0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.
New York Times : UOL Mídia Global07/05/2008Friedman: os americanos não são quem pensam serThomas L. FriedmanColunista do The New York Times(...)Não somos mais tão poderosos quanto costumávamos ser porque, durante as últimas três décadas, os valores asiáticos da geração de nossos pais - trabalhe duro, estude, economize, invista, viva de acordo com seus meios - deram lugar a valores "subprime", inferiores: "você pode ter o sonho americano - uma casa - sem dar entrada e sem pagar nada por dois anos."É por isso que a defesa infame de Donald Rumsfeld sobre por que ele não enviou mais tropas para o Iraque tornou-se o mantra dos nossos tempos: "você vai para a guerra com o exército que tem". Ei, você caminha em direção ao futuro como o país que tem - não com o país que precisa, não com o país que deseja, não com o melhor país que poderia ter.Algumas semanas atrás, minha mulher e eu saímos do Aeroporto Kennedy em Nova York com destino a Cingapura. Mal conseguimos encontrar um lugar para sentar no salão de espera do JFK. Dezoito horas depois, pousamos no ultramoderno aeroporto de Cingapura, com acesso à Internet gratuito e playgrounds para crianças por toda a parte. Como já havia acontecido antes, sentimos como se estivéssemos voando da terra dos Flinstones para a terra dos Jetsons. Se todos os americanos tivessem a oportunidade de comparar a luxuosa estação central de trens de Berlim hoje com a suja e decrépita Penn Station na cidade de Nova York, eles jurariam que fomos nós que perdemos a Segunda Guerra Mundial.Como isso é possível? Nós somos uma grande potência. Como é possível que estejamos emprestando dinheiro de Cingapura? Talvez seja porque Cingapura investe bilhões de dólares, de seu próprio tesouro, em infra-estrutura e pesquisa científica para atrair os maiores talentos do mundo - incluindo americanos.E nós? A presidente de Harvard, Drew Faust, disse recentemente a uma comissão do Senado que os cortes nos fundos de pesquisa do governo estavam resultando em "redução dos laboratórios, suspensão de bolsas de pós-doutorado, queda do moral e na prática de uma ciência conservadora que se esquiva dos grandes temas de pesquisa." Hoje, acrescentou, "a China, a Índia e Cingapura (...) adotaram a pesquisa biomédica e a implementação de cursos acadêmicos de biotecnologia como prioridades nacionais. De repente, os acadêmicos americanos encontram oportunidades mais significativas em outros lugares."Quem vai dizer a verdade às pessoas? Que não somos quem pensamos ser. Que vivemos com tempo emprestado e moedas emprestadas. Ainda temos o potencial para a grandeza, mas somente se nos voltarmos para trabalhar em nosso próprio país.(...)Tradução: Eloise De Vylder