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Cuba: Filas no primeiro dia de venda livre dos telemóveisNumerosas filas de espera formaram-se na segunda-feira, em frente das lojas de Havana, no primeiro dia de venda livre dos telemóveis em Cuba, apesar do preço elevado dos aparelhos e dos serviços, testemunharam jornalistas.O levantamento da proibição, anunciado a 28 de Março, foi uma das primeiras medidas do novo presidente Raul Castro, que prometera acabar com algumas «proibições excessivas» que pesam sobre a sociedade e a economia cubana.
Ontem de manhã, primeiro dia em que os cubanos podiam comprar os aparelhos, cerca de 70 pessoas estavam na fila em frente a uma das 30 lojas Etecsa, que detém o monopólio do Estado cubano do sector das comunicações, e outras tantas nas outras.
Telecom Itália detém uma participação de 27% em Etecsa. «Não esperava que viessem tantas pessoas», comentou uma empregada do estabelecimento da rua Obispo, na Velha Havana, Arelys Gonzalez. Até agora, só alguns poucos funcionários e as empresas estrangeiras tinham acesso aos telemóveis.
«A autorização é uma coisa muito boa. O serviço é demasiado caro, mas a necessidade obriga», declarou Iluminada Rogriguez, uma camponesa de 58 anos cliente às primeiras horas. «Com a minha pensão de 202 pesos (9 dólares) mensais eu não teria possibilidade de o comprar mas eu sabia que a família ia pagar-mo, porque até esta altura, para poder falarmos eu tinha de ir a casa de um vizinho», conta ela. Ela poderá escolher entre seis modelos de telemóvel que custam entre 65 e 290 dólares, obter um número por 120 dólares e comprar cartões telefónicos por 11, 21 ou 42 dólares. Ou seja, um total de 196 dólares, no mínimo, num país em que o rendimento mensal médio é de 408 pesos (17 dólares).
«Sim, é muito caro mas não é um luxo, antes uma necessidade para aqueles que, como eu, não têm telefone em casa e precisam de comunicar com a família», disse Yolanda, 53 anos, que tem o seu único filho a viver nos Estados Unidos.
Fonte:
Diário Digital / Lusa--
Cuba: Milhares passam a proprietários de casas do EstadoO governo de Raul Castro decidiu na sexta-feira deixar milhares de cubanos serem titulares das casas do Estado que alugaram, num decreto-lei que pode abrir caminho a uma reforma mais ambiciosa do sector da habitação.É o primeiro decreto formalmente publicado desde que Raul Castro sucedeu ao seu irmão Fidel com presidente, em Fevereiro. Determina as regras ao abrigo das quais os cubanos que alugaram casas do Estado podem manter o apartamento ou casa depois de terem deixado os respectivos postos de trabalho.
Afirma que podem ser titulares da casa e passá-las aos filhos e familiares. A maioria dos abrangidos pelo decreto inclui famílias de militares, trabalhadores da cana-de-açúcar, operários da construção civil, professores e médicos.
O economista cubano Oscar Espinosa Chepe afirma que «isto é como uma terra de ninguém que eles estão a legalizar».
Fonte:
Diário Digital / Lusa---
E por enquanto:
Cuba : Fidel Castro preocupado com os perigos da electrónicaFidel Castro alertou quarta-feira contra os danos que podem provocar as «ondas electrónicas» dos telemóveis e outros objectos digitais, na altura em que o seu irmão acaba de autorizar a sua venda livre em Cuba.Numa mensagem dirigida ao VII Congresso da Associação dos Artistas e Escritores Cubanos (UNEAC), Fidel Castro, que renunciou ao poder em Fevereiro, pretende «exprimir algumas preocupações que lhe vêm ao espírito» depois de ter escutado terça-feira as intervenções dos participantes.
«Há dois dias, num artigo da imprensa estrangeira, falou-se de 30 invenções geniais que transformaram o mundo: os CD, GPS e DVD, telemóvel, Fax, Internet, micro-ondas, Facebook, máquinas fotográficas digitais, correio electrónico, etc.,et.,etc.», escreve Fidel Castro.
As multinacionais que estão na origem destes produtos ganharam dólares em tais quantidades «que é incompreensível», acrescenta.
«Pior ainda: cada um deles (estes aparelhos) será substituído por uma outra invenção mais eficaz» e «nem se pode mesmo garantir o segredo do que diz um casal no banco de um parque», lamenta o dirigente cubano.
«Como garantir a saúde mental e física quando são ainda desconhecidos os efeitos de tantas ondas electrónicas para as quais nem o corpo nem o espírito estão preparados», alarma-se o histórico líder da revolução cubana, hoje com 81 anos.
Castro não faz qualquer alusão à decisão tomada a semana passada pelo irmão, Raul, que lhe sucedeu na chefia do Estado a 24 de Fevereiro, da venda livre de computadores, telemóveis micro-ondas, leitores de DVD e outros electrodomésticos.
Diário Digital / Lusa