O que eu acho estranho é terem considerado um doente que morre com diagnóstico de meningite bacteriana grave como um doador , já que uma infecção grave fora de controle é contra-indicação para ser doador.
O receptor do orgão tem que fazer uso de imunossupressores para evitar a rejeição do orgão , o que por si só leva a um risco aumentado de infecções ; a afirmação que não haveria problemas por poder ser tratado com antibióticos é uma falácia: se o paciente faleceu em decorrência da infecção isto já indica que a bectéria provavelmente era de uma cepa bastante virulenta ; a ação dos antibióticos depende do sistema imune do paciente , tratar infecção em paciente imunossuprimido é uma brabeira!
Alguns tumores de sistema nervoso , como foi o caso deste linfoma , podem simular um quadro de meningite inclusive na análise do líquor porém a sorologia do líquor e principalmente a cultura do líquor são negativas no caso de tumor ; um resultado negativo para isolamento do germe em um paciente com sindrome meníngea grave já acende a luzinha vermelha indicando que a hipótese diagnóstica deve ser reavaliada.
Um doente com um quadro deste dificilmente seria considerado apto para doação pelas diretrizes brasileiras e acho que mesmo pelas americanas.