Autor Tópico: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação  (Lida 1230 vezes)

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Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Online: 30 de Maio de 2008, 23:57:55 »
Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
 
Representantes de 109 países, reunidos em Dublin, na Irlanda, aprovaram por unanimidade nesta quarta-feira o esboço de um tratado que prevê a proibição do uso de bombas de fragmentação.

Além de terem se comprometido a não usar esse tipo de armamento, os países presentes à reunião em Dublin concordaram em destruir os arsenais dessas bombas nos próximos oito anos.

Alguns dos países que mais produzem e têm bombas de fragmentação – como Estados Unidos, Rússia e China – se opõem a uma resolução que proíba essas bombas e não enviaram representantes à reunião.

O Brasil, que produz, exporta e estoca esse tipo de armamento, também não participou do encontro.

A posição brasileira, alinhada com a dos Estados Unidos, é de que um tratado internacional deve ser negociado dentro da Convenção da ONU sobre Armas Convencionais (CCW, na sigla em inglês), que busca restringir o uso de armamentos que infligem danos indiscriminados ou excessivos, como minas terrestres, armas de fragmentação e incendiárias.

Leia mais na BBC Brasil sobre a posição brasileira

Pontos polêmicos

As bombas de fragmentação são bastante criticadas pelo potencial de vitimar inocentes. Depois de lançada, ela se abre, dispersando dezenas de minibombas por uma vasta área – e muitas delas não explodem, continuando perigosas por décadas.

Segundo um porta-voz do Ministério do Exterior da Grã-Bretanha, um dos países que apóiam a convenção, um dos pontos de debate na conferência foi como lidar com uma situação em que um país signatário estiver envolvido em operações militares com um país não signatário.

O acordo alcançado nesta quinta-feira autoriza os signatários a participarem de coalizões com não-signatários, o que acontece, por exemplo, nas operações da Otan no Afeganistão.

Outro item do tratado autoriza o uso de novas gerações de bombas de fragmentação de tecnologia mais avançada, mais precisas e que não deixem minibombas sem detonar.

Mesmo antes que o consenso sobre o tratado fosse anunciado, a Grã-Bretanha anunciou que iria eliminar todo o seu arsenal de bombas de fragmentação.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que a aprovação da convenção, que será submetida a uma votação em plenário na sexta-feira, foi "um grande passo para fazer do mundo um lugar mais seguro".

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080528_fragmentacao_conferenciarg.shtml

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Entenda como funcionam as bombas de fragmentação


Há diversos tipos de bombas de fragmentação. Em geral, elas são formadas por diversas bombas menores, que são espalhadas e detonadas na hora de atingir o chão ou ainda do céu.
As bombas de fragmentação podem ser jogadas de vários tipos de avião. O tipo de explosivo contido nas bombas menores e a área atingida também variam.
Neste exemplo, a bomba ilustrada é a CBU-87/B, usada pelos Estados Unidos, que pesa 430 quilos e carrega 202 bombas menores.


Quando a bomba-mãe cai, as abas da cauda fazem com que ela comece a girar. Há seis estágios de rotação diferentes, que podem chegar a 2,5 mil rpm.
O cilindro se abre em uma das dez alturas pré-programadas, de cem a mil metros de altitude. A combinação de altura e rotação determina a área coberta pelas bombas secundárias.


As 202 bombas secundárias são amarelas e têm o formato e o tamanho aproximado de latas de cerveja: 20 centímetros de comprimento e 6 centímetros de diâmetro.
Quando elas caem, bolsas de ar se inflam na cauda para melhorar a estabilidade e garantir que elas caiam com o lado certo para baixo.


As bombas menores, as BLU-97/B, têm:
1. carga explosiva planejada para perfurar blindagem;
2. um invólucro que se parte em cerca de 300 fragmentos;
3. um anel de zircônio com objetivo de iniciar incêndios.


A área coberta pelas bombas varia de acordo com a taxa de rotação e a altura em que a bomba-mãe se abre.
Normalmente elas podem cobrir uma área de 200 por 400 metros, o equivalente a cerca de oito campos de futebol.


Quando explodem, as bombas de fragmentação provocam danos em uma grande área. A carga explosiva é capaz de perfurar a blindagem de tanques com até 17 centímetros de espessura. O raio da explosão pode ser de até 76 metros.
Alguns tipos de bombas são equipados com dispositivos que as dirigem automaticamente para fontes de calor - como motores de tanques e de outros veículos. Outras chegam ao solo, onde se transformam em minas terrestres.

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #1 Online: 31 de Maio de 2008, 00:45:01 »
Qual a diferença, senão a praticidade, para uma artilharia em massa? Isso não é essencialmente exigir que não se possa construir tanques de dois canos, quando sabemos que dois tanques tem o mesmo resultado?

Offline Tupac

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #2 Online: 31 de Maio de 2008, 00:53:00 »
E o que acontece se os "unicos" a possuirem tais bombas sejam os EUA, Russia, Irã e China? Isso não seria dar mais poder a eles? fazendo assim um mundo mais perigoso, em vez de seguro?
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Offline Barata Tenno

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #3 Online: 31 de Maio de 2008, 01:07:16 »
E o que acontece se os "unicos" a possuirem tais bombas sejam os EUA, Russia, Irã e China? Isso não seria dar mais poder a eles? fazendo assim um mundo mais perigoso, em vez de seguro?

Não é o que a guerra fria nos mostrou.
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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #4 Online: 31 de Maio de 2008, 01:18:39 »
E o que acontece se os "unicos" a possuirem tais bombas sejam os EUA, Russia, Irã e China? Isso não seria dar mais poder a eles? fazendo assim um mundo mais perigoso, em vez de seguro?
Guerra não é isso mesmo ué? Se fosse pelo que você diz, seria para não existir nenhum poder militar. Mas como existe, não vejo sentido.

Offline Tupac

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #5 Online: 31 de Maio de 2008, 01:26:42 »
Vocês notaram os pontos de interrogação???

Eu sou contra esse negocio de desarmar quem "não tem" e deixar os phodões mais phodões ainda. Então não entendi a critica dos dois.
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Offline Barata Tenno

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #6 Online: 31 de Maio de 2008, 01:31:19 »
Vocês notaram os pontos de interrogação???

Eu sou contra esse negocio de desarmar quem "não tem" e deixar os phodões mais phodões ainda. Então não entendi a critica dos dois.

O problema é que existe uma diferença bem grande em dar uma bomba na mão dos EUA e dar a bomba nas mãos de um país africano que esta em guerra com o vizinho.
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Offline FxF

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #7 Online: 31 de Maio de 2008, 01:37:22 »
Citar
Vocês notaram os pontos de interrogação???

Eu sou contra esse negocio de desarmar quem "não tem" e deixar os phodões mais phodões ainda. Então não entendi a critica dos dois.
Como se isso vá fazer diferença... como em uma situação de guerra "de verdade" isso fosse evitar qualquer coisa. =P =P

Offline Tupac

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #8 Online: 31 de Maio de 2008, 01:43:11 »
agora entendi.

Mas será que não funciona? por exemplo a união de varios paises pode fazer frente a um desses grandes, sei la.
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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #9 Online: 31 de Maio de 2008, 01:52:04 »
Hoje no mundo globalizado, guerra se resolve com diplomacia. Quem se ferra é país que todo mundo detesta e não ter mercado com ninguém. Se um país quer mesmo fazer frente, não precisa de união, manda bomba atômica mesmo.

Offline Luis Dantas

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #10 Online: 31 de Maio de 2008, 06:35:38 »
Qual a diferença, senão a praticidade, para uma artilharia em massa? Isso não é essencialmente exigir que não se possa construir tanques de dois canos, quando sabemos que dois tanques tem o mesmo resultado?

A diferença é óbvia; artilharia em massa pode ser instruída a evitar hospitais e prédios residenciais civis, pode ser interrompida quando os únicos alvos presentes são civis desarmados, e não permanece potencialmente letal por décadas após ser empregada.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Luis Dantas

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #11 Online: 31 de Maio de 2008, 06:42:05 »
E o que acontece se os "unicos" a possuirem tais bombas sejam os EUA, Russia, Irã e China? Isso não seria dar mais poder a eles? fazendo assim um mundo mais perigoso, em vez de seguro?

Não é uma pergunta fácil, mas minha inclinação é achar que não, não seria.

Muito da "justificativa" para a vergonha chamada de corrida armamentista é a alegação de que "o outro lado não vai parar".

A única solução, portanto, é PARAR :)  Alguém tem de dar um exemplo.

E quando 109 países decidem que não acham digno usar essa coisa, e a sede do Império Britânico (que tem uma longa história de conflitos sangrentos) sequer espera o consenso para se desfazer dela, não acho que estamos muito longe do ponto em que as próprias comunidades dos países armamentistas começarão a se sentir muito incomodadas com a idéia de usar ou mesmo fabricar esse tipo de armamento covarde.

Aliás, se o Brasil realmente fabrica, vende e estoca essas coisas e usa uma justificativa fraca para não participar do Acordo, penso que está na hora da comunidade brasileira protestar.  Idem para a comunidade americana e algumas outras.  Se não por outro motivo, por uma questão de coerência e para motivar países como o Irã. 
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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #12 Online: 31 de Maio de 2008, 12:50:16 »
Qual a diferença, senão a praticidade, para uma artilharia em massa? Isso não é essencialmente exigir que não se possa construir tanques de dois canos, quando sabemos que dois tanques tem o mesmo resultado?
A diferença é óbvia; artilharia em massa pode ser instruída a evitar hospitais e prédios residenciais civis, pode ser interrompida quando os únicos alvos presentes são civis desarmados, e não permanece potencialmente letal por décadas após ser empregada.
Se dá pra mandar um batalhão de tanques mudar seu alvo, acho que dá pra mirar a bomba de fragmentação em outro lugar... aliás, até arco-e-flecha fere inocentes.

Offline Luis Dantas

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #13 Online: 31 de Maio de 2008, 12:54:07 »
Se dá pra mandar um batalhão de tanques mudar seu alvo, acho que dá pra mirar a bomba de fragmentação em outro lugar... aliás, até arco-e-flecha fere inocentes.

Não sei se você leu direito a matéria que abre o tópico, Foxes; essas bombas cobrem áreas grandes.  Individualmente, as bombas secundárias podem explodir anos depois de lançadas e cobrir um raio de 76 metros ao explodir.

Não se pode comparar uma arma dessas a arco-e-flecha ou mesmo a artilharia de tanques.
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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #14 Online: 31 de Maio de 2008, 14:55:48 »
Hmm... mas já não existem leis sobre minas terrestres?

Offline Tupac

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #15 Online: 31 de Maio de 2008, 15:47:17 »
Talvez seja paranóia, mas não acho que eles se importem em ver boas ações. O poder aumenta e isso é o que importa.

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E quando 109 países decidem que não acham digno usar essa coisa, e a sede do Império Britânico (que tem uma longa história de conflitos sangrentos) sequer espera o consenso para se desfazer dela, não acho que estamos muito longe do ponto em que as próprias comunidades dos países armamentistas começarão a se sentir muito incomodadas com a idéia de usar ou mesmo fabricar esse tipo de armamento covarde.

Aliás, se o Brasil realmente fabrica, vende e estoca essas coisas e usa uma justificativa fraca para não participar do Acordo, penso que está na hora da comunidade brasileira protestar.  Idem para a comunidade americana e algumas outras.  Se não por outro motivo, por uma questão de coerência e para motivar países como o Irã.
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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #16 Online: 31 de Maio de 2008, 15:54:08 »
Talvez seja paranóia, mas não acho que eles se importem em ver boas ações. O poder aumenta e isso é o que importa.

Há muitos exemplos desse tipo de mentalidade, sim.  Como acontece por exemplo na campanha para que a Índia e o Paquistão tenham armamentos nucleares.

Mas "isso é o que importa"?  Na boa, só completos imbecis pensariam dessa forma.  Nem mesmo chefes de estado são uniformemente tão decepcionantes...
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Offline Tupac

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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #17 Online: 31 de Maio de 2008, 16:07:53 »
Ah, Mahmoud Ahmadinejad é um posso de sabedoria, O Putin (mesmo agora sendo primeiro ministro, ainda acho que é ele quem manda) é outro, O Bush então...
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Re: Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
« Resposta #18 Online: 04 de Dezembro de 2008, 16:49:22 »
Brasil fica fora de acordo contra bombas de fragmentação
 
O Brasil e outros países produtores de bombas de fragmentação (cluster), não vão assinar um tratado internacional que proíbe este tipo de armamento, considerado polêmico pelo dano que causa às populações civis.

Cerca de 88 dos 192 países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) devem ratificar o acordo nesta quarta-feira na capital da Noruega, Oslo.

A expectativa é de que, até quinta-feira, mais de cem nações tenham se comprometido a banir o armamento.

Ativistas esperam que o fato de que mais da metade dos países integrantes da ONU assinem o acordo exerça uma pressão psicológica sobre países que ficaram de fora, como Estados Unidos, China e Rússia - além do Brasil.

Brasil

A assessoria de imprensa do Itamaraty disse à BBC Brasil que o país não concordou em banir as bombas de fragmentação por considerá-las um "armamento necessário para a defesa nacional".

A posição brasileira, alinhada com os Estados Unidos e a Rússia, é de que um tratado internacional deve ser negociado dentro da Convenção da ONU sobre Armas Convencionais (CCW, na sigla em inglês), que busca restringir o uso de armamentos que infligem danos indiscriminados ou excessivos, como minas terrestres, armas de fragmentação e incendiárias.

Durante o chamado Processo de Oslo, iniciado na capital norueguesa no ano passado para negociar o tratado, o Brasil - que produz, exporta e estoca bombas de fragmentação - permaneceu apenas como observador.

A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch afirma que, no Brasil, os armamentos são fabricados pelas empresas Avibras, Ares, Target e Britanaite Indústrias Químicas, e exportados pelo menos para Irã, Iraque e Arábia Saudita.

As bombas de fragmentação liberam centenas de explosivos ao serem lançadas e podem fazer vítimas em uma área equivalente a quatro campos de futebol.

Segundo cálculos da Handicap International, ONG que defende a proibição do armamento e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1997, 98% das vítimas das bombas de fragmentação são civis e 27%, crianças.

Também conhecidos como bomba lança-granadas, os armamentos do tipo carregam dentro de si centenas de submunições que são liberadas na queda.

Campos minados

De acordo com o coordenador brasileiro da Coalizão Contra as Munições de Fragmentação (CMC, na sigla em inglês), Cristian Wittmann, as bombas de fragmentação não apenas têm um amplo alcance como também uma alta taxa de falha.

Wittmann estima que quatro entre dez submunições não explodem no primeiro impacto, criando verdadeiros campos minados.

Segundo a Cruz Vermelha, cerca de 400 milhões de pessoas vivem em áreas afetadas pelas bombas de fragmentação em países como Iraque, Afeganistão e Líbano.

Pelo novo tratado internacional, os governos participantes se comprometem a banir o uso, a produção, o transporte e a estocagem das bombas de fragmentação, além de prestar ajuda a vítimas e ajudar nos esforços para limpar áreas afetadas.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081203_clusterbombs_rc.shtml

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