Vitor, você conhece algum caso de psicografia de obra/artigo em ciências exatas ou de alguma contribuição, mesmo que parcial, em algum campo da ciência? Pergunto por que só tenho visto muita literatura e informações familiares. Qual é a explicação espírita e a sua opinião de pesquisador sobre esse assunto? []s
Conheço, mas os casos são complexíssimos. Há muita dificuldade em analisar tais casos. Vou citar alguns deles e você verá por quê.
O caso de Urano e dos satélites de MarteEste caso foi comunicado ao Light (1884, página 499) pelo General-major A .W.Drayson e publicado sob este título: The Solution of Scientific Problems by Spirits (Solução de Problemas Científicos pelos Espíritos). Eis aqui a tradução:
"Tendo recebido do Sr. George Stock uma carta em que me perguntava se eu podia citar, ao menos um exemplo, em que um Espírito, ou um que o pretendesse ser, tivesse resolvido, durante uma sessão , um desses problemas científicos que preocupam os sábios do século passado, tenho a honra de comunicar-lhe o fato seguinte, do qual fui testemunha ocular.
Em 1781, William Herschel descobriu o planeta Urano e seus satélites. Observou que esses satélites, ao contrário de todos os outros satélites do sistema solar, percorrem suas órbitas de oriente para ocidente. J. F. Herschel diz em seus "Esboços Astronômicos": "As órbitas desses satélites apresentam particularidades completamente inesperadas e excepcionais, contrária às leis gerais que regem os corpos do sistema solar. Os planos de suas órbitas são quase perpendiculares à eclíptica, fazendo um ângulo de 70º 58, e eles os percorrem com movimento retrógrado, isto é, sua revolução em roda do centro do planeta efetua-se de este para oeste, ao invés de seguir o sentindo inverso."
"Quando Laplace emitiu a teoria de que o Sol e todos os planetas se formaram à custa de uma matéria nebulosa, esses satélites eram um enigma para ele.
O Almirante Smyth menciona em seu "Ciclo Celeste" que o movimento desses satélites, com surpresa de todos os astrônomos , é retrógrado, ao contrário do movimento de todos os outros corpos observados até então.
Na "Gallery of Nature", diz-se do mesmo modo que os satélites de Urano descrevem sua órbita de este a oeste, anomalia estranha que faz exceção no sistema solar.
Todas as obras sobre a Astronomia, publicadas anteriores de 1860, contém o mesmo raciocínio a respeito dos satélites de Urano.
Por meu lado, não encontrei explicação alguma a essa particularidade; para mim, era um mistério do mesmo modo para os escritores que citei.
Em 1858, eu tinha como hóspede, em minha casa, uma senhora que era médium, e organizamos sessões quotidianas. Certa noite ela me disse que via a meu lado uma pessoa que pretendia ser astrônomo durante sua vida terrestre. Perguntei a essa personagem se estava mais adiantada presentemente do que durante sua vida terrestre. "Muito mais" – respondeu ela.
"Tive a lembrança de apresentar a esse pretendido Espírito uma pergunta a fim de experimentar seus conhecimentos: - Podes dizer-me, perguntei-lhe, porque os satélites de Urano fazem sua revolução de este para oeste e não de oeste para este?
Recebi imediatamente a resposta seguinte: - Os satélites de Urano não percorrem sua órbita de oriente para ocidente; eles giram em roda de seu planeta, de ocidente para oriente, no mesmo sentido em que a Lua gira em roda da Terra. O erro provém de que o pólo sul de Urano estava voltado para a Terra no momento da descoberta desse planeta; do mesmo modo que o Sol, visto do hemisfério austral, parece fazer o seu percurso quotidiano da direita para a esquerda e não da esquerda para a direita, os satélites de Urano moviam-se da esquerda para a direita, o que não quer dizer que eles percorrem sua órbita de oriente para ocidente.
Em resposta a outra pergunta que apresentei, meu interlocutor acrescentou: - Enquanto o pólo sul de Urano estava voltado para a Terra, para um observador terrestre parecia que os satélites se deslocavam da esquerda para a direita, e conclui-se daí, por erro, que eles se dirigiam do oriente para o Ocidente; esse estado de coisas durou cerca de 42 anos. Quando o pólo norte de Urano está voltado para a Terra, seus satélites percorrem o trajeto da direita para a esquerda, e sempre do ocidente para o oriente.
Em seguida perguntei como tinha sucedido não se ter reconhecido o erro 42 anos depois da descoberta do planeta Urano por W. Herschel?
Responderam-me: - É porque , em regra, os homens não fazem mais do que repetir o que disseram as autoridades que os precederam; deslumbrados pelos resultados obtidos por seus predecessores, não se dão ao trabalho de refletir.
Guiado por essa informação comecei a resolver o problema geometricamente, e apercebi-me de que a explicação respectiva era exatíssima, e a solução muito simples. Por conseguinte, escrevi sobre essa questão um tratado que foi publicado nas Memórias do Ensino Real de Artilharia, em 1859.
Em 1862, dei essa mesma explicação do pretendido enigma em uma pequena obra sobre a Astronomia: "Common Sights in the Heavens" (olhar pelos Céus); mas a influência da "opinião autorizada" é tão funesta, que só em nossos dias os escritores que se ocupam de Astronomia começam a reconhecer que o mistério dos satélites de Urano deve ser atribuído à posição do eixo desse planeta.
Na primavera do ano de 1859, tive ainda por uma vez oportunidade de, por intervenção da mesma médium, conversar com a personalidade que se apresentava como o mesmo espírito; perguntei-lhe se podia esclarecer-me acerca de um outro fato astronômico ainda desconhecido. Naquele tempo eu possuía um telescópio com uma objetiva de 4 polegadas e de uma distância focal de 5 pés. Fui informado de que o planeta Marte tinha dois satélites que ninguém tinha visto ainda e que eu poderia descobrir em condições favoráveis. Aproveitei-me da primeira ocasião que se apresentou para fazer observações nesse sentido, mas não descobri coisa alguma. Participei essa comunicação a três ou quatro amigos com os quais eu fazia experiências espiríticas, e ficou decidido que guardaríamos segredo acerca do que se tinha passado, pois que não possuíamos prova alguma em apoio às alegações de meu interlocutor, e corríamos o risco de expor-nos à risada geral.
Durante minha estada nas Índias, falei nessas revelações ao Sr. Sinnett, não posso dizer com exatidão em que época. Dezoito anos mais tarde, em 1877, esses satélites foram descobertos por um astrônomo, em Washington" (Animismo e Espiritismo, vol. II, 1890)Há, no entanto, uma refutação cética ao caso em
http://br.geocities.com/falhasespiritismo/biologia_fisica.html#urano . A refutação, resumidamente, afirma a respeito de Urano que o espírito está certo, mas que já havia hipóteses iguais por alguns astrônomos antes da comunicação espiritual. Acesse o link para ver as figuras. Sibre Marte, a idéia de que ele tinha duas luas já vinha desde 1610.
Agora, no site
http://www.answers.com/topic/astronomical-communications é dito que o espírito está errado.
Flammarion pointed out in Mysterious Psychic Forces (1907) that the reasoning of the spirit is false. There is abundant evidence that it was really the North Pole which was at that moment turned toward the Sun and the Earth. Regarding another claim of Drayson that a medium in 1859 disclosed the facts about the two satellites of Mars 18 years before their discovery, Flammarion stated that the claim must remain doubtful as it was not published at the time. Furthermore, after Kepler pointed out the probability of their existence, this subject was discussed several times, notably by Dean Swift and Voltaire. Of Drayson's book Thirty Thousand Years of the Earth's Past History, Read by Aid of the Discovery of the Second Rotation of the Earth, which seeks to explain the glacial periods and variations of climate, Flammarion says that it is full of scientific errors unpardonable in a man versed in astronomical studies.Aqui você encontra o livro de Flammarion dizendo que o espírito estava errado:
http://books.google.com.br/books?id=vSnJzax4qIcC&printsec=frontcover&dq=%22Mysterious+Psychic+Forces+%22&sig=f9PA15fZQwd3l8dpaNvIt98lVOg#PPA50,M1Afinal, o espírito estaria certo ou errado? Não sei.
O caso dos 9 planetasOutro caso é a citação da existência de 9 planetas, quando à época só existiam 7 conhecidos, mas o 8º já era visto como provável.
http://www.answers.com/topic/astronomical-communicationsNo mention is made by Flammarion of the book Nature's Divine Revelations by Andrew Jackson Davis which, written in March 1846, speaks of nine planets. Seven planets were known at the time. The existence of an eighth was calculated by Leverrier but was not discovered until September 1846. The statement of the Poughkeepsie seer that its density is four-fifths of water agreed with later findings. The ninth planet, Pluto, was not discovered until 1930. On the other hand, Andrew Jackson Davis only spoke of four planetoids, Ceres, Pallas, Juno, and Vesta, whereas they are now numbered in hundreds.Outro problema é que hoje só se considera existirem 8 planetas, já que Plutão foi rebaixado.
O caso da InscriçãoCitaremos ainda, reproduzindo-o da revista “Luce e Ombra”, de Milão (julho de 1905), este fato:
“Modesto porteiro da repartição dos Correios, chamado Peziárdi, mal conhecia um pouco do italiano e, não obstante, escrevia poesias em línguas que ignorava. Certa noite, encheu uma folha de papel almaço com uma série de sinais que ninguém conseguia interpretar. Foi apresentado esse estranho escrito ao professor Gorrésio, célebre paleógrafo, há esse tempo diretor da Biblioteca da Universidade. Profundamente admirado, perguntou ele quem havia escrito semelhante página, e foi-lhe narrada toda a ocorrência. Impossível seria de descrever-se o assombro do sábio e mais ainda o do visitante, ao saber que aquele escrito era a reprodução integral de uma inscrição rúnica, havia muitos anos, conservada intraduzível no Museu de Arqueologia, e que diversas vezes o professor Gorrésio tentara interpretar, mas inutilmente, porque o tempo havia apagado muitos sinais; além disso, estando quebrada a pedra, fora impossível adivinhar o resto. De posse agora do texto completo, lia ele que um certo chefe bárbaro implorava a proteção da divindade para sua tribo, etc. Desde esse dia, converteu-se Gorrésio ao Espiritismo. Numa sessão subseqüente, manifestou-se o chefe bárbaro, declarando exata a tradução do paleógrafo e acrescentando que a sua inscrição fora despedaçada por um raio.”Fonte: No Invisível, de Leon Denis.
Não conheço refutações a esse caso. Seria bom adquirir o número da revista para conferir se há mais detalhes.
O caso do ArgônioEste caso é referido por Henri Sausse: Num grupo espírita, denominado Amitié, no ano de 1885, um Espírito que deu o nome de Bichat, anunciou que, no ar que respiramos, havia outros gases, além dos conhecidos, e, entre eles, o argônio. Oito anos depois, em 1894, o argônio era descoberto pelo grande Ramsey. Não conheço refutações a esse caso também, descrito do livro "à Margem do Espiritismo", mas o autor não disse em que livro ou artigo Henri Sausse descreve o caso.