10/04/2008 - 20h13
Empresária confessa tortura e é agredida em tribunal em Goiás
Sebastião Montalvão
Especial para o UOL, em Goiânia
A empresária Sílvia Calabresi Lima e a empregada dela, Vanice Maria Novaes, confessaram crime em depoimento que prestaram hoje à tarde, no Tribunal de Justiça de Goiás. As duas são acusadas de tortura e cárcere privado contra a garota L., 12, em Goiânia. L. foi descoberta pela polícia no apartamento da empresária no último dia 17, após denúncia de um vizinho.

A empresária Silvia Calabresi Lima chora durante depoimento à Justiça em GO
As duas chegaram a ser agredidas por pessoas que estavam nos corredores do tribunal. Elas foram xingadas, tiveram cabelos puxados e receberam tapas na cabeça de parte de um grupo de cerca de 100 pessoas que lotaram o corredor de acesso à sala de audiência, no sexto andar do Fórum. Já prevendo confusão, o Tribunal de Justiça preparou esquema especial de segurança. Elas chegaram separadas e foram ouvidas uma de cada vez pelo juiz José Carlos Duarte, da 7ª Vara Criminal de Goiânia.
Ambas estavam algemadas com as mãos para trás e acompanhadas de seis policiais. Sílvia chegou bem mais cedo (por volta das 12 horas) e escapou do clima hostil na entrada. No depoimento, Sílvia Calabresi reafirmou o posicionamento de incriminar a empregada, mas confessou que havia apertado o dedo da vítima na porta e ainda apertado a língua dela com alicate.
Mas ressalta que não encarava as agressões como tortura. "Na minha cabeça, eu estava educando", disse a acusada, que chorou em duas oportunidades. Ela também se auto-define como uma pessoa rigorosa, inclusive na educação dos filhos. "Para mim a L. não era empregada. Era como se fosse minha filha", declarou.
Sílvia também declarou que sempre aplicava "castigos" na menina, mas, segundo ela, com atitudes bem diferentes do que era citado no processo. "Eu a mandava ficar sentada e ler a Bíblia. Esse era o castigo."
Na saída do depoimento, antes mesmo de a porta ser aberta, ouvia-se muitas vaias no corredor. Após o fim do depoimento, a empresária ficou mais três minutos na sala conversando com os policiais, armando uma 'tática de proteção' na saída. Seis homens da PM fizeram um cordão de isolamento em volta dela, mas, ainda assim, algumas pessoas conseguiram bater na cabeça dela. Muitos a chamavam de "bruxa", "vadia".
Foi nesse clima e com o mesmo esquema de proteção que Vanice entrou na sala para depor, logo a seguir. Também acabou sofrendo os mesmos tipos de agressão. No depoimento, confirmou participação nos crimes, mas disse que tudo aconteceu a mando e sob as ameaças de Sílvia. "Ela sempre ameaçava. De me matar. De tomar a minha filha, de me proibir de ver minha irmã", ressaltou.
Do lado de fora, o clima continuava hostil. Porém, devido à demora do depoimento, quando ela saiu o número de pessoas já havia reduzido consideravelmente. "Eu estava acompanhando um processo de um filho meu aqui no fórum e soube que elas estaria aqui. Então resolvi subir pra pelo menos vaiar um pouco", disse a doméstica Betúlia Machado, que chegou a subir em um banco para ter uma visão mais "privilegiada" das duas.
O estudante de direito Paulo Henrique Fernandes fez questão de gravar tudo em uma câmera particular. "É um caso interessante. Mas, mais do que a questão jurídica, é um fato que marca, que revoltou toda a população da cidade. Por isso fiz questão de gravar e guardar", concluiu.
Além de Sílvia e Vanice, o juiz também tentou ouvir os outros três acusados: Marco Antônio Calabresi (marido de Sílvia), Tiago Calabresi (filho dela) e Joana D'arc da Silva (mãe da vítima). Entretanto, orientados pelos advogados, eles usaram do direito constitucional de ficarem em silêncio e não responderam a nenhuma das perguntas.
Os dois primeiros são acusados de omissão e a mãe da menina por ter entregue a filha a terceiros mediante pagamento. "Agora vamos aguardar o prazo legal para a defesa (três dias) e o próximo passo será ouvir as testemunhas", afirmou o juiz. Ele não quis falar sobre o teor dos depoimentos. "As declarações são objetos de um futuro julgamento. Por isso, não falo sobre isso."
Já o representante do Ministério Público informou que o teor dos depoimentos já era esperado e que ficou satisfeito. "Para nós, o depoimento da Vanice foi mais convincente e acreditamos que ela revelou o que sabia. Mas todos tem direito de defesa e também de dizer o que quiser", disse o promotor Cássio de Sousa Lima.
Ele também revelou que pretende esperar o depoimento das testemunhas e não descarta a realização de uma acareação entre as acusadas. "Se após ouvirmos as testemunhas ficarem algumas dúvidas, podemos sim pedir uma acareação", disse o promotor.
Que desgraça!

Imagino o sofrimento da coitada da garota e a sequelas que ela vai ter pro resto da vida

Que vontade que tenho de pegar uma prostituta dessa e socar uma trolha no $*@! dela para ela sangrar até a morte!

E não me venham com justiça... isso é coisa de religiosos.
O negócio têm que ser bruto mesmo!
