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CPI da Pedofilia vai acompanhar investigações sobre rede em SPAiuri Rebello, Diário de S.Paulo, O Globo OnlineSÃO PAULO - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia no Senado, Magno Malta (PR-ES), deve vir nesta terça-feira a São Paulo para colher informações junto à Polícia Civil sobre a rede que aliciava crianças para práticas sexuais. A informação é da assessoria do senador. Faziam parte do esquema o pai-de-santo e operador de telemarketing Márcio Aurélio Toledo, de 36 anos, e o tenente Fernando Neves Braz, de 34 anos, comandante da Força Tática da Polícia Militar no 5 Batalhão, na Zona Norte da capital.Braz se matou com um tiro na cabeça quando policiais realizavam buscas em seu apartamento, na Zona Norte, na sexta-feira. Toledo foi preso no último dia 23. Além dos dois, são suspeitos de integrarem a rede mais de 600 pessoas em todo o país. Toledo intermediava encontros entre os membros do grupo com crianças. Os integrantes do esquema também trocavam fotos e vídeos pornográficos envolvendo crianças e adultos pela internet.A CPI da Pedofilia foi instalada no Senado em 25 de março. Um dos objetivos da comissão é tipificar o crime de pedofilia com elevação da pena para 30 anos de prisão. Atualmente, a pena é de seis a dez anos. A distribuição de material pornográfico com crianças pela internet não possui uma pena clara e específica.Os vizinhos de Toledo ficaram surpresos com a sua prisão e envolvimento com pedofilia.- Ele era um rapaz quieto, que quase nunca era visto aqui na rua. Estava sempre sozinho ou com o pessoal da casa de Umbanda - afirmou um morador da Rua Márcio Martins Ferreira, em Cidade Ademar, na Zona Sul, que prefere não se identificar.Toledo vivia em um imóvel onde também funcionava um terreiro de Umbanda. A casa fica a duas quadras da Escola Estadual Professora Juventina Patrícia Sant'Ana, e estava fechada na tarde deste domingo.Na padaria onde o acusado costumava tomar café-da-manhã e comprar pizzas, funcionários contam que ele ia ao local sempre acompanhado por um homem negro, e vivia na região há cerca de cinco anos.InvestigaçõesO tenente Fernando Nevez Braz se matou na sexta-feira, quando policiais foram à casa dele e recolherem dois computadores. O tenente comandou a varredura e as buscas no edifício London logo após a morte de Isabella Nardoni, 5 anos. A equipe de Braz foi a terceira a chegar no local.A partir desta segunda, quatro computadores, alguns CDs e disquetes começam a ser analisados por peritos que investigam a rede de pedofilia que agia na capital. Nos equipamentos e em CDs e disquetes apreendidos na casa e no quartel onde Braz trabalhava, a polícia espera encontrar mais informações sobre outras pessoas envolvidas no esquema. Pelo menos 600 nomes devem ser investigados.O operador de telemarketing, Marcio Aurélio Toledo, que está preso, era quem intermediava encontros entre adultos e crianças. Ele foi descoberto graças à denúncia de uma pessoa a quem ele ofereceu encontrou com uma criança. Toledo aparecia na rede usando três apelidos: "Família Feliz", "Tio Ama Sobrinhos" e "Tio Quer". O esquema envolvia agenciamento de crianças de até 12 anos.A internet tem sido o principal meio de comunicação entre pedófilos e o principal alvo das 25 mil denúncias por ano no Brasil. Ainda não foi criada uma delegacia especializada em investigar crimes de pedofilia. Os policiais que recebem as denúncias passam a ser os responsáveis pela investigação. Os acusados ficam sujeitos à punição prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.Foram apreendidos ainda dois computadores em Penápolis, na casa do sogro do tenente Fernando Braz. Suspeita-se de que o oficial usava os equipamentos para trocar mensagens com a rede de pedofilia quando estava na cidade. O material vai ser encaminhado para perícia, junto com outros dois computadores encontrados no apartamento onde Braz morava, na capital.Apenas parentes e alguns amigos acompanharam o enterro do oficial no sábado. O pai do oficial passou mal e teve que ser socorrido.Braz comandava a Força Tática do 5º Batalhão da Polícia Militar, na zona norte da capital, e era considerado um bom policial. A polícia chegou ao policial a partir da prisão de Toledo. Escutas telefônicas mostram que Toledo ofereceu a Braz uma menina de 9 anos para manter relações sexuais, além de manter um relacionamento homossexual com ele.