Chanceler do Paquistão cobra respeito e confiança dos EUALíderes do Paquistão disseram ao enviado americano ao país, Richard Holbrooke, que os dois países só poderão trabalhar juntos se existir confiança e respeito entre eles.
O ministro do Exterior paquistanês, Shah Mahmood Qureshi, fez a declaração durante uma entrevista coletiva ao lado de Holbrooke e outro enviado americano, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, almirante Mike Mullen.
"No final das contas, é uma questão de confiança. Somos parceiros e queremos ser parceiros", disse o ministro paquistanês. "Somente podemos trabalhar juntos se respeitarmos um ao outro. Não há outra forma. Nada mais vai funcionar."
Para Holbrooke os interesses americanos e paquistaneses "correm paralelamente" e "Estados Unidos e Paquistão enfrentam uma ameaça estratégica comum, um inimigo em comum e um desafio em comum, então, uma tarefa em comum".
"E tivemos uma longa e complicada história - nossos dois países -, não podemos deixar o passado para trás, mas devemos aprender com ele e progredir", acrescentou.
ApoioNa visita, que visa discutir uma estratégia renovada contra o Talebã e a Al-Qaeda, Holbrooke também se reuniu com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, que afirmou que seu país precisa do "apoio incondicional" na luta contra o terrorismo.
"O Paquistão... precisa de apoio incondicional da comunidade internacional nos campos da educação, saúde, treinamento e fornecimento de equipamento para a luta contra o terrorismo", disse o presidente. "O Paquistão está lutando uma batalha por sua própria sobrevivência."
Nas últimas semanas, os militantes no país se mostraram capazes de realizar grandes ataques suicidas no Paquistão, matando dezenas de pessoas.
Qureshi comentou a questão dos ataques com mísseis disparados de aeronaves não-tripuladas americanas em território paquistanês.
"Deixem-me falar francamente - existe uma divergência. Existe uma divergência entre nós e eles e eu quero acabar com esta divergência e vamos continuar conversando sobre isso", afirmou.
O Paquistão afirma que estes ataques são uma violação de sua soberania.
O almirante Mike Mullen não respondeu diretamente quando perguntado a razão de os Estados Unidos não entregarem as aeronaves não-tripuladas ao Paquistão, mas afirmou que seu país quer dividir informações sobre técnicas contra os insurgentes. E acrescentou que fará de tudo para fortalecer as relações com o Paquistão na luta contra o Talebã e a Al-Qaeda.
"Este compromisso é um compromisso de longo prazo e espero que gere um excedente de confiança, pois isto é absolutamente vital. E a região é vital em nossos interesses", afirmou.
O presidente Barack Obama prometeu ajuda econômica para o Paquistão, mais de US$ 1 bilhão por ano nos próximos cinco anos, mas o dinheiro vai depender do desempenho do Exército do país contra o Talebã e a Al-Qaeda.
Correspondentes afirmam que há frustração e ressentimento no Paquistão a respeito das condições para a liberação desta ajuda, que reflete a falta de confiança dos americanos no Exército paquistanês.
"Esta é a mensagem que também foi enviada. Eles disseram, e eu respeito, ''sem cheques em branco''. Sim, funciona dos dois lados - não vamos aceitar um e nem vamos dar um (cheque em branco)", disse o ministro do Exterior Shah Mahmood Qureshi.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/04/090407_paquistaoeuafn.shtml