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Os Frutos do Plano Colômbia
« Online: 22 de Abril de 2008, 15:19:20 »
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Os frutos do Plano Colômbia

Por Raúl Zibechi
 3 de abril de 2008

Versão Original: Crisis militar en Sudamérica: Los frutos del Plan Colombia
Traduzido por: André Takahashi
   
Fonte: Programa de las Américas www.ircamericas.org


O operativo militar executado por militares colombianos em solo equatoriano para matar o dirigente das FARC Raul Reyes, é parte da estratégia dos EUA para alterar o equilíbrio militar da região. Na mira está o petróleo da Venezuela e do Equador, porém também está em xeque o Brasil como potência regional emergente.

Nas declarações, o objetivo são as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), ou seja o narcoterrorismo. Porém, na realidade o operativo militar colombo-estadunidense que vulnerabilizou a soberania do Equador aponta diretamente para Hugo Chávez. Estamos vivendo o que podería ser a primeira fase de uma vasta ofensiva para desestabilizar o process bolivariano e modificar a relação de forças na América do Sul.

A estratégia foi sendo implementada por etapas. Primeiro foi o Plano Colômbia para fortalecer a capacidade militar do Estado colombiano e coloca-lo entre os mais poderosos do continente. Depois, começou o derrame da guerra interna colombiana sobre os países vizinhos. A terceira etapa parece ser a guerra preventiva, que se converteu em uma destacada estratégia militar do Pentágono logo depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

É a primeira vez em muito tempo que Washington toma a ofensiva na região e é capaz de colocar uma porção importante dos países latino-americanos atrás da sua estratégia. É também uma ostentação de força no momento que o governo de Hugo Chávez atravessa sérias dificuldades internas e não consegue apoios para sua estratégia de responder tensão com mais tensão.

Em primeiro lugar o que chama a atenção é a falta de pudores dos atores. As FARC se apresentam como uma organização revolucionária e popular porém, na realidade, são um grupo armado que viola os direitos humanos, recruta menores à força, abusa das mulheres e dos reféns que mantém em seu poder e se financia graças ao narcotráfico. Muitos países a consideram terrorista.

Por outro lado, o presidente Álvaro Uribe Vélez integrou o narcotráfico e foi aliado dos paramilitares, como está registrado no Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos revelado pela revista Newsweek em 2004. Ali, aparece que Uribe fazia parte, no início dos anos 90, do Cartel de Medelin, comandado pelo narcotraficante Pablo Escobar, de quem era amigo íntimo.1 Esse é o tipo de pessoa que George W. Bush definiu em 4 de março deste ano como nosso aliado democrático. Uribe se converteu no principal operador das políticas da casa branca na região.

Novo equilíbrio regional de forças


Em 2004 uma revista militar brasileira (Military Power Review) elaborou um ranking das forças armadas sul-americanas incluindo todas as variáveis: desde a quantidade de efetivos e a qualidade do equipamento até os planos de defesa e a projeção estratégica. A análise estabeleceu uma pontuação a cada nação de acordo com seu poderio militar. Em primeiro lugar aparecia o Brasil com 653 pontos; em uma segunda colocação aparecia o Perú com 423 pontos, Argentina com 419 e Chile com 387. Logo vinha outro grupo em que estava a Colômbia com 314, depois a Venezuela com 282 e o Equador com 254 pontos.2 Naquele momento, há apenas quatro anos, a diferença a favor das forças armadas do Brasil era considerável, enquanto era seguido por dois grupos de países relativamente emparelhados entre si.

Em 2007 a mesma revista difundiu dados sobre a quantidade de efetivos das diferentes forças armadas em cada país com cifras do ano anterior. Os dados dos exércitos permitem concluir que a Colômbia (178.000 soldados) se situou em segundo lugar no continente muito próxima do Brasil (190.000 soldados). Em poucos anos, o poderio militar desse país escalou posições em forma geométrica. Nesse mesmo ano o exército da França tinha 137.000 efetivos e o de Israel 125.000. Para 2008 já são 210.000 os efetivos terrestres da Colômbia, superando dessa forma o Brasil que tem uma população quatro vezes maior e sete vezes a superfície colombiana. O gasto militar da Colômbia é o maior do continente: 6,5% do PIB, muito acima do gasto dos EUA (4%), dos países da OTAN (2%) e do resto da América do Sul (1,5 a 2%).

Se observarmos a progressão das forças armadas da Colômbia, seu crescimento é assombroso. Em 1948, quando aconteceu o assassinato de Jorge Eliécer Gaitán que deu início à La Violência, haviam 10.000 militares. Em 1974 já eram 50.675 para subir até 85.900 em 1984, no período que começaram as negociações de paz para a desmobilização de várias organizações armadas. Para 1994 havia 120.000 efetivos que se elevaram a 160.000 nas primeiras fases do Plano Colômbia. Neste momento, as três armas das formas armadas colombianas têm 270.000 uniformizados aos quais se somam 142.000 policiais. No total, mais de 400.000 pessoas em armas em sete divisões, com uma Força de Deslocamento Rápido e uma agrupação de Forças Especiais Anti-terroristas.3

Só em 2007 o exército criou 52 novas unidades. Recebeu doações de helicópteros Black Hawk dos Estados Unidos, comprou 13 aviões de caça de Israel e 25 aviões de combate Super Tucano do Brasil em 2006. As forças armadas da Colômbia são muito superiores às de seus vizinhos. A relação de efetivos é de seis pra um com a Venezuela e de onze a um com o Equador. Porém, a principal diferença é que se trata de tropas treinadas em combate de selva e que contam com respaldo logístico de Washington.4

Em pouquíssimos anos, se produziu na América do Sul uma virada espetacular do poderio militar. É resultado do Plano Colômbia. Com a desculpa de combate às FARC e ao narcotráfico, desde agosto de 2000, quando o Congresso dos EUA aprovou o Plano Colômbia, este país recebeu US$5,225 bilhões de ajuda militar. A isso se soma a aplicação do governo de Uribe de impostos especiais aos setores de maior rendimento econômico para equipar as forças armadas. Helicópteros de transporte e ataque, armamento leve, óculos infra-vermelhos, proteção de oleodutos, lanchas rápidas, aviões turbohélice de ataque à terra, aviões de inteligência, controle e radares para seguir vôos ilegais, são as principais aquisições.5

Envolver os vizinhos

Em 2003, o sociólogo James Petras apontava que a verdadeira preocupaçao do Comando Sul dos Estados Unidos, quem realmente desenha a política regional, é que os países vizinhos da Colômbia (Equador, Venezuela, Brasil e Panamá), que estão sofrendo os mesmos efeitos adversos das políticas neoliberais, se mobilizem politicamente contra a política militar e os interesses econômicos dos Estados Unidos.6

Por isso a estratégia contemplada pelo Plano Colômbia não consiste tanto em ganhar a guerra interna mas espalhar-la pelos países visinhos como forma de neutralizar sua crescente autonomia em relação à Washington. Militarizar as relações inter-estados sempre é um bom negócio para quem apóia sua hegemonia na superioridade militar. Nesse sentido, a existência das FARC é funcional aos planos belicistas de Washington.

Rafael Correa mencionou que o custo de controlar a fronteira com a Colômbia, aonde tinha destacados 10.000 efetivos antes da incursão de 1 de março, supera os cem milhões de dólares anuais. A Colômbia não controla essa fronteira e empurra a guerrilha até o solo equatoriano, como forma de produzir desestabilização. Nos últimos anos, o Equador desmantelou em torno de 40 acampamentos das FARC na sua fronteira e apresentou dezenas de queixas pela fulmigação de supostos cultivos de coca que terminam afetando a população equatoriana fronteiriça. O Brasil decidiu impermeabilizar sua fronteira já nos tempos de Fernando Henrique Cardozo. Em resposta à intenção da administração Clinton de implicar-lo nos objetivos do Plano Colômbia, já em 2000 colocou em marcha o Plano Cobra (das iniciais de Colômbia e Brasil) para evitar que a guerra nesse país se desdobrasse sobre a Amazônia brasileira, e o Plano Calha Norte para evitar que guerrilheiros e narcotraficantes cruzem a fronteira.7

O controle da região andina é considerada chave para a hegemonia estadunidense no continente, tanto por razões políticas como pela riqueza mineral que ela contém. Permite que as multinacionais estadunidenses recuperem o terreno perdido desde que na década de 90 foram parcialmente substituídas pelas européias; asseguraria por outros meios o que se pretendia através da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas); impede que outras potências emergentes (Brasil, China e Índia) se posicionem na região.

Porém, existe também a vertente petróleo. Em 1973, os Estados Unidos importou 36% das suas necessidades petroleiras. Hoje em dia os Estados Unidos importa 56% do petróleo que consome. A Venezuela é o quarto provedor, que abastece 15% das suas necessidades, e a Colômbia o quinto provedor.8 Assegurar o fluxo do recurso energético requer um controle territorial de enclave com presença militar sobre o terreno.

A desestabilização da Venezuela

Desde a derrota do governo Chávez no referendo para a reforma da Constituição, o 4 de dezembro de 2007, a tensão interna e regional deu vários passos adiante. Como prognisticaram vários analistas, a crise econômica parece fora de controle e está gerando problemas nas relações entre o governo e a população.9 Parece ser uma boa ocasião para tentar a desestabilização.

Efetivamente tudo indica que Raul Reyes, a cara mais visível das FARC por causa de seu caráter negociador, havia sido localizado em ocasiões anteriores mas nunca se decidiu atacá-lo. A decisão de desencadear uma ação desse tipo, neste momento, teria várias leituras. Por um lado, aproveitar a situação interna da Venezuela, mas também abalar a governabilidade de Rafael Correa que está no começo de um programa de transformações que têm no controle estatal do petróleo um dos seus eixos principais, e em uma sólida aliança com o Brasil um ponto de apoio essencial.

Porém, uma desestabilização da região também teria efeitos muito nocivos para o Brasil, a potencia regional emergente que está saindo fortalecida da crise econômica mundial em curso. Em 2007 o Brasil teve um aumento de 84% de investimentos estrangeiros diretos em relação a 2006 e em janeiro de 2008 o dobro que o mesmo mês do ano anterior. Com razão, a revista Exame publica um informe que assinala que o país vive o melhor momento econômico em três décadas e que tem a oportunidade de entrar na elite do capitalismo mundial.10

Ocupar esse lugar pressupõe substituir outros. Ou seja, Brasil está preenchendo o vazio que a crescente debilidade de Washington está deixando. Por isso sua diplomacia joga pela paz: para promover os negócios e para podar o militarismo que sempre é o melhor negócio para uma superpotência em decadência. Clovis Brigagao, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, assinalou que o momento atual é uma oportunidade única para estabelecer uma mediação coletiva similar ao Grupo de Contadora que nos anos 80 promoveu a pacificação da América Central.11

Por último, a Venezuela está sofrendo um tipo de desestabilização que pode ser um modelo para aplicar-se em outros países. Júlio Garcia Jarpa, deputado do estado de Táchira, fronteira com a Colômbia, observa a extensão na Venezuela do fenômeno paramilitar. Diante do plano de desmobilização do paramilitarismo na Colômbia, alguns grupos se concentraram na fronteira com os estados venezuelanos Apure, Zulia, Mérida, Táchira e Trujillo.12 De lá contrabandeam gasolina, monopolizam alimentos e contribuem para gerar insegurança, corrompendo funcionários e gerando um clima de violência.

Esses estados conformam um terço do país e são os que contam com os recursos de hidrocarbonetos mais importantes e estão incluídos, segundo denuncia o deputado venezuelano, em um plano de secessão como o que promovem os departamentos de Santa Cruz e Tarija na Bolívia. Depois do ocorrido no Kossovo, aonde a independência promovida pelo ocidente parece ligada ao negócio petroleiro, a tese de que a direita venezuelana, apoiada pelos interesses estadounidenses, promovam a secessão da região ocidental não parece um disparate.

Em paralelo, os dados que estão saindo à luz permitem concluir que boa parte das denúncias de Chávez sobre uma conspiração contra seu governo não são fruto da sua imaginação. O assunto é como conter as tendências à guerra e como cortar a polarização. Nesse sentido, a diplomacia brasileira segue dando mostras de sentido comum e de saber fazer. Não deixou de tomar partido pelo agredido, mas colocou o norte em construir uma paz estável na região, assentada na integração regional. Para isso, a construção da Comunidade Sul-americana de Nações é mais urgente do que nunca.

Adendo

O negócio da guerra


A origem das FARCs é diferente da de outros grupos combatentes. Em 1948 foi assassinado o líder liberal Jorge Eliécer Gaitán, caudilho popular detestado pela intranssigente oligarquia colombiana. O magnicídio provocou uma grande revolta popular, o Bogotazo, e um longo período de guerras entre Liberais e Conservadores conhecido como La Violencia, onde morreram umas 200.000 pessoas.

Liberais e comunistas, perseguidos ferozmente pelo Estado, se refugiaram em regiões remotas e inacessíveis e resistiram durante mais de uma década, até que boa parte deles se reagruparam no que posteriormente seriam as FARC. Em 5 de maio de 1966 nascem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) como braço armado do Partido Comunista.

A origem Liberal de boa parte dos seus efetivos, entre eles Manuel Marulanda Vélez, Tirofijo (Tirocerto), seu principal dirigente, marcam diferenças com a maior parte das guerrilhas do continente. Por volta dos anos 60, as guerrilhas liberais e comunistas foram confluindo em zonas liberadas nas quais fundaram repúblicas independentes como a de Marquetália.

A segunda vertente, mais importante ainda, defende a necessidade dos camponeses se defenderem dos latifundiários, que marginalizaram e expropriaram as maiorias camponesas as empurrando até as margens da fronteira agrícola. A guerrilha colombiana se conforma, na prática, como grupos de autodefesa camponesa diante das violência extrema dos poderosos.

Até começos da década de 1980 as FARC contavam com mil à três mil combatentes. Em maio de 1984 estabelecem um cessar-fogo como parte dos acordos de paz assinados com o presidente Belisario Betancourt, e criam a Unidade Patriótica (UP) para participar nas eleições e na vida política legal. Porém, a UP foi aniquilada pela ação conjunta dos narcotraficantes, os paramilitares e o Estado. Em poucos anos foram assassinados entre dois e quatro mil simpatizantes e dirigentes da UP.

A partir de 1986, sob o governo Virgilio Barco, começaram processo de paz com o M-19, o EPL, o PRT e o Movimento Armado Quintín Lame, que formavam junto com as FARC e o ELN a Coordenadora Símon Bolívar. Como parte dos acordos de paz com esses grupos figurava a convocatória de uma Assembléia Constituinte. Em 9 de dezembro de 1990, no mesmo dia em qua se elegiam os constituintes e enquanto ainda se negociava a paz com as FARC, o exército sem aviso prévio lançou uma ofensiva contra a mítica Casa Verde, sede do Secretariado do grupo guerrilheiro.

Em 1998 se abre um novo processo de paz com o presidente Andrés Pastrana e a criação de uma Zona de Distenção Desmilitarizada de 40.000 kilômetros quadrados. Em 2002 se pôs fim à experiência no meio das acusações de que as FARC participam do negócio do narcotráfico e praticam o recrutamento forçado de menores, enquanto o governo de Pastrana negociava o Plano Colômbia para se fortalecer e ganhar o conflito.

Com o governo Uribe, desde 2000, tudo foi piorando. As FARC tiveram que se recolher e perderam numerosos efetivos e, sobretudo, a iniciativa militar e política. Entretanto, a política de Washington e de Uribe não são suficientes para explicar o brutal isolamento das FARC, o que representa sua derrota política e, provavelmente, sua futura desaparição como grupo significativo.

A forma como se financiam é um dado relevante. Aproximadamente 78% de sua renda, ou seja em torno de um bilhão de dólares anuais, se obtém por sua participação no narcotráfico, segundo o governo da Colômbia. Uma parte substancial é o chamado 'impuesto al gramaje', pago por cada grama produzida por camponeses e traficantes. Outros 600 milhões de dólares se obtém, segundo as mesmas fontes, das vacunas (vacinas) ou extorsões e sequestros. O resto da sua renda provém do roubo de gado dos latifundiários.

Um segundo elemento que deslegitimou as FARC é que entre 20-30% de seus efetivos são menores, muitos deles recrutados à força segundo denúncia da Humans Rights Watch. Em terceiro lugar, estão seus métodos, com frequência muito similares aos que empregam os paramilitares e as forças armadas. As FARC têm cometido massacres contra camponeses e grupos indígenas e a Anistia Internacional considera que eles violam os Direitos Humanos. Por último, a divulgação de imagens e testemunhos sobre os reféns e prisioneiros, presos com correntes há cinco, seis ou mais anos, terminaram de sepultar a sua credibilidade.

Pior que ainda tem mais. As pessoas comuns percebem que a guerra a prejudica e beneficia os poderosos. Dessa forma os paramilitares se posicionam como um projeto de refundação e de organização das novas formas de acumulação, onde a mineração ao céu aberto e os biocombustíveis se posicionam como os carro-chefes.

Notas

   1. Newsweek, 4 de agosto de 2004 en www.newsweek.com/id/54793.
   2. Ver www.militarypower.com.br/frame4-ranking.htm.
   3. José Fernando Isaza Delgado y Diógenes Campos Romero, "Algunas consideraciones cuantitativas sobre la evolución del conflicto en Colombia," Bogotá, diciembre de 2007.
   4. "Uribe listo para ir a la guerra," Página 12, 5 de marzo de 2008.
   5. Fabián Calle, "La crisis Venezuela-Colombia: las capacidades militares que esconden las palabras," 4 de marzo de 2008, www.nuevamyoria.com.
   6. James Petras, "La estrategia militar de Estados Unidos en América Latina," en América Libre, No. 20, enero 2003.
   7. 'Os militares, o governo neoliberal e o pé americano na Amazonia', en revista Reportagem, www.oficinainforma.com.br.
   8. Raúl Zibechi, "El nuevo militarismo en América del Sur," Programa de las Américas, mayo de 2006.
   9. Raúl Zibechi, "Venezuela: Debates a raíz de la reforma de la Constitución," Programa de las Américas, diciembre de 2007.
  10. "O Brasil que acelera." Exame, 6 de marzo de 2008 en http://portalexame.abril.com.br.
  11. Mario Osava, "Brasil se resiste a mediar en conflicto andino," IPS, 4 de marzo de 2008.
  12. Miguel Lozano, "Paramilitarismo, punta de lanza del separatismo en Venezuela," Prensa Latina,7 de marzo de 2008.

 

Raúl Zibechi é editor de Política Internacional do Semanário Brecha de Uruguay; é analista do Programa das Américas em www.ircamericas.org.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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