Autor Tópico: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral  (Lida 1997 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Eu

  • Nível 15
  • *
  • Mensagens: 383
Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Online: 02 de Abril de 2008, 19:12:29 »
Thursday, May 18, 2006
 
Os Pacifistas


Rodrigo Constantino

Diante do pânico incutido pela escalada do crime, muitos correm para o refúgio do pacifismo. A decisão de enfrentar a violência de forma dura traz consigo riscos imediatos, e perdas no curto prazo são inevitáveis. Contemporizar com os criminosos garante um interregno de paz, passando a falsa sensação de solução dos problemas. No entanto, a complacência hoje é paga com a angústia de amanhã e com o sangue mais tarde. Com certos criminosos, não há diálogo possível.

A história tem muito a nos ensinar sobre o pacifismo e suas conseqüências para a criminalidade. Infelizmente, as lições não costumam ser vantajosas para a ótica do “paz e amor”. Para começo de conversa, o principal símbolo do pacifismo já foi criado pelos motivos completamente errados. Em 1949, o cartaz para o Congresso Mundial da Paz em Paris foi impresso com uma litografia de Picasso, que eternizou a pomba como símbolo da paz. Os patrocinadores do evento, paradoxalmente, eram os assassinos de Moscou. Os objetivos dos comunistas eram basicamente dois: poderiam dispersar a atenção mundial de Moscou e das atrocidades lá cometidas por Stalin; e forçariam uma associação simplista entre comunismo e luta pela paz. Enquanto ingênuos bem intencionados levantavam cartazes pedindo paz, seus financiadores executavam milhões de inocentes.

Os pacifistas costumam sempre pregar a saída diplomática para os problemas geopolíticos. Vestidos com a causa pacifista, os comunistas franceses exortaram os trabalhadores das fábricas de armamento a sabotarem seu trabalho e pressionaram os soldados a desertarem, quando os exércitos nazistas estavam a poucas semanas de ocupar Paris. Quando o inimigo despreza a razão e luta por uma causa fanática, ou quando já afastou de vez os vestígios de civilização em sua alma, a diplomacia é totalmente ineficaz. Conversar com Bin Laden, Hitler, Stalin ou Ahmadinejad não rende bons frutos. Com terroristas não se negocia.

Muitos pacifistas usam o caso de Gandhi como suposta prova de que a paz pode ser o caminho certo. Ignoram que do outro lado estava a Inglaterra, com uma população mais esclarecida e sujeita aos apelos da razão. Fosse um Hitler ou Stalin, Gandhi seria apenas mais um mártir morto sem bons resultados. Para quem dúvida, basta ver o destino do Tibete. Gandhi teria alertado que “olho por olho e a humanidade acabará cega”. Creio que faltou mencionar algo alternativo: “olho por nada e uma parte da humanidade acabará cega; a parte inocente”.

Não quero ser mal compreendido. Odeio violência com todas as minhas forças. Acho que seu uso é um último recurso, após o fracasso de todas as alternativas. Porém, não vou sucumbir ao mundo das fantasias, dissociado da realidade. Em certas ocasiões, lidando com certas pessoas, não existe outra opção que não a reação dura ou mesmo violenta. Ninguém vai oferecer rosas para um estuprador na iminência de um estupro. Não é razoável achar que há chance de diálogo com quem mata crianças deliberadamente. Chega a ser ridículo afirmar que a educação sozinha faria um animal que pratica genocídio virar um bom samaritano. O mundo real não é tão simples. Frutos podres existem e as causas são variadas. Quem não ataca as conseqüências dos atos bárbaros desses indivíduos está pedindo para viver num mundo caótico, sob o domínio do mal.

Entre os casos de sucesso no combate à criminalidade, temos a cidade de Nova Iorque. Seus métodos passaram longe da receita pacifista. A violência não foi controlada com apelos de homens vestidos de branco nas ruas. Tampouco foi resultado de ONGs pregando mais “direitos humanos” para os bandidos. Também não foi através do desarmamento de inocentes. A receita nova-iorquina contou com um decente aparelhamento da polícia, a aplicação do império da lei e uma política de tolerância zero com o crime. Nem mesmo os pequenos delitos sairiam impunes. Não haveria complacência nem acordo com bandidos. Apenas punição exemplar.

Eis o que anda faltando em nosso país. Não vamos oferecer rosas – ou aparelhos de televisão – para os criminosos. Vamos puni-los!






http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/05/os-pacifistas.html

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #1 Online: 02 de Abril de 2008, 19:37:19 »
Não quero ser mal compreendido. Odeio violência com todas as minhas forças. Acho que seu uso é um último recurso, após o fracasso de todas as alternativas. Porém, não vou sucumbir ao mundo das fantasias, dissociado da realidade. Em certas ocasiões, lidando com certas pessoas, não existe outra opção que não a reação dura ou mesmo violenta. Ninguém vai oferecer rosas para um estuprador na iminência de um estupro. Não é razoável achar que há chance de diálogo com quem mata crianças deliberadamente. Chega a ser ridículo afirmar que a educação sozinha faria um animal que pratica genocídio virar um bom samaritano. O mundo real não é tão simples. Frutos podres existem e as causas são variadas. Quem não ataca as conseqüências dos atos bárbaros desses indivíduos está pedindo para viver num mundo caótico, sob o domínio do mal.

Gostei. Na verdade é um pacifista crítico, sabe da necessidade do uso da força para manter a ordem pública, seja com as polícias ou com o exercito na defesa de uma nação.

Entra naquela frase de Popper, de não sermos torelantes com os intolerantes.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Dê Jota

  • Nível 05
  • *
  • Mensagens: 52
  • Sexo: Masculino
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #2 Online: 15 de Abril de 2008, 21:24:08 »
"ninguém vai oferecer rosas a um estuprador"


Não-violência não significa não-justiça/não-punição. No caso da sociedade aderir à não-violência, isso não significa que não haverá punição para os criminosos. Eu, particularmete, até que gostaria que um estuprador fosse torturado, sofresse muito, etc... Mas isso não se trata sobre o que eu quero/desejo ou o que qualquer pessoa quer/deseja. O que está em jogo aqui é a democracia, a qual implica, além dos deveres, os direitos dos cidadãos. Analisemos, por exemplo, o caso do ex-ditador Saddam Hussein. Na minha opinião ele merecia sofrer, etc. Mas ainda que se trate de um ditador genocida, a sociedade não pode permitir que ele tenha o julgamento que teve, sem direito à defesa. E essa exigência não é pelo bandido, não é pelo Saddam, mas pela democracia. Até porque, se em um estado dito democrático aconteceu um julgamento onde o réu não teve direito à defesa, quem pode me garantir que eu terei (direito à defesa) no caso de alguma acusação? Estamos falando de um homem poderoso, líder de uma nação inteira, e que não teve direito a se defender de suas acusações em um país "democrático". Logo, se esse homem poderoso não teve tal direito, eu não me sinto nenhum pouco seguro, pois no caso de uma possível acusação, não tenho garantia de defesa.

Do mesmo modo enxergo essa questão da não-violência. Não podemos permitir que haja violência, nem tampouco responder à violência com mais violência; pois a violência não só gera, mas também justifica mais violência.
Admito, contudo, que há um limite para isso. Não me imagino baixando a cabeça em reação à um abuso de autoridade policial. Mas é um caso diferente dos de Ghandi ou Luther King, pois os grupos que esses lideravam eram espancados nas ruas; era questão de tempo até a sociedade perceber que gente inocente estava sendo punida.

Quanto à frase de "não sermos tolerantes com os intolerante", a mim não parece ser uma frase inteligente. Seria melhor não sermos tolerantes com a intolerância, mas devemos respeitar os direitos de todos, inclusive dos intolerantes. Acredito que a justiça deve ser feita, mas não necessariamente pagando na mesma moeda. Senão voltaríamos aos "olho por olho, dente por dente".
« Última modificação: 15 de Abril de 2008, 21:26:13 por Dê Jota »
"So you children of the world, listen to what I say. If you want a better place to live in, spread the words today. Show the world that love is still alive; you must be brave! Or you children of today are children of the grave! - Black Sabbath

Offline Wolfischer

  • Nível 27
  • *
  • Mensagens: 1.330
  • Sexo: Masculino
  • Que sono!
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #3 Online: 30 de Abril de 2008, 00:29:10 »
Também me considero pacifista, mas quando fui assaltado duas semanas atrás, calmamente bati no ladrão apenas o suficiente para que devolvesse minha carteira.
Depois com a polícia ele tinha mais contas a acertar, mas isso já é outra história.

Offline Orbe

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.009
  • Sexo: Masculino
  • ???
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #4 Online: 30 de Abril de 2008, 01:14:54 »
O problema do Sr. Constantino é a arrogância de se achar capacitado para falar sobre tudo.

Quando ele entra em áreas que nada tem a ver com a formação dele, só sai bobagem...

Esse texto é mais um exemplo disso.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Arcanjo Lúcifer

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 22.731
  • Sexo: Masculino
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #5 Online: 30 de Abril de 2008, 07:53:56 »
Citar
Muitos pacifistas usam o caso de Gandhi como suposta prova de que a paz pode ser o caminho certo. Ignoram que do outro lado estava a Inglaterra, com uma população mais esclarecida e sujeita aos apelos da razão. Fosse um Hitler ou Stalin, Gandhi seria apenas mais um mártir morto sem bons resultados.



Não vejo erro nisso, se dependesse do pessoal do "Sou da Paz" com suas roupinhas brancas, Hitler estaria fazendo churrasco com judeus até hoje.

Tem uma hora que vc tem que parar um agressor na porrada mesmo, é a única linguagem que eles entendem.


Offline Fabulous

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.425
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #6 Online: 08 de Maio de 2008, 12:58:11 »
Citar
Muitos pacifistas usam o caso de Gandhi como suposta prova de que a paz pode ser o caminho certo. Ignoram que do outro lado estava a Inglaterra, com uma população mais esclarecida e sujeita aos apelos da razão. Fosse um Hitler ou Stalin, Gandhi seria apenas mais um mártir morto sem bons resultados.



Não vejo erro nisso, se dependesse do pessoal do "Sou da Paz" com suas roupinhas brancas, Hitler estaria fazendo churrasco com judeus até hoje.

Tem uma hora que vc tem que parar um agressor na porrada mesmo, é a única linguagem que eles entendem.




Concordo. :ok:
MSN: fabulous3700@hotmail.com

Offline Hux

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 27
Re: Os Pacifistas a ilusão de Gandhi e dos pacifistas em geral
« Resposta #7 Online: 08 de Maio de 2008, 19:08:06 »
Não-violência não significa não-justiça/não-punição.
Apoiado !

O texto é confuso na hora de delimitar direitos humanos, pacifismo e não-violência...são absolutamente três coisas diferentes, cada um com sua época, não dá pra comparar Gandhi a Rosa Luxemburgo ao Movimento "Sou da Paz"

Outra coisa que achei ilógica é exemplo fictício de que Gandhi teria sucumbido ao Eixo,já que existe o exemplo histórico e real da França. Aliás hilário chamar de esclarecido, a Inglaterra DAQUELA ÉPOCA,embora nem hoje, nunca seremos "esclarecidos"(isso é um rótulo vazio).

Mas acho que em essência algumas coisas são reais, por exemplo, que "paz e amor" não resolve mesmo, um discurso utópico e ultrapassado, devemos pensar é em meios de se usar menos violência para maior resultado efetivo.


 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!