Sobre efeitos positivos, não se pode subestimar o poder da psicologia.
Na série "discovering psychology", apresentada pelo Philip Zimbardo, ele mostra um experimento que consistia em dividir pessoas (acho que pilotos de caça) em dois grupos, para um teste de visão. Em um grupo, elas se vestiam como pilotos, havia toda uma construção de um clima de importância sobre o teste a ser realizado; sentavam no simulador e tinham que ir e pilotar até um avião e ficar atrás dele, lendo o que estaria numa placa nesse avião. No outro grupo, diziam que o simulador só iria apresentar um teste de visão simples; eles não tinham que pilotar, sentavam diante da tela e estava lá o teste visual. Não colocavam o uniforme de piloto, não havia toda a construção do clima de algo importante, era meramente um teste de visão mais rápido.
Os participantes do primeiro grupo apresentaram melhor acuidade visual do que os do segundo grupo, apesar de sere exatamente o mesmo teste, no que se refere aos aspectos puramente visuais.
Não me parece ter sido um "choke" do grupo do teste visual puro, não havia qualquer ameaça de estereótipo, não existe um estereótipo de que pessoa realizando testes puramente visuais tem resultados inferiores do que testes visuais feitos num contexto que faz com que o teste pareça mais importante. Foi, pelo que tudo indica, algum grau de melhora da acuidade visual, ou de melhor exploração da acuidade visual da pessoa, que não é sempre usada ao máximo em situações mais banais.
Se acuidade visual, que parece algo tão "fixo", "físico" pode melhorar ou ser melhor aproveitada com esse tipo de influência da situação, não me parece surpreendente que grupos que fossem geralmente tidos como superiores tivessem algum benefício similar em outras habilidades.
O episódio da série é "the power of the situation", e vi no "google video", talvez ainda esteja por lá. Também fala de "efeito lucifer", como as pessoas normalmente tidas como "boas" podem se tornar más por influência da situação; cita o experimento da prisão de Stanford, onde abusos de poder começam a surgir espontaneamente em um experimento que simula uma prisão, e o experimento Milgram, onde pessoas se subordinam facilmente a ordens de superiores, mesmo para fazer coisas que elas normalmente não fariam, como dar choques em pessoas, mesmo sendo dito a elas que os choques estão se aproximando de algo que ameaça a vida da pessoa eletrocutada; mesmo ouvindo os gritos de dor da pessoa castigada e ela implorando para que parem, que não quer continuar com o experimento.