No início dos anos 40, Karl Pribam, um neurofisiologista da Universidade de Stanford, começou a se intessar pela questão de como e onde são armazenadas as recordações no cérebro. Até o momento, acreditava-se que os registros de memória, chamados engramas, ficavam localizados no cérebro, embora ainda houvessem dúvidas se os neurônios ou um tipo especial de molécula fossem responsáveis pela informação arquivada.
No entanto, experiências em laboratório mostravam que a memória estava de algum modo distribuída em todo o cérebro. A remoção cirurgica de porções de diferentes áreas do cérebro de ratos treinados parecia não erradicar a mémoria e a habilidade motora de percorrer labirintos.
A leitura de um artigo publicado na Scientific American, em meados 1960, descrevendo a construção de um holograma, sugiriu a Pribam a solução do seu enigma. Mais especificamente, o fato de um pedaço de um filme holográfico conter toda a informação necessária para criar uma imagem completa sugeria um modelo no qual seria totalmente possível para todas as partes do cérebro conter toda a informação necessária para compor uma memória completa.
No final dos anos 60 e início dos 70, haviam sido descobertas evidências que o sistema visual operava como um tipo analisador de freqüência. Isto sugeria que o cérebro podia funcionar como um holograma. Mas se a imagem da realidade em nosso cérebro não é de forma alguma uma imagem, mas sim um holograma, então seria um holograma de que? A realidade poderia ser apenas um “domínio de freqüência” que só passou a ter existência de fato depois de ter adentrado nossos sentidos?
Nessa época, entre em cena o físico David Bohn, da Universidade de Londres, um dos mais respeitados físicos quânticos e protegido de Einstein. Bohn, utilizando a metáfora holográfica chegou a afirmar que a realidade tangível é, de fato, uma espécie de ilusão. Subjacente a ela existe um nível de realidade mais fundamental que gera todos os objetos e manifestações do nosso mundo físico. De acordo com Bohn, teríamos uma realidade de nível mais profundo ou “envolvida” e aquela ao nosso nível de existência como de ordem “exposta” ou revelada. Bohn apontou a existência de uma ordem organizada holograficamente que explica uma existência de uma realidade não-localizada num nível subquântico.
Abro espaço para discussão do modelo do universo holográfico. Sejam bem vindos!!!