Mais informações sobre o LHC:
Large Hadron Collider
● O que é?
O Large Hadron Collider (Grande Colisor de Hádrons) será o maior e mais potente acelerador de partículas do planeta. Localizado no CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire - "Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear"), perto de Genebra, na Suíça, o LHC utiliza em sua construção os túneis circulares previamente utilizados pelo LEP (Large Electron-Positron Collider), desativado em 2000. O LHC está sendo financiado e construído com a colaboração de mais de dois mil físicos de 34 países, e também por centenas de universidades e laboratórios. O propósito de sua construção é de que, quando ativado, as colisões de alta energia entre as partículas revelem o Bóson de Higgs, o que será um grande passo na confirmação e verificação de várias teorias.
● Características
Seus túneis de concreto de 3.8 metros de diâmetro formam uma circunferência de 27 km de extensão, numa profundidade de 50 a 175 metros abaixo do solo, passando pela fronteira da França e da Suíça em quatro pontos, sendo que a maioria de sua extensão está em território francês.
O LHC usa equipamentos como compressores, controles eletrônicos e plantas de refrigeração e ventilação. Seu túnel de concreto possui dois tubos fechados com ímãs supercondutores refrigerados por hélio líquido, e cada tubo contém um feixe de prótons. Os dois feixes passam pela circunferência dos túneis em direções opostas, além disso, ímas adicionais são utilizados para direcionar os feixes para quatro pontos de intersecção, onde as interações entre os prótons ocorrerão. No total são mais de 1600 ímas supercondutores utilizados, a maioria pesando mais de 27 toneladas.
Seis detectores estão sendo construídos no LHC, sendo distribuídos em pontos de intersecção dos feixes, sendo dois deles grandes detectores de partículas em geral, um deles um grande detector de plasma de quark-gluon, e os outros três são menores e mais especializados.
● Funcionamento
Seu funcionamento terá início quando o seu resfriamento for concluído. A temperatura final de operação será em torno de 2 K (-271ºC). As partículas utilizadas nos experimentos serão injetadas no acelerador principal, e serão preparadas por uma série de sistemas que, sucessivamente, aumentarão o nível de energia das partículas. No final, cada próton terá uma energia de 7TeV (7 trilhões de elétron-volts), e levarão cerca de 90 microssegundos (1 microssegundo é a milionésima parte de um segundo) para dar uma volta completa na circunferência do LHC, e vai ser gerada uma colisão de um total de 14 TeV. Nos locais das colisões estão localizados seis detectores de partículas, que irão analisar os resultados obtidos com o experimento.
● Pesquisa, segurança e custos
Aproximadamente 7 mil cientistas de 80 países terão acesso ao LHC quando este entrar em funcionamento, e os físicos esperam que o LHC ajude a testar grandes teorias unificadas e solucionar perguntas sem respostas da física. O custo total do projeto estava estimado entre 5 e 10 bilhões de dólares, estima-se 8.52 bilhões de dólares mais precisamente.
Apesar da experiência proposta pelos físicos com um imenso colisor de partículas como o LHC pode trazer benefícios e respostas, ele é muito criticado na questão da segurança. Os riscos que o LHC oferecem são da ordem de afetar o planeta inteiro, pois ele potencialmente pode gerar fenômenos desastrosos desconhecidos pelo homem. Apesar do modelo padrão da física predizer que a energia gerada pelo LHC é insuficiente para gerar mini-buracos negros, algumas extensões do modelo padrão dizem que existem dimensões espaciais extras, nas quais seriam possíveis a criação de mini-buracos negros, na freqüência de 1 por segundo. Também de acordo com os cálculos padrões, estes seriam inofensivos, pois eles decairíam rapidamente pela radiação de Bekenstein-Hawking. O problema é que essa radiação ainda não foi testada, nem observada naturalmente, assim existindo a possibilidade de que esses mini-buracos negros não decaíssem tão rapidamente, começassem a interagir entre eles, crescer e causar um desastre na Terra.
Além disso, existe a teoria de que os Strangelets (Strange nuggets - pedaços estranhos) seriam gerados no LHC, e poderiam gerar uma fusão desgovernada, transformando todo o núcleo da Terra em matéria estranha.
O funcionamento do LHC estava agendado para Maio de 2008, porém esta data foi adiada por motivos de revisão da segurança ao colocá-lo para funcionar. Uma conferência está agendada para o dia 16 de Junho de 2008, e a nova data para seu funcionamento está prevista para, aproximadamente, até 2 meses após Junho.