458b, localizado a 150 anos-luz de distância. As concepções artísticas ajudam os cientistas a compreender melhor o objeto em estudo e são criadas por especialistas planetários que utilizam os dados captados pelos telescópios e analisados em supercomputadores, que fornecem os elementos necessários à sua confecção. As cores são baseadas em espectrometria e levam em consideração os elementos químicos, ângulo de incidência e temperatura do objeto, entre outros fatores. Não são um "chute", mas especulações feitas com base em dados científicos. Crédito: NASA/JPL.

A agência espacial alertou que não há qualquer evidência de vida no planeta, mas os elementos químicos são os mesmos que, se encontrados futuramente em um planeta rochoso, podem indicar a presença de vida.

"Este é o segundo planeta fora do Sistema Solar onde encontramos água, metano e dióxido de carbono e que são fundamentais para os processos biológicos em planetas habitáveis", disse o cientista Mark Swain, ligado ao JPL. "A detecção de compostos orgânicos em dois exoplanetas traz a possibilidade de que seja bastante comum a presença de planetas que podem suportar a vida".

Para a detecção das moléculas, Swain e seus colaboradores utilizaram os dados captados pelos telescópios espaciais Hubble e Spitzer e que foram apontados para HD 209458b, um gigantesco planeta gasoso maior que Júpiter e que orbita uma estrela semelhante ao nosso Sol a 150 anos-luz de distância na constelação de Pégaso. A nova descoberta segue as observações feitas em dezembro de 2008 e que encontraram dióxido de carbono ao redor de HD 189733b, outro planeta gigante onde também existem traços de vapor de água e metano.

Em ambos os casos, as detecções foram feitas através da técnica de espectroscopia, em que a luz recebida de um objeto é quebrada em suas componentes fundamentais e alterada pela presença dos elementos químicos presente na atmosfera do planeta, o que permite revelar suas presenças. As moléculas foram detectadas pela câmera infravermelha e pelo espectrômetro multi-objetos do telescópio Hubble, que foram quantificadas pelos sensores infravermelho do telescópio Spitzer.

Segundo Swain, as novas descobertas permitirão que os astrônomos façam comparações entre as atmosferas dos dois planetas, analisando suas diferenças e similaridades. De acordo com o cientista, as quantidades relativas de água e carbono em ambos os planetas são parecidas, mas HD 209458b apresenta maior quantidade de metano que HD 189733b. "A abundância de metano pode significar que algo especial acontece naquele planeta", disse Swain.

Em ambos os casos, as moléculas foram detectadas na atmosfera de planetas gasosos e até agora nenhum objeto rochoso apresentou esse material. Para essa detecção a Nasa lançou recentemente a missão Kepler, mas os astrônomos acreditam que ainda estamos longe de detectar qualquer elemento químico que possa caracterizar a presença de vida em planetas rochosos.

Se planetas como a Terra forem descobertos, a detecção de componentes orgânicos não significa que exista vida nesse planeta, uma vez que existem outros processos que podem gerar essas moléculas. "Se detectarmos moléculas orgânicas em algum planeta rochoso será preciso antes compreender como as leis naturais governam o planeta e como esses elementos se formaram.

http://www.apolo11.com/spacenews.php?posic=dat_20091021-093946.inc

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