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Offline Nightstalker

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O Brasil tem guerrilha
« Online: 12 de Abril de 2008, 14:19:10 »
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ISTO É Março 2008 Edição

O Brasil tem guerrilha

ISTOÉ entra na base da Liga dos Camponeses Pobres, um grupo armado com 20 acampamentos em três Estados, que tem nove vezes mais combatentes que o PCdoB na Guerrilha do Araguaia e cujas ações resultaram na morte de 22 pessoas no ano passado

Por ALAN RODRIGUES (TEXTO)
E ALEXANDRE SANT'ANNA (FOTOS) - Buritis (RO)





O barulho de dois tiros de revólver quebrou o silêncio da noite na pacata comunidade rural de Jacilândia, distante 38 quilômetros da cidade de Buritis, Estado de Rondônia. Passava pouco das 22 horas do dia 22 de fevereiro quando três homens encapuzados bloquearam a estrada de terra que liga o lugarejo ao município e friamente executaram à queima-roupa o agricultor Paulo Roberto Garcia. Aos 28 anos, ele tombou com os disparos de revólver calibre 38 na nuca. Dez horas depois do crime, o corpo de Garcia ainda permanecia no local, estirado nos braços de sua mãe, Maria Tereza de Jesus, à espera da polícia. Era o caçula de seus três filhos. Um mês depois do assassinato, o delegado da Polícia Civil de Rondônia que investiga o caso, Iramar Gonçalves, concluiu: "Ele foi assassinado pelos guerrilheiros da LCP."

A sigla a que o delegado se refere, com estranha naturalidade, quer dizer Liga dos Camponeses Pobres, uma organização radical de extrema esquerda que adotou a luta armada como estratégia para chegar ao poder no País através da "violência revolucionária". Paulo Roberto foi a mais recente vítima da LCP, que, sob a omissão das autoridades federais e o silêncio do resto do Brasil, se instalou há oito anos na região e, a cada hora, se mostra mais violenta. Apenas em 2007, as operações do grupo produziram 22 vítimas - 18 camponeses ou fazendeiros e quatro guerrilheiros. Amplamente conhecidos em Rondônia, os integrantes da LCP controlam hoje 500 mil hectares. Estão repartidos em 13 bases que se estendem de Jaru, no centro do Estado, às cercanias da capital Porto Velho, se alongando até a fronteira com a Bolívia, região onde eles acabaram de abrir uma estrada. O propósito dos guerrilheiros seria usá-la como rota de fuga, mas, enquanto não são incomodados nem pela Polícia Federal nem pelo Exército, a trilha clandestina está sendo chamada de transcocaineira - por ela, segundo a polícia local, passam drogas, contrabando e as armas da guerrilha.

ÁREA PROIBIDA

A nenhuma dessas colônias o poder público tem acesso. Sob o manto da "revolução agrária", a LCP empunha as bandeiras do combate à burguesia, ao imperialismo e ao latifúndio, enquanto seus militantes assaltam, torturam, matam e aterrorizam cidades e zonas rurais nessas profundezas do Brasil. Encapuzados, armados com metralhadoras, pistolas, granadas e fuzis AR-15, FAL e AK-47 de uso exclusivo das Forças Armadas, eles já somam quase nove vezes mais combatentes que os 60 militantes do PCdoB que se embrenharam na Floresta Amazônica no início dos anos 70 na lendária Guerrilha do Araguaia. "A Colômbia é aqui", diz o delegado Gonçalves, numa referência às Farc.

A reportagem de ISTOÉ entrou nessa área proibida. No distrito de Jacinópolis, a 450 quilômetros de Porto Velho, bate o coração da guerrilha. Segundo o serviço secreto da Polícia Militar de Rondônia, é ali que está o campo de treinamento. "Nem com 50 homens armados eu tenho coragem de entrar na invasão deles", admite o delegado. Caminhar pelas hostis estradas enlameadas é como pisar em solo minado. A todo momento e com qualquer pessoa que se converse, o medo de uma emboscada é constante. Os militantes adotam as táticas de bloqueio de estradas e seqüestro das pessoas que trafegam pela área sem um salvo-conduto verbal liberado pela LCP. "É a forma de combater as forças inimigas", escreveram eles num dos panfletos que distribuíram na região. "Esses bandoleiros foram muito bem treinados pelos guerrilheiros das Farc", revela o major Enedy Dias de Araújo, ex-comandante da Polícia Militar de Jaru, cidade onde fica a sede da Liga.

Para se chegar à chamada "revolução agrária", dizem os documentos da LCP aos quais ISTOÉ teve acesso, a principal ação do grupo é pôr em prática a chamada "violência revolucionária". E, para os habitantes locais, essa tem sido uma violência fria e vingativa. No caso da sua mais recente vítima, o que a LCP fez foi uma execução sumária, após um julgamento interno suscitado pela desconfiança sobre o real propósito da presença de Paulo Roberto Garcia na região. "Eles acreditam que o rapaz era um agente infiltrado como agricultor e não tiveram dúvida em matálo", disse o delegado. Dos 22 mortos de 2007, quatro eram fazendeiros e 14 eram funcionários das fazendas, que a liga camponesa classifica como paramilitares. Na parte dos guerrilheiros, quatro foram enterrados - assassinados em circunstâncias distintas por jagunços das fazendas da região.

Além de matar, a LCP é acusada pela polícia de incendiar casas, queimar máquinas e equipamentos e devastar a Floresta Amazônica. Os moradores da comunidade onde vivia Garcia não sabem o que é luta de classe, partido revolucionário e muito menos socialismo. Mas eles sabem muito bem que, desde a chegada da LCP naquelas bandas, a morte matada está vencendo a morte morrida.

ALERTA NA SELVA

Só quem consegue transitar livremente no território da guerrilha são os caminhões dos madeireiros clandestinos, que pagam um pedágio de R$ 2 mil por dia à LCP para rodar nas estradas de terras controladas pela milícia. Em troca do pedágio, os guerrilheiros dão segurança armada aos madeireiros para que eles possam roubar árvores em propriedades privadas, áreas de conservação e terras indígenas. São terras que a LCP diz ter "tomado" - e o verbo tomar, no lugar de "invadir" ou "ocupar", como prefere o MST, não é mera semântica, mas uma revelação do caráter belicoso do grupo. "A falha é do Exército brasileiro, que deixa esses terroristas ocuparem nossa área de fronteira", acusa o major Josenildo Jacinto do Nascimento. Comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, Nascimento sente na pele o poder e a arrogância desse bando armado.

No ano passado, eles derrubaram uma base militar da Polícia Ambiental dentro de uma unidade de conservação e seqüestraram seus soldados. "A tática utilizada pela LCP para as emboscadas é certeira", admite um dos militares, mantido preso por sete horas. "Como são estradas de terras, no meio da floresta, eles derrubam árvores, que fecham o caminho. Quando as pessoas descem do carro para retirar a tora, são rendidas", diz E. S., militar da Polícia Ambiental, que recorre ao anonimato para se proteger. "Essa guerra é um câncer que está se espalhando pelo Estado", alerta Nascimento.

Assim como consta nos panfletos da Liga, os guerrilheiros postam homens em bases nos morros com binóculos e rojão para anunciar a "invasão" de sua área por "forças inimigas". Depois de sermos monitorados de perto por grupos de motoqueiros, durante os 38 quilômetros que levamos uma hora e meia para percorrer no território dominado pela LCP, ouvimos uma saraivada de rojões anunciando nossa presença. Estávamos próximos a uma base. O alerta serve também para que os homens armados se infiltrem na mata ocupando as barricadas montadas com grandes árvores nas cercanias dos acampamentos.

"O fato é que não dá para observá-los, mas estamos sob sua mira", adverte o militar da Polícia Ambiental que nos acompanha. Na verdade, a PM Ambiental é a única força do Estado cuja presença ainda é tolerada pela guerrilha. A explicação é simples: com apenas oito agentes para cuidar de quase 900 mil hectares naquela região, eles não representam ameaça ao grupo. Antes, serão presas fáceis se assim os militantes o desejarem.

A BASE

Logo que o barulho dos rojões reverbera na imensidão da selva, as mulheres e crianças vestem seus capuzes e assumem a linha de frente. Quando se chega ao topo de um morro, depois de passar por uma barricada construída com o tronco de uma imensa árvore com a inscrição da Liga, avista-se uma bandeira vermelha tremular na franja de um acampamento de casas com cobertura de palha. Pouco tempo depois, outra barricada e chega-se a uma parada obrigatória. Do outro lado da porteira, transcorreu o seguinte diálogo com uma trupe maltrapilha, encapuzada e arredia.

LCP - O que vocês vieram fazer aqui? - disse um nervoso interlocutor mascarado.
ISTO É - Somos jornalistas e queremos saber o que vocês têm a dizer sobre a reforma agrária e a Liga dos Camponeses Pobres.

LCP - Podem ir embora, não temos nada a dizer. Vocês só atrapalham.

ISTO É - Quantas famílias estão nesta invasão?
LCP - 300.

ISTO É- Podemos falar com o líder de vocês?
LCP - Aqui não existe líder, todos somos iguais.

ISTO É - Por que vocês ficam mascarados?
LCP - A máscara é nossa identidade.

ISTO É - Vocês acreditam que podem fazer uma revolução?
LCP - Não temos que dar satisfações à imprensa burguesa.

ISTO É - De quem vocês recebem apoio?
LCP - Não interessa.

ISTO É - Podemos entrar no acampamento?
LCP - De forma alguma. Vão embora daqui!

Com colete à prova de balas sob a camisa, saímos da porteira do acampamento por uma questão de segurança e voltamos a percorrer de carro, numa estrada precária, mais uma hora e meia até o primeiro ponto de pedágio da LCP. "No ano passado, fomos presos por eles, éramos oito militares e eles tinham mais de 50 homens armados com metralhadoras", conta o sargento da tropa. "Não tem jeito, para resolver o problema com esse bando só com uma ação conjunta do Exército, da Polícia Federal e das forças do Estado."

Ao voltar da área dominada pela LCP, fica claro, nas reservadas conversas com alguns poucos moradores dispostos a contar algo, que o terror disseminado pela guerrilha se mede pelo silêncio dos camponeses. Os revoltosos controlam a vida das pessoas, além de investigar quem é quem na região. Quem não "colabora" com eles - fornecendo dinheiro, gado ou parte da produção - vira alvo de ataques covardes. Histórias de funcionários das fazendas da região que foram colocados nus sobre formigueiros ou que apanharam até abandonar o local estão muito presentes na memória dos moradores. As torturas praticadas pelos bandoleiros contra trabalhadores rurais dificultam até contratação de mão-de-obra na região. "Ninguém quer trabalhar mais na minha fazenda", admite Sebastião Conte, proprietário de 30 mil hectares de terra. Ele teve parte de sua terra "tomada" há dois anos pela LCP, a sede da fazenda foi queimada, assim como seus tratores, alojamentos e área do manejo florestal. O fazendeiro, acusado pela Liga de ser um latifundiário, é prova de que o terror da guerrilha é igual para todos. Segundo ele, nos últimos dois anos, teve que enterrar três de seus funcionários. "Todos eles assassinados barbaramente", diz Conte. "Estou pedindo socorro. Não sei mais a quem recorrer."

Longe de lá, na cidade de Cujubim, os trabalhadores rurais empregados das fazendas não dispensam o porte de armas. "Aqui ou você anda armado ou está morto", diz M.L. O capataz da fazenda e seu filho já perderam a conta de quantas vezes trocaram chumbo com os mascarados que tentam invadir a fazenda. Tratados como paramilitares, os funcionários das fazendas são, depois dos fazendeiros, os alvos prediletos dos ataques da Liga. Nelson Elbrio, gerente da Fazenda Mutum, teve o azar de cair nas mãos da "organização". Ele foi rendido exatamente como os militares da Polícia Ambiental e ficou preso sob a mira de uma arma por seis horas. "Assim que eu fiz a curva na estrada dei de cara com uns 15 homens encapuzados e fortemente armados. Eles me tiraram do carro e a partir daí vivi um inferno", conta Elbrio. "Eles queriam que eu revelasse os segredos da fazenda: quantas pessoas trabalhavam lá, depósito de combustível, se tinha seguranças armados." O sofrimento do funcionário se estendeu até o final da tarde, quando o grupo o arrastou até a sede da fazenda, dando tiros de escopeta próximo a seu ouvido. Em seguida, o obrigaram a assisti-los incendiando a propriedade e os tratores. "Nunca mais dormi bem", diz Elbrio.

Com a morte à espreita, o medo transformou distritos inteiros em zonas despovoadas - verdadeiras vilas fantasmas - e criou uma massa de gente refugiada de sua própria terra, expulsa pela guerrilha. Em Jacilândia, das 25 casas de madeira da única rua do distrito, só oito estão habitadas. Até a igreja fechou suas portas. "O povo foi embora com medo dos guerrilheiros", conta um dos moradores, um ancião que só admite a entrevista sob o anonimato. "Aqui não podemos falar nada. Para ficar de pé tem que se aprender a viver", diz o velho agricultor. O silêncio e o abandono das terras são a mais dura tradução desse novo modo de viver. Maria, a mãe do agricultor assassinado, não esperou a missa de sétimo dia do caçula. Deixou para trás os 100 hectares, onde tinha 100 cabeças de gado e a casa recém-construída. Partiu para um lugar ignorado, sob a proteção de outro filho.

O SILÊNCIO

Naquele pedaço de terra, os poucos que, apesar de tudo, permanecem na área não têm rostos ou nomes. Quando interrogados pela polícia na apuração dos crimes, eles se tornam também cegos e surdos. "Não existe testemunha de nada", reclama o delegado Gonçalves. A razão das infrutíferas apurações policiais é que os insurgentes presos são facilmente liberados pela Justiça. "Como eles usam a tática guerrilheira do uso de máscaras em suas ações, nós ficamos de mãos atadas para puni-los. Nunca se sabe quem de fato matou", queixa-se o delegado. As únicas lideranças da LCP a enfrentar a prisão por causa de assassinatos foram Wenderson Francisco dos Santos (Russo) e Edilberto Resende da Silva (Caco), que se encontra foragido. Os dois foram acusados de participar do assassinato do trabalhador rural Antônio Martins, em 2003. Russo foi absolvido em primeira instância e os promotores recorreram da decisão ao Tribunal de Justiça.

A ABIN SABE

Essa tensão é o pano de fundo de uma guerra psicológica que os ideólogos da organização avaliam como a ideal para que a área seja abandonada pelos fazendeiros. "A melhor forma de desocupar a área é destruindo o latifúndio", nos disse um dos mascarados, chamado de Luiz por um colega. Na lógica da LCP, os fazendeiros têm que tomar prejuízo sempre, senão eles não abandonam a terra. À frente de 300 famílias da invasão da Fazenda Catanio, uma propriedade de 25 mil hectares, o guerrilheiro Luiz defende o confisco do gado para matar a fome dos invasores e considera que a "tomada" de terra é a forma legal de fazer uma "revolução agrária". "Se esperarmos a Justiça, ficaremos anos plantados aqui", diz ele.

A audácia dos militantes da LCP é tanta que no ano passado mais de 200 deles marcharam encapuzados pelas ruas do município de Buritis, a 450 quilômetros de Porto Velho, até parar na porta da delegacia, onde exigiram a saída do delegado Gonçalves da comarca. Motivo: ele tinha prendido um dos líderes da facção guerrilheira. Não satisfeitos, os bandoleiros bateram às portas do Ministério Público e da Justiça exigindo que os titulares dos órgãos também se afastassem. O fato foi reportado ao Ministério da Justiça, ao presidente Lula e ao governo estadual. Até agora, não houve nenhuma resposta. "Ninguém leva a sério nossas denúncias. Eles pensam que estamos brincando, que a denúncia de guerrilha é um delírio", indigna-se o delegado Gonçalves. "Isso vai acabar numa tragédia de proporções alarmantes, e aí sim vão aparecer os defensores dos direitos humanos", critica ele. É exatamente nessa desconsideração das denúncias de promotores, juízes e militares que a Liga ganha força e cresce impunemente.

Tão trágica quanto o terror que esse grupo armado impõe às comunidades rurais é o fato de os governos estadual e federal saberem da existência desse bando armado - e não fazerem nada. Segundo o Dossiê LCP, um relatório confidencial da polícia de Rondônia, com 120 páginas, encaminhado em dezembro passado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ao Exército e ao Ministério da Reforma Agrária, o grupo armado, além de cometer todo tipo de barbaridade, é financiado por madeireiros ilegais. Conforme o documento, a LCP controla uma área estimada em 500 mil hectares, onde doutrina mais de quatro mil famílias de camponeses pobres espalhadas por mais de 20 assentamentos da reforma agrária distribuídos pelos Estados de Minas Gerais, Pará e Rondônia. "Eles estão na contramão do que é contemporâneo. Mas, de fato, formaram um 'Estado' paralelo", entende Oswaldo Firmo, juiz de direito da Vara especializada em Conflito Agrário do Estado de Minas Gerais.

FORÇA-TAREFA

Documentos em poder de ISTOÉ comprovam que as autoridades federais têm feito ouvidos de mercador para o problema. No dia 11 de janeiro de 2008, o ouvidor agrário do governo federal, desembargador Gercino José da Silva Filho, acusou o recebimento das denúncias encaminhadas a ele sobre as ilegalidades cometidas por integrantes da Liga dos Camponeses Pobres. Mais uma vez, nada foi feito. "Eles dizem que sabem de tudo, mas cadê a ação?", questiona o major Nascimento, comandante da Polícia Militar Ambiental de Rondônia. "Essa situação aqui só será resolvida em conjunto com outras forças militares", admite o major. Foi o que aconteceu no Estado do Pará, em novembro passado, na chamada Operação Paz no Campo, quando uma ação envolvendo o Exército, as polícias civil e militar e a Polícia Federal desocuparam um acampamento da LCP na Fazenda Fourkilha, no sul do Estado. Com dois helicópteros, 200 homens e 40 viaturas, a força-tarefa cercou o local, prendeu cerca de 150 militantes e recolheu um verdadeiro arsenal de guerra. "Precisamos da mão forte do Estado. Aqui somos tratados como cidadãos marginais", emenda o fazendeiro Sebastião Conte.


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"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
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Offline Rodion

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #1 Online: 12 de Abril de 2008, 14:41:16 »
que loucura, cara. pior que nem um exército chefiado por um petista ou um tucano teria coragem de bater de frente com os guerrilheiros. ficamos moles.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Nina

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #2 Online: 12 de Abril de 2008, 14:59:07 »
É gente... morei em RO 6 anos.. meus pais, 8.

Lá a coisa é um pouco diferente dqui...
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Rodion

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #3 Online: 12 de Abril de 2008, 14:59:46 »
farwest!
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Nightstalker

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #4 Online: 12 de Abril de 2008, 15:01:43 »
farwest!

Só o homem-sem-nome mesmo e o Mortimer pra dar um jeito.
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Offline Südenbauer

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #5 Online: 12 de Abril de 2008, 15:11:27 »
farwest!

Só o homem-sem-nome mesmo e o Mortimer pra dar um jeito.
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Offline HSette

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #6 Online: 12 de Abril de 2008, 15:15:41 »
E é bom agir rápido. Tem a fronteira com a Bolívia, e isso é um complicador e tanto.

Essa região está ficando cada vez mais explosiva (e não estou falando do gás natural :-)).
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
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Chaves

Offline Pregador

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #7 Online: 12 de Abril de 2008, 16:37:39 »
Seria bom agir enquanto dá... O negócio seria uma operação militar de grande porte e com muita força para cortar pela raiz e intimidar aventureiros a não tentar novamente...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Ricardo RCB.

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #8 Online: 13 de Abril de 2008, 10:15:22 »
Seria bom agir enquanto dá... O negócio seria uma operação militar de grande porte e com muita força para cortar pela raiz e intimidar aventureiros a não tentar novamente...

No Brasil? Com o Lulla presidente? Não vai acontecer, aliás não vai acontecer não importa de onde[1] venha o próximo presidente, seja o Lullla, o Aécio, o Serra, a Dilma ou outro(a) qualquer.

[1] de qual partido, DEM, PT, PSDB e outros
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Donald Kendall

Offline HSette

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #9 Online: 13 de Abril de 2008, 10:49:42 »
Esse tipo de questão não pode ser ideologizada.

Para mim, parece ser criminalidade pura e simples, que busca se travestir de matizes ideológicos. Aliás, o que eles querem é exatamente isso, ou seja, a politização, o que dificultaria uma ação mais veemente.
« Última modificação: 13 de Abril de 2008, 17:27:46 por HSette »
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Chaves

Offline Luiz Souto

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #10 Online: 13 de Abril de 2008, 11:05:00 »
Nunca tinha ouvido falar da LCP e após ler a matéria da Isto É postada dei uma busca e descobri o texto abaixo , referente a 09/04/08.
Além disso no CMI há uma nota de repúdio da LCP à matéria da Isto É e , nos arquivos ,uma notícia de 2003 que relata a entrega por um representante da LCP ao Ministério Público de Rondônia de um documento denunciando assassinatos de camponeses por latifundiários em conflitos por posse de terra.
Como não costumo ler as matérias da IE sem um bom grau de ceticismo e a situação agrária em RO é explosiva ( e não só lá), acho que uma avaliação mais real do que ocorre na região vai depender da comparação com informações de outras fontes.

Em tempo: a)a IE refere-se a panfletos da LCP mas não publica nenhum , nem em parte.
               b)duvido  que o Comando Militar da Amazônia ficasse inerte perante um grupo guerrilheiro na região , já que faz parte do Plano Cobra coibir qualquer expansão de atividades de guerrilha na fronteira Norte
 

Citar
LCP denuncia massacre de camponeses na Amazônia

Grupo armado invade acampamento e põe fogo. Polícia diz que varredura não localizou cadáveres.
AGÊNCIA AMAZÔNIA
contato@agenciaamazonia.com.br

BRASÍLIA – Um grupo de homens armados e encapuzados invadiu na manhã de quarta-feira o Acampamento Conquista da União, da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), em Campo Novo, Rondônia. Segundo relato de um camponês o bando chegou atirando e teria feito vítimas fatais, entre as quais uma mulher grávida. Outras pessoas teriam sido seqüestradas. O camponês conseguiu escapar do cerco, informa a LCP. Agentes da Polícia Federal, representantes do Incra e da Ouvidoria Agrária Nacional estão em Campo Novo e Buritis. A Secretaria de Segurança Pública informa que uma varredura feita na região "nada localizou de irregular".
 
O ataque ocorreu no mesmo dia em que o Governo do Estado de Rondônia negou haver guerrilha na região de Jacinópolis e Buritis, a aproximadamente 400 quilômetros da capital, conforme reportagem da revista Istoé, reproduzida pela Folha de Rondônia, de Ji-Paraná. Contraditoriamente, o próprio governador Ivo Cassol, em entrevista à Rede TV! disse que os camponeses "são treinados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e matam cidadões (sic) de bem". O governador mandou distribuir à imprensa cópias da reportagem. Em nota, o governo admitiu pedir tropas federais para atuar nas áreas ocupadeas pela LCP. Na Câmara, o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), propôs a formação de uma comissão externa para visitar a região. Ele afirma que "a LCP matou 25 pessoas em 12 meses".
 
Segundo a LCP, o mesmo camponês que deu a notícia sobre o massacre disse que o grupo armado apreendeu 20 motos e pôs fogo em todos os pertences dos acampados. A fazenda onde ocorreu o ataque pertenceria à família Catâneo. Dois pistoleiros são conhecidos na região: Roberto e Bozó. Este último trabalharia para o fazendeiro Jaime Giacomelli, em Ariquemes – a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. Giacomelli estaria pressionando famílias ocupantes do Acampamento Cafezal, em Ariquemes. Anteriormente, conforme a LCP, Bozó prestara serviços ao fazendeiro de Jaru conhecido por Galo Velho, mencionado como grileiro de terras no Seringal 70, em documentos do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

No mês passado, a LCP havia denunciado que poderia ocorrer um massacre de sem-terra naquela região, suspeitando de ações organizadas por latifundiários.

Reunião em Porto Velho

Na quarta-feira, o coordenador técnico enfatizou, em nota distribuída pela Assessoria de Comunicação Social do Governo de Rondônia: "Queremos deixar claro que em nenhum momento afirmamos que existe guerrilha em Rondônia, e sim um grupo que usa táticas de guerrilha". Pizzano havia se reunido com representantes do Ministério Público do Estado e Federal, Tribunal de Justiça, Polícia Federal, Agência Nacional de Inteligência, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, OAB, Ibama e Incra.

Reiterou que a secretaria possui um acervo de fotos e imagens de pessoas que foram assassinadas por integrantes da LCP. "As vítimas são torturadas e mortas com tiro na cabeça, o que fica caracterizado como uma execução", ele afirmou. Pizzano disse que o Governo de Rondônia "não tem condições de controlar esse grupo, porque o Estado não tem efetivo para entrar sozinho nessa ação".
 

Advogados suspeitam da ocultação de cadáveres

PORTO VELHO – Há suspeitas de ocultação de cadáveres em Campo Novo. A Comissão Pastoral da Terra, o Núcleo dos Advogados do Povo (NAP), o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), com sede no Rio de Janeiro, e a LCP queixaram-se esta quinta-feira de que o governo estaria impedindo o acesso das entidades à área de conflito.

O Cebraspo anuncia que seus dirigentes insistirão na visita, nas próximas horas. Eles visitarão Campo Novo região acompanhados de sindicalistas, advogados e jornalistas. "Além de não apurar o massacre, a polícia ainda dificulta o trabalho das entidades denunciantes e da própria imprensa que está no município de Buritis", acusa o Cebraspo. A entidade afirma que ouviu, por telefone, o depoimento de um dos sobreviventes que teria sido impedido de prestar declarações em Buritis". A ordem, conforme o Cebraspo, partira do delegado Iramar Gonçalves da Silva.

"Questionamos a ação do delegado César Pizzano em afirmar que não há massacre na região e que as notícias seriam boatos, já que as entidades estão sendo impedidas de terem acesso ao local". Em solidariedade às vítimas, professores e estudantes da Universidade Federal de Rondônia informaram que também pretendem ir a Campo Novo.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Quereu

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #11 Online: 13 de Abril de 2008, 11:18:22 »
O brasil tem guerrilha, mas não é de verdade, da mesma maneira que não temos cristãos de verdade, liberais de verdade, comunistas de verdade, conservadores de verdade, ateus de verdade. Tudo é meio representação, teatro. Nossa verdadeira vocação é a paródia. Na hora "h" a preguiça e a moleza tudo suplantam.

Tenho certeza que esse movimento vai ser introjetado no cotidiano dos brasileiros, assim como ocorreu com os traficantes nos morros do Rio, a selvageria dos motoboys em São Paulo, o índice de homicídios no país, as invasões de terra (e agora de empresas, como a Vale) do MST, a corrupção do governo Lula, a impunidade, o desmatamento da amazônia. Um descalabro a mais e tocamos nossa vidinha para frente.
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Offline Nightstalker

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #12 Online: 13 de Abril de 2008, 11:33:47 »
O brasil tem guerrilha, mas não é de verdade, da mesma maneira que não temos cristãos de verdade, liberais de verdade, comunistas de verdade, conservadores de verdade, ateus de verdade. Tudo é meio representação, teatro. Nossa verdadeira vocação é a paródia. Na hora "h" a preguiça e a moleza tudo suplantam.

Tenho certeza que esse movimento vai ser introjetado no cotidiano dos brasileiros, assim como ocorreu com os traficantes nos morros do Rio, a selvageria dos motoboys em São Paulo, o índice de homicídios no país, as invasões de terra (e agora de empresas, como a Vale) do MST, a corrupção do governo Lula, a impunidade, o desmatamento da amazônia. Um descalabro a mais e tocamos nossa vidinha para frente.

Enquanto tiverem a cerveja, o samba e o futebol...
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Offline Dodo

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #13 Online: 13 de Abril de 2008, 11:47:03 »
Meu irmão morou no Pará durante cinco anos e, devido a seu trabalho, percorreu grande parte da Região Norte. Os conflitos são frequentes nessas regiões, os principais motivos são: a posse da terra e a exploração de madeira e minérios, este último em menor grau.

Rotular os envolvidos como sendo esquerda ou direita, acaba por dificultar o combate a esse tipo de crime, porque faz com que, mesmo não havendo afinidades, grupos ou entidades políticas distantes desses locais acabem por "tomar as dores" de seus companheiros, sejam eles fazendeiros ou sem-terras.

O "mano" escapou de dois atentados; ele não era o alvo, mas estava acompanhando um certo político local. Era uma comitiva de vinte pessoas, quinze eram jagunços contratados como seguranças.

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #14 Online: 13 de Abril de 2008, 12:00:11 »
Certa vez eu falei em outro tópico que existiam no Brasil  alguns movimentos armados iguais a esse ANTES dos militares serem obrigados a fazer o que fizeram, como resposta  me disseram que oficialmente esses grupos  passaram a existir APÓS a atitude dos militares como forma de lutar pela democracia...

Bom, agora temos a prova de que existem grupos armados atuando dentro do Brasil HOJE ,só que como não existem oficialmente a história se repetirá...

Vamos esperar que tenha um churrasco na sede deles e o registro formal do movimento em cartório( " Declaro que eu, Fulano de Tal  faço parte de um movimento guerrilheiro blá, blá, blá..") para tomar uma atitude.

Caso contrário é mentira que existam.

Offline Nightstalker

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #15 Online: 13 de Abril de 2008, 12:20:13 »
Esse tipo de questão não pode ser ideologizada.

Para mim, parece ser criminalidade pura e simples, que busca se trasvestir de matizes ideológicos. Aliás, o que eles querem é exatamente isso, ou seja, a politização, o que dificultaria uma ação mais veemente.

Discordo, a esquerda marxista legitima atitudes como a desse grupo, LCP. Eles agem conforme a cartilha, fazem a sua própria "revolução armada". Pela reportagem dá para notar claramente o caráter marxista do discurso desse grupo de marginais.
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Offline HSette

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #16 Online: 13 de Abril de 2008, 12:58:28 »
Esse tipo de questão não pode ser ideologizada.

Para mim, parece ser criminalidade pura e simples, que busca se trasvestir de matizes ideológicos. Aliás, o que eles querem é exatamente isso, ou seja, a politização, o que dificultaria uma ação mais veemente.

Discordo, a esquerda marxista legitima atitudes como a desse grupo, LCP. Eles agem conforme a cartilha, fazem a sua própria "revolução armada". Pela reportagem dá para notar claramente o caráter marxista do discurso desse grupo de marginais.

Papo. Mesma história das FARC.
Bandidos travestidos.

Se o Estado for nessa conversa, vai entrar em maus lençóis. Tratando isso como questão política vai acabar recebendo pressão de organismos internacionais.

Pra mim é caso de polícia. Simples assim.
« Última modificação: 13 de Abril de 2008, 17:27:14 por HSette »
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Chaves

Offline Dodo

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #17 Online: 13 de Abril de 2008, 12:59:56 »
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Matadores espalham medo em cidade do PA

Uma cidade sem lei, onde homens andam armados na rua sem ser incomodados pela polícia e a maioria das pessoas vive assombrada pelo medo. Assim é São Félix do Xingu, palco da maior chacina no campo no governo Lula.

A cidade paraense é a segunda maior do país, com 84,6 mil m2, quase o tamanho de Portugal. Pelo menos 70% das terras na zona rural do município são griladas, segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente da cidade.

Há nove dias, as polícias Civil e Militar caçam os suspeitos de matar, com tiros à queima-roupa de escopeta calibre 12, sete trabalhadores rurais e um comerciante da cidade. Na sexta-feira, a Polícia Civil tinha nove suspeitos identificados. Os trabalhadores foram mortos quando faziam a limpeza da área para plantar capim.

Um exemplo da ousadia dos matadores: mesmo com a presença de pelos menos 50 policiais na região, os mesmos pistoleiros perseguiram, em uma camionete branca três dias após o crime, o trabalhador rural Elvis Moura, que teria vendido a terra grilada para o fazendeiro Antonio Vieira da Silva, morto na chacina.

"Meu irmão foi perseguido por homens encapuzados. Ele fugiu e me disse que nunca mais voltará", disse L.G., 24, que praticamente vive escondido entre os 2.500 moradores da Vila Taboca.

Segundo moradores, um mês antes da chacina, Luiz Olho de Gato, que seria um dos matadores mais conhecidos da cidade, invadiu o hospital municipal da cidade com um revólver 38 em punho e assassinou outro pistoleiro, que estava ferido à bala no leito. Hoje, afirmam os moradores, ele passeia pelas ruas da cidade.

Apontado como um dos maiores traficantes de drogas do país, Leonardo Dias Mendonça era uma das figuras carimbadas da cidade até o ano passado, quando foi preso pela Polícia Federal.

Dono de vastas fazendas e milhares de cabeças de gado, Mendonça também possui estabelecimentos comerciais na cidade, conforme a Agência Folha apurou no cartório municipal. Nas ruas da cidade, pode-se encontrar facilmente quem defenda a inocência do traficante.

Com 34.621 habitantes (censo de 2000) --22.091 na área rural-- , São Félix do Xingu possui 27 vilas ou distritos isolados no meio da mata e tem 20 policiais militares. A chacina ocorreu perto da Vila Taboca, que tem quatro PMs com um revólver cada um.

"Só quero Justiça. Quando ouço qualquer barulho à noite fico com medo, e nossos quatro filhos estão traumatizados com tamanha brutalidade. Só penso em ir embora daqui e não quero nem saber quem fez isso", disse a viúva de um dos mortos na chacina, que pediu para não ser identificada com medo da ação do que chama de "máfia da grilagem de terras".

Dos oitos corpos, seis foram deitados de bruços e mortos com tiros na cabeça. A Agência Folha viu as imagens feitas pela polícia no local após os crimes. O fazendeiro Antonio Vieira da Silva foi torturado com coronhadas, além de levar vários tiros na cabeça. "Foi a coisa mais horrível que vi na minha vida. Quando cheguei ao local do crime, não acreditei na cena", disse o mototaxista Gerson Pereira dos Santos, 18, o "Tiziu", que ajudou a levar um dos corpos para a Vila Taboca.

Estrutura precária

Por causa da falta de estrutura policial, quatro dos corpos foram levados de carroça até o vilarejo, e o restante, em quatro motos, entre o piloto e um carona. De lá, os corpos seguiram até São Félix do Xingu em um caminhão emprestado por um dos moradores em uma viagem de cinco horas.

A falta de estrutura também fez com que seis corpos fossem analisados a céu aberto no cemitério da cidade pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal). Os outros dois corpos, em estado avançado de decomposição, foram enviados a Belém em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).

"Vou entrar com uma ação contra o governo do Estado, pois meu pai foi enterrado como um indigente. Foi uma grande falta de respeito. O corpo de meu pai ficou três dias a céu aberto jogado no cemitério até ser enterrado", disse Edvan da Silva Braga, 38, filho de Pedro Formiga Braga, 64.

Pistolagem

Há dois anos, o procurador federal Felício Pontes esteve na região e identificou os principais problemas em São Félix do Xingu. "Lá é necessário um zoneamento territorial completo. Temos reservas indígenas, reservas extrativistas e florestais. Todas as terras estão sendo invadidas e, enquanto o Estado não se fizer presente, as mortes por disputas de terras continuarão acontecendo."

Um outro procurador, que está ameaçado de morte, preparou um relatório detalhado com os nomes de todos matadores de aluguel, intermediários e mandantes da máfia da grilagem. Ele esteve no local há dois meses.

O fazendeiro e madeireiro João Cléber de Sousa Torres é o principal acusado de ser o mandante dos crimes por disputa de terras em São Félix do Xingu, segundo o relatório. Todos os matadores de aluguel apontados como suspeitos também constam no relatório.

Diz o relatório: "A região de São Félix do Xingu e Altamira encontra-se dominada pela presença ativa do crime organizado". E mais: "João Cleber de Sousa Torres e Francisco de Sousa Torres (Torrim) são os comandantes do crime organizado na região de São Félix do Xingu. À frente da cúpula agem e promovem a invasão, ocupação e grilagem de terras públicas; são donos da madeireira Impanguçu Madeira e Maginga. Pelo perigo que representam são muito temidos na região".

Cleber e Torrim não foram localizados na cidade. Ele e o empresário Tadeu Bitar, 48, são os principais suspeitos de serem os mandantes da chacina ocorrida neste mês. Bitar nega. "Não tenho nenhum envolvimento com isso e nem tenho terras mais na região", disse, em depoimento à polícia.

Para o delegado que preside o inquérito, José Alcântara, Bitar tem mesmo terras na região e é um dos mais citados nos mais de dez depoimentos já colhidos pela polícia nas investigações. "A informação que temos até agora indica que Tadeu Bitar tem terras lá, ao contrário do que disse. Estamos apurando o tamanho de suas terras e até onde vão os limites das posses dele", disse o delegado.

Acesso difícil

Para chegar de São Félix do Xingu até o local onde ocorreram as mortes, são dois dias de barco ou 24 horas de carro, sendo que nos últimos 12 km só é possível chegar com moto com tração.

"Próximo do local da chacina, houve outro homicídio e uma tentativa de homicídio poucas semanas atrás. Temos informações de que outros assassinatos ocorridos lá nem sequer chegam ao conhecimento da polícia, pois muitas famílias têm medo de denunciar", completou Alcântara.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Félix do Xingu, Luís Pereira Carvalho, denunciou a existência de uma suposta lista de marcados para morrer com 20 nomes. "São Félix do Xingu é um terra de ninguém. É abandonada. Toda semana tem uma morte por disputa de terras ou por causa de trabalho escravo. É um verdadeiro faroeste e a polícia geralmente está do lado dos mandantes. Com certeza haverá mais mortes", afirmou.
Na semana passada, o ouvidor agrário do Pará, Otávio Maciel, admitiu a existência de um poder paralelo na região, controlado por mandantes de crimes e matadores de aluguel. As polícias Civil e Militar negam o envolvimento com fazendeiros mandantes, mas possuem uma estimativa de que pelos menos cem pistoleiros agem na região por encomenda. Cada um cobra entre R$ 1.000 e R$ 5.000 por morte.
Para o delegado-geral de polícia do Pará, Luís Fernandes, não há omissão do Estado na segurança. "A região é muito vasta. Não há como vigiar todos os pontos."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u53627.shtml

Será que os fazendeiros, comerciantes e empresários também estão virando marxistas?
São Félix do Xingu foi a cidade onde meu irmão morou logo que se mudou par o Pará.
« Última modificação: 13 de Abril de 2008, 13:02:24 por Dodo »
Você é único, assim como todos os outros.
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Offline Nightstalker

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #18 Online: 13 de Abril de 2008, 13:02:59 »
Esse tipo de questão não pode ser ideologizada.

Para mim, parece ser criminalidade pura e simples, que busca se trasvestir de matizes ideológicos. Aliás, o que eles querem é exatamente isso, ou seja, a politização, o que dificultaria uma ação mais veemente.

Discordo, a esquerda marxista legitima atitudes como a desse grupo, LCP. Eles agem conforme a cartilha, fazem a sua própria "revolução armada". Pela reportagem dá para notar claramente o caráter marxista do discurso desse grupo de marginais.

Papo. Mesma história das FARC.
Bandidos trasvestidos.

Se o Estado for nessa conversa, vai entrar em maus lençóis. Tratando isso como questão política vai acabar recebendo pressão de organismos internacionais.

Pra mim é caso de polícia. Simples assim.

Não acho que sejam semelhantes. As FARC em seus primórdios tinha um caráter essencialmente ideológico, atualmente considero que é apenas um bando de narcotraficantes. Já a LCP é diferente, eles não se mostram apenas como criminosos, a ideologia se mostra muito presente na organização, assim como no MST.
Conselheiro do Fórum Realidade.

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Offline HSette

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #19 Online: 13 de Abril de 2008, 13:07:10 »
Essa tática de "ideologia" é só para validar as ilegalidades.

Comigo não cola.
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"Por quê?"
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Chaves

Offline Alenônimo

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #20 Online: 13 de Abril de 2008, 17:18:38 »
Essa tática de "ideologia" é só para validar as ilegalidades.

Comigo não cola.
De acordo.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Tonto

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Re: O Brasil tem guerrilha
« Resposta #21 Online: 18 de Abril de 2008, 16:21:08 »
Qual o ideologia do Chico Mendes, e qual a dos que contrataram a morte dele? 
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