Tópico: Acadêmico inglês diz que ricos têm QI mais alto

[Diego]

A pequena proporção de estudantes de classe média baixa em universidades renomadas é o "resultado natural de uma diferença de QI entre classes sociais", afirma o acadêmico inglês Bruce Charlton na edição desta quinta-feira da revista especializada em educação "Times Higher Education".

"O governo britânico gastou tempo e esforço em afirmar que as universidades, especialmente Oxford e Cambridge, estariam excluindo pessoas de classes sociais mais baixas e privilegiando as de classes mais altas", disse o professor.

"No entanto, neste debate um fato vital foi esquecido: classes sociais mais altas têm uma média de QI maior do que as classes baixas", afirmou Charlton em artigo publicado na revista.

Segundo o acadêmico, professor de psiquiatria evolutiva na Universidade de Newcastle, na Inglaterra, a dominação das classes altas é "natural" e uma questão de "mérito".

"A distribuição desigual de classes observada em universidades renomadas, comparada com a população geral, dificilmente acontece devido a preconceito ou corrupção no processo de admissão. Ao contrário, o padrão observado é o resultado natural do mérito", escreveu Charlton no artigo.

Críticas

A afirmação provocou reações no setor educacional no país. Em um comunicado, a NUS (União Nacional dos Estudantes, na sigla em inglês) afirmou que os argumentos de Charlton são "equivocados, irresponsáveis e insultantes".

"Certamente a desigualdade social define a vida das pessoas antes mesmo de entrarem para a universidade, mas o setor de ensino superior não pode ser absolvido de sua responsabilidade de garantir que estudantes de todos os níveis sociais tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial", disse Gemma Tumelty, presidente da NUS.

Outra crítica, também publicada pela revista, foi do ministro do Ensino Superior Bill Rammell. Segundo ele, os argumentos de Bruce Charlton dão um tom de que "as pessoas devem saber seu lugar".

"Apesar de muitos jovens pouco privilegiados conquistarem as qualificações para chegar ao ensino superior, eles ainda ficam atrás dos colegas mais privilegiados. Portanto, é vital que continuemos a preparar e apoiar os estudantes de maneira adequada para que cheguem à universidade", disse o ministro à revista.

Robert Sternberg, diretor de artes e ciências da Universidade de Tufts, admitiu a relação entre o QI e a questão social, mas não concorda com a posição de Charlton.

"Certamente há uma correlação entre o QI e a classe social. Pessoas de classes mais altas têm vantagens educacionais, sociais e econômicas e as transmitem aos seus filhos", disse ele.

Ao adotar o sistema que Charlton recomenda, afirmou, "garantimos que as classes mais altas continuarão a transmitir estas vantagens e iremos congelar aqueles de classes mais baixas".

"Desta forma, criaremos profecias que se cumprem sozinhas", disse Sternberg.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u404515.shtml

[Quereu]

Ué? As classes sociais mais altas não são compostas de engenheiros, médicos, professores, pós-graduados? O rendimento desse pessoal não é mais alto justamente por que o trabalho deles exige maior esforço intelectual? Não vejo nenhum contra-senso na afirmação.

O argumento de Charlton foi classificado de insultante. Um argumento pode ser tudo, certo, errado, prosaico, complexo, tolo, frívolo, mas se for classificado de insultante não é mais argumento, é simples ofensa. Qual o caso em questão: que a ofensa seja transformada em argumento para entrar no debate sério ou que o argumento seja transformado em ofensa para que seja proibida sua exposição?

[Herf]

"Certamente a desigualdade social define a vida das pessoas antes mesmo de entrarem para a universidade, mas o setor de ensino superior não pode ser absolvido de sua responsabilidade de garantir que estudantes de todos os níveis sociais tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial", disse Gemma Tumelty, presidente da NUS.

Não acho que o ensino superior tenha alguma responsabilidade nisso. O acesso à universidade não deve ser democrático e sim meritocrático. Democrático deve ser o acesso ao ensino básico, o que realmente potencializa uma pessoa.

[Buckaroo Banzai]

Ué? As classes sociais mais altas não são compostas de engenheiros, médicos, professores, pós-graduados? O rendimento desse pessoal não é mais alto justamente por que o trabalho deles exige maior esforço intelectual? Não vejo nenhum contra-senso na afirmação.

Acho que o problema principal é a idéia, talvez implícita, talvez não, de que as linhagens ricas sejam inatamente mais inteligentes que as pobres, e não simplesmente que é algo que decorre da classe social em si (idéia que, ainda que não estiver sendo defendida nesse caso, é algumas vezes defendidas por alguns, podendo levar a essa interpretação se as declarações não forem cuidadosas).

Outro problema é que mesmo aceitando a afirmação na sua forma mais "fraca" e menos controversa, ainda assim não é suficiente para se supor que as universidades estejam mesmo selecionando de acordo com mérito e não com classe social. Não sei como é na Inglaterra, mas nos EUA há coisas meio como "cotas para ricos", a seleção não é meramente questão de aptidão escolar.

[FxF]

Ué? As classes sociais mais altas não são compostas de engenheiros, médicos, professores, pós-graduados? O rendimento desse pessoal não é mais alto justamente por que o trabalho deles exige maior esforço intelectual? Não vejo nenhum contra-senso na afirmação.

O argumento de Charlton foi classificado de insultante. Um argumento pode ser tudo, certo, errado, prosaico, complexo, tolo, frívolo, mas se for classificado de insultante não é mais argumento, é simples ofensa. Qual o caso em questão: que a ofensa seja transformada em argumento para entrar no debate sério ou que o argumento seja transformado em ofensa para que seja proibida sua exposição?

Perfeito.
No momento em que usa o termo "insultante", fica óbvio que o problema provavelmente não é a veracidade da informação.

[Quereu]

Ué? As classes sociais mais altas não são compostas de engenheiros, médicos, professores, pós-graduados? O rendimento desse pessoal não é mais alto justamente por que o trabalho deles exige maior esforço intelectual? Não vejo nenhum contra-senso na afirmação.

Acho que o problema principal é a idéia, talvez implícita, talvez não, de que as linhagens ricas sejam inatamente mais inteligentes que as pobres, e não simplesmente que é algo que decorre da classe social em si (idéia que, ainda que não estiver sendo defendida nesse caso, é algumas vezes defendidas por alguns, podendo levar a essa interpretação se as declarações não forem cuidadosas).

Outro problema é que mesmo aceitando a afirmação na sua forma mais "fraca" e menos controversa, ainda assim não é suficiente para se supor que as universidades estejam mesmo selecionando de acordo com mérito e não com classe social. Não sei como é na Inglaterra, mas nos EUA há coisas meio como "cotas para ricos", a seleção não é meramente questão de aptidão escolar.

Bem, se a universidade usa qualquer outro método de seleção que não o mérito acho uma coisa abominável. Sou contra. O resultado a médio prazo é a mediocridade.

Agora, me parece uma coisa meio óbvia que os mais ricos sejam mais inteligentes. Mas não por fatores genéticos. Se ele quis dizer isso cometeu um erro grosseiro.

[Týr]

Ué? As classes sociais mais altas não são compostas de engenheiros, médicos, professores, pós-graduados? O rendimento desse pessoal não é mais alto justamente por que o trabalho deles exige maior esforço intelectual? Não vejo nenhum contra-senso na afirmação.

Acho que o problema principal é a idéia, talvez implícita, talvez não, de que as linhagens ricas sejam inatamente mais inteligentes que as pobres, e não simplesmente que é algo que decorre da classe social em si (idéia que, ainda que não estiver sendo defendida nesse caso, é algumas vezes defendidas por alguns, podendo levar a essa interpretação se as declarações não forem cuidadosas).

Outro problema é que mesmo aceitando a afirmação na sua forma mais "fraca" e menos controversa, ainda assim não é suficiente para se supor que as universidades estejam mesmo selecionando de acordo com mérito e não com classe social. Não sei como é na Inglaterra, mas nos EUA há coisas meio como "cotas para ricos", a seleção não é meramente questão de aptidão escolar.

Bem, se a universidade usa qualquer outro método de seleção que não o mérito acho uma coisa abominável. Sou contra. O resultado a médio prazo é a mediocridade.

Agora, me parece uma coisa meio óbvia que os mais ricos sejam mais inteligentes. Mas não por fatores genéticos. Se ele quis dizer isso cometeu um erro grosseiro.

Verdade. Concordo contigo. Finalizei minha monografia que trata exatamente desse assunto.

[Adriano]

Tem até pesquisas econômicas apontando o efeito da miséria na fixação das famílias mais pobres devido a falta de investimento parental na educação. Como nas classes mais altas ocorre um alto investimento em educação a situação é inversa.